Soneto 18
Exames: Soneto 18. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: tcag • 21/8/2014 • 380 Palavras (2 Páginas) • 394 Visualizações
SONETO 1
Dentre os mais belos seres que desejamos enaltecer,
Jamais venha a rosa da beleza a fenecer,
Porém mais madura com o tempo desfaleça,
Seu suave herdeiro ostentará a sua lembrança;
Mas tu, contrito aos teus olhos claros,
Alimenta a chama de tua luz com teu próprio alento,
Atraindo a fome onde grassa a abundância;
Tu, teu próprio inimigo, és cruel demais para contigo.
Tu, que hoje és o esplendor do mundo,
Que em galhardia anuncia a primavera,
Em teu botão enterraste a tua alegria,
E, caro bugre, assim te desperdiças rindo.
Tem dó do mundo, ou sê seu glutão –
Devora o que cabe a ele, junto a ti e à tua tumba.
SONETO 2
Passados quarenta invernos sobre a tua fronte,
Após cavarem fundos sulcos nos vergéis de tua beleza,
O vigor de tua orgulhosa juventude, hoje tão admirada,
Será um esmaecido ramo sem nenhum valor.
Então, ao te perguntarem onde está o teu encanto,
Onde está a riqueza de teus luxuriosos dias,
Respondes, com olhos fundos,
Que não passaram de vergonha e descabidos elogios.
Que louvores mereciam o uso de teus dotes,
Se pudesses responder: “Este belo filho meu
Me vingará, e justificará todos os meus atos”,
E provará ter herdado de ti toda a formosura.
Isto farás de novo quando fores mais velha,
E o sangue te aquecer quando te sentires fria.
SONETO 3
Mira no espelho e descreve o rosto que vês;
Agora é o tempo em que a face deve mudar,
Cujos reparos não tenhas logo renovado,
Terás enganado o mundo, à revelia de tua mãe.
Onde está a bela, cujo ventre não semeado
Desdenha o cultivo de teus cuidados?
Ou de quem será a tumba de um ser tão cioso
De seu amor-próprio para negar a posteridade?
És o espelho de tua mãe, e tua semelhança
Recorda os adoráveis dias de sua primavera;
Então, pela tua idade, poderás ver,
Apesar das rugas, o teu tempo áureo;
Mas se
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