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Sociologia - Durkhein

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Por:   •  25/4/2014  •  3.757 Palavras (16 Páginas)  •  421 Visualizações

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Fichamento 1

Gil, Antônio Carlos. Pesquisa Social. São Paulo; ed. Atlas S.A, 1999.

1.1 Conhecimento do mundo

Pela observação o ser humano adquire grande quantidade de conhecimentos. Valendo-se dos sentidos, recebe e interpreta as informações do mundo exterior. Olha para o céu e vê formarem-se nuvens cinzentas. Percebe que vai chover e procura abrigo. A observação constitui, sem dúvida, importante fonte de conhecimento.

Ao nascer, o ser humano depara-se também com um conjunto de crenças que lhe falam acerca de Deus, de uma vida além da morte e também de seus deveres para com Deus e o próximo.

Romances como os de Dostoiévski e poemas como os de Fernando Pessoa também podem proporcionar importantes informações sobre os sentimentos e as motivações das pessoas.

Outra forma de conhecimento é derivada da autoridade. Pais e professores descrevem o mundo para as crianças. Governantes, líderes partidários, jornalistas e escritores definem normas e procedimentos que para eles são os mais adequados. E à medida que segmentos da população lhes dão crédito, esses conhecimentos são tidos como verdadeiros.

Também os filósofos proporcionam importantes elementos para a compreensão do mundo. Em virtude de se fundamentarem em procedimentos racional-especulativos, os ensinamentos dos filósofos têm sido considerados como dos mais válidos para proporcionar o adequado conhecimento do mundo.

A partir da necessidade de obtenção de conhecimentos mais seguros que os fornecidos por outros meios, desenvolveu-se a ciência, que constitui um dos mais importantes componentes intelectuais do mundo contemporâneo.

1.2 Natureza da ciência

Etimologicamente, ciência significa conhecimento. Não há dúvida, porém, quanto à inadequação desta definição, considerando-se o atual estágio de desenvolvimento da ciência. Há conhecimentos que não pertencem à ciência, como o conhecimento vulgar, o religioso e, em certa acepção, o filosófico.

Pode-se considerar a ciência como uma forma de conhecimento que tem por objetivo formular, mediante linguagem rigorosa e apropriada - se possível, com auxílio da linguagem matemática - leis que regem os fenômenos. Embora sendo as mais variadas, essas leis apresentam vários pontos em comum: são capazes de descrever séries de fenômenos; são comprováveis por meio da observação e da experimentação; são capazes de prever - pelo menos de forma probabilística - acontecimentos futuros.

A partir destas características torna-se possível, em boa parte dos casos, distinguir entre o que é ciência e o que não é. Há situações, entretanto, em que não se torna possível determinar com toda clareza se determinado conhecimento pertence à ciência ou à filosofia. Estas situações ocorrem sobretudo no domínio das ciências humanas, o que é compreensível, visto que há autores que incluem a filosofia no rol dessas ciências.

1.3 Classificação das ciências

Podem-se classificar as ciências, num primeiro momento, em duas grandes categorias: formais e empíricas. As primeiras tratam de entidades ideais e de suas relações, sendo a matemática e a Lógica Formal as mais importantes. As segundas tratam de fatos e de processos. Incluem-se nesta categoria ciências como a Física, a Química, a Biologia e a Psicologia.

As ciências empíricas, por sua vez, podem ser classificadas em naturais e sociais. Dentre as ciências naturais estão: a Física, a Química, a Astronomia e a Biologia. Dentre as ciências sociais estão: a Sociologia, a Antropologia, a Ciência Política, a Economia e a História. A Psicologia, a despeito de apresentar algumas características que a aproximam das ciências naturais, constitui também uma ciência social. Isto porque, ao tratar do estudo do comportamento humano, trata-o sobretudo a partir da interação entre os indivíduos.

1.4 Peculiaridades das ciências sociais

É sabido que as ciências sociais não gozam do mesmo prestígio conferido às ciências físicas. Há mesmo autores que são partidários de sua não-inclusão no rol das verdadeiras ciências. As principais objeções não são emocionais. São bastante serias e merecem ser estudadas á luz da Filosofia da Ciência. Por essa razão é que a melhor defesa do caráter cientifico da Psicologia, Sociologia, Antropologia e outras designadas sob o título de ciências sociais não está em demonstrar a falácia dessas argumentações, mas, antes em evidenciar que, mesmo nas ciências naturais, não se observa a rigorosa observância dos itens considerados.

Primeiro é necessário reconhecer que o objeto de estudo das ciências sociais é visto em alguns meios de forma tal que dificulta o seu tratamento quantitativo. São frequentes as afirmações do tipo: o homem não pode ser reduzido a um número; não se pode tarar o homem como um conjunto de traços quantificados etc. Estas afirmações são geralmente emocionais e não podem merecer a atenção dos que se dedica ás ciências sociais. Entretanto, merece atenção o questionamento acerca da possibilidade de mensuração de fenômeno intangíveis, tais como Inteligência, emoções, atitudes, nível de aculturação e mobilidade social etc.

Hegenberg (1969,p.218), apoiando-se em Passmore (1949), classifica os problemas científicos em três grandes categorias: teóricos, técnicos e de ação. Os teóricos, técnicos e de ação. Os teóricos são tratados mediante hipóteses e observações. Já os de ação envolvem considerações valorativas.

Já os problemas técnicos são do tipo diverso. Poderiam ser caracterizados pela pergunta: ‘Como construir algo segundo determinadas especificações?’ Neste caso não são envolvidos valores, já que os problemas técnicos conduzem á verificação do que é e não do que deve ser.

Não há como deixar de admitir que a experimentação representa uma das mais notáveis contribuições ao desenvolvimento da ciência. Isto não significa, no entanto, que se deva superestimar o papel do experimento controlado.

Cabe ainda lembrar que as possibilidades de experimentação nas ciências sociais têm sido muitas vezes negligenciadas. Significativos domínios da Psicologia são suscetíveis de experimentação.

Fichamento

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