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Um Mundo Sombrio

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Por:   •  24/9/2013  •  735 Palavras (3 Páginas)  •  310 Visualizações

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Um mundo sombrio

Giovanna Mengar

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CONRAD, Joseph. O Coração das Trevas.

São Paulo: Martin Claret, 2006. 117p.

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Coração das Trevas, de Joseph Conrad, é um livro muito curioso. Baseando-se em uma viagem que o próprio autor realizou ao Congo, no qual afirma ter sido uma experiência terrível, o extremo detalhismo é a essência do que Conrad deseja transmitir: a experiência, tanto sua quanto a do personagem principal da obra. Nesse sentido, o narrador seria um alter ego do próprio autor.

O livro possui uma leitura curta, porém envolvente e intensa. O romance de Conrad inicia com a narrativa do protagonista Marlow sobre sua funesta viagem a África, como funcionário de uma importante empresa francesa vendedora de Marfim. Sua missão, na verdade, era buscar Kurtz, um misterioso homem que criou uma tal reputação no coração da selva. A personagem Kurtz, é a principal representante de um nítido choque de civilizações antagônicas. Nas palavras de Marlow, Kurtz é, anteriormente a sua viagem a floresta africana, um caráter messiânico, que por meio de seu carisma encanta a todos. Interessante perceber que a capacidade carismática ilimitada de Kurtz se dá naquilo que há de mais civilizado e humano, do ponto de vista dos dominadores: a linguística. Como Kurtz, o livro faz com que o leitor se distancie mais de si mesmo, e da civilização. A medida que adentra a floresta até o seu interior, esta absorve os homens para a sua mais assustadora e horrorosa essência. No final da leitura, o único que chegou a descobrir essa essência, do coração dos homens, foi de fato, Kurtz.

Mas o que Kurtz descobriu exatamente ninguém sabe. “O horror, o horror!”, essas são as únicas palavras descritas por Kurtz em relação a sua descoberta. O homem notável e admirado no mundo ocidental revelou-se ser tão frágil como qualquer outro diante da verdade sobre os homens. Uma verdade tão insuportável que pode ser definida apenas por expressões de dor, repúdio e, principalmente, medo.

No entanto, há uma atitude no sentido antropológico no contato com diferentes civilizações. É vendo o outro, um outro completamente diferente, que rompemos a naturalização de nosso modo de viver, e isso gera crises, ou seja, um choque de estranhamento.

O termo trevas relaciona-se em outras instâncias com a cor da pele. Grande parte da primeira parte do livro desenvolve-se em torno dos primeiros encontros de Marlow com os nativos do Congo. O tom de escuro da pele é sempre mencionado. À primeira vista, Marlow descreve-os como “quase sempre negros e nus, movendo-se como formigas”. Não há, durante a primeira parte do livro, nenhuma distinção entre animais escuros e pessoas escuras. Até mesmo os trapos vestidos pelos nativos são descritos como caudas.

O fato de que Marlow aplica o conceito de trevas aos territórios conquistados, indica a visão negativa a respeito do colonialismo. Ele claramente afirma que os colonialistas vivem de explorar as fraquezas dos outros.

Contudo, além de todos os percalços relacionados ao clima e a precariedade

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