TESTE DE SENSIBILIDADE
Exames: TESTE DE SENSIBILIDADE. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: ogrande2014 • 5/3/2015 • 1.894 Palavras (8 Páginas) • 8.497 Visualizações
TESTE DE SENSIBILIDADE
ESTÁCIO PONTA NEGRA – FISIOTERAPIA
DOSSENTES: Lidiane Cristina Correia; Melyssa Lima de Medeiros
A sensibilidade auxilia no deslocamento e tem função importante na integridade do organismo: ela proporciona o reflexo necessário para evitar traumas e lesões. Assim, se dispõe de variados tipos de sensibilidade, como térmica, dolorosa, tátil superficial e profunda. Nem todas são controladas pelas mesmas áreas do cérebro, e ai está a importância que avaliação seja ampla, reconhecendo se a sensibilidade de fato está dentro da normalidade ou se está prejudicada. A avaliação de sensibilidade possui um papel fundamental no diagnóstico e no tratamento de lesões dos nervos periféricos nos pacientes; esses testes irão fornecer informações mais precisas e avaliar os resultados de forma apropriada. Porem a falta de conhecimento sobre como proceder ao executar esses testes pode levar a uma interpretação errada do resultado. Nesse seminário será apresentada questões relevantes para a avaliação dos resultados desse tipo de diagnóstico.
HISTÓRICO:
A técnica de avaliação da sensibilidade com utilização dos monofilamentos de náilon, foi desenvolvida por Semmes e Weinstein a partir dos trabalhos de Von Frey. Por volta de 1960 os usos dos monofilamentos de náilon de Semmes-Weinstein foram descritos em uma investigação para diferenciar veteranos de guerra com danos no sistema nervoso periférico daqueles com comprometimento do sistema nervoso central. Neste período Semmes e Weinstein desenvolveram um conjunto de 20 monofilamentos para medir limiares de força, relativos à variação progressiva de pressão em pacientes com lesão do sistema nervoso. No ano de 1967 Von Prince & Butler publicaram um artigo estabelecendo diversos níveis funcionais através do estudo comparativo entre os monofilamentos de Semmes-Weinstein e outros testes (temperatura, grafestesia, dor, discriminação de dois pontos, estereognosia e propriocepção), em pacientes com neuropatias periféricas. A equivalência dos monofilamentos Semmes-Weinstein com outros testes descritos por Von Prince & Butler, têm sido divulgadas e utilizadas com grande frequência no Brasil.
INDICAÇÕES:
É indicado nos casos em que há suspeita de danos ou alterações à alguma parte dos plexos nervosos (SNP), como no exemplo de hanseníase, diabetes, linfoedemas, pós cirúrgicos de mastectómica, entre outros casos em que há a possibilidade de nervos terem sido lesionados.
REALIZAÇÃO DO TESTE:
Ao avaliar o paciente, o ambiente não deverá conter estímulos sonoros. O paciente deverá dar um feedback, este não pode apresentar déficit cognitivo. Sua visão deve ser bloqueada. Podendo ser utilizado uma venda, solicitar que ele feche os olhos ou utilizar uma placa de papelão com abertura para a mão. A mão a ser avaliada deve estar posicionada sobre uma toalha ou massa de modelar.
Para a avaliação da sensibilidade superficial, pode ser utilizado o Estesiômetro(que é o teste dos monofilamentos calibrados). Começa-se com o monofilamento mais delgado, tocando os pontos de forma que o filamento fique levemente curvado.
O procedimento deve ser realizado primeira mente pontos proximais, depois nos distais. É relevante não estabelecer um intervalo padrão entre cada estímulo, para que o paciente não se torne propenso à assegurar que sentiu, mesmo sem ter sentido. Caso ele não identifique algum dos pontos, voltar a ele antes de finalizar a avaliação, para assegurar de que realmente a sensibilidade está afetada.
É interessante testar texturas desiguais, como esponjas, lixas, algodão, entre outras matérias, pedindo que o paciente descreva qual a sensação.
Depois, testar dois estímulos distintos em dois pontos ao mesmo tempo e solicitar ao paciente que descreva o que é e onde está sendo tocado. Repetir o procedimento dos dois pontos, sendo cada ponto em uma mão, com dois estímulos diferentes.
Para determinar a sensibilidade térmica, se faz uso de tubos de ensaio contendo água quente e água fria, ou duas pequenas toalhas, uma aquecida e a outra resfriada. O paciente deve descreve se está quente ou frio.
Na sensibilidade dolorosa, o estímulo pode ser feito espetando levemente um palito de dente na área com suspeita de perda de sensibilidade.
No caso de sensibilidade profunda, se faz uso de pesos e pedindo que o paciente compare-os entre si (este é mais leve, este é mais pesado). Para avaliar estereognosia, oferecemos ao paciente (que sempre deve está de olhos fechados), diferentes objetos para que sejam reconhecidos através do tato (lã de algodão, lápis, esponja, chaves ...).
Para avaliar grafestesia, é traçado na pele do paciente algumas letras, que devem ser reconhecidas pelo mesmo.
CONCLUSÃO:
Deve-se levar em consideração que por vezes as respostas dos pacientes não podem ser consideradas confiáveis tendo em vista a falta de conhecimento do processo de teste ou outros fatores que podem interferir no momento da realização do teste sensorial. Esses fatores podem ser: medo do paciente ao tipo de teste que poderá utilizar objetos pontiagudos que podem machucar ou ferir a área a ser testada (isso se dá com maior frequência em pacientes que já passaram por esses testes), preocupação com o resultado tendo em vista oferecer ao fisioterapeuta a melhor resposta possível. Dificultando assim o teste pelo desejo do paciente de dar respostas corretas tornado desatento e não fornecendo respostas condizentes com sua situação real.Tudo isso deve ser levado em consideração, devendo sempre reavaliá-lo, sendo possível medir os resultados durante o tratamento, observando crescimento do número de respostas corretas, diminuição do período para completar as atividades propostas e melhora da funcionalidade, que é o foco do profissional da área da fisioterapia.
REFERENCIAS:
1 - Ferrigno ISV, Freitas PP, Freitas AD. Lesões dos nervos periféricos. In: Freitas PP, editor.
Reabilitação da mão. São Paulo: Atheneu; 2005;
2 - Ferreira AS. Lesões nervosas periféricas: diagnóstico e tratamento. São Paulo: Santos; 1999;
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