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Urbanismo Nova Sepetiba

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Por:   •  20/9/2014  •  1.162 Palavras (5 Páginas)  •  273 Visualizações

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Discussão do urbanismo na atualidade: Comunidade Nova Sepetiba

Texto base: Moradores de Nova Sepetiba vêem favelização de residencial.

Fonte: estadão.com.br (em anexo no fim do artigo)

Por Alana Reis

Estudante de Arquitetura e Urbanismo

Há muito tempo o homem cria formas e fórmulas para execução de seus feitos e elocubrações. Pautado em resoluções teóricas ou empíricas busca a renovação constante almejando sempre a perfeição. Daí surgem as utopias de modelos ideias (seja a temática que for).

No ano 2001, aqui no Rio de Janeiro no governo de Antony Garotinho, fora concebido o projeto das unidades residenciais “Nova Sepetiba” que anunciava ser o maior conjunto habitacional da América Latina.

É de pasmar qualquer um – seja pra bem ou pra mal – que Nova Sepetiba teria 1.338.800,00 m² de área pra execução da obra que prometia ser a solução das famílias desabrigadas das favelas Vila Kennedy, integrantes do MST, da tão conhecida Cidade de Deus, e outras comunidades da zona oeste. Famílias inteiras ocupam suas residências ali afim de fazer de suas casas, como qualquer família brasileira, um lar.

Para melhor compreensão do que é Nova Sepetiba, vale expor pontos diferentes. Aqui, logo abaixo, exponho o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) para execução da obra. Mais à frente, outras exposições quanto ao assunto serão discutidas, mas por ora nos atentemos ao projeto.

Segundo o RIMA de Nova Sepetiba I, “o projeto se desenvolve tendo como premissa conceitos ambientalistas e tem como pontos relevantes...” (p.4)

1) Implantação de tipologias habitacionais para atendimento à população carente, evitando assim a favelização da área com assentamentos irregulares e invasões, que ocasionam deterioração dos recursos naturais;

2) Implantação de tipologias institucionais, tais como escolas e creches, para atendimento da população do empreendimento e circunvizinhas, suprindo a carência de instituições públicas de ensino da região;

3) Implantação de equipamentos comunitários, tais como postos de saúde, posto policial, centros comunitários e áreas de lazer de modo a promover o entretenimento, a segurança e a saúde da população do empreendimento e circunvizinha;

4) Criação de área comercial, com instalações de um centro de comércio de vizinhança para atender aos usuários e a população da região, bem como proporcionar oportunidade de emprego para esta população.

5) Urbanização da área, com a implantação de praças com mobiliário de esporte e lazer, abertura de ruas implantação de tratamento paisagístico e arborização.

6) Disposição das edificações considerando a topografia e o relevo da área;

7) Sistema de tratamento de esgotos com o lançamento dos efluentes tratados, no corpo receptor, praticamente eliminando os impactos ambientais de tal ação. (p.5)

Do projeto à realidade discutamos sua implantação.

Nova Sepetiba se localiza a 69km da capital em um terreno na Zona Oeste do Rio e abriga 20 mil pessoas. As residências possuem 32m²(!!) e a promessa pelo governo do Estado de instauração dos serviços básicos não é cumprido.

Moradores reclamam da insegurança, milícias instauradas, esgotos e até de bichos e animais como cobra.

Nova Sepetiba não é somente uma intervenção infeliz proposta pelo governo à esses moradores de baixa renda. Em reportagem ao Estadão do dia 14 de setembro de 2008 Pedro Dantas descreve a situação de Nova Sepetiba. Embasado neste texto, dissertei a respeito.

O conjunto habitacional que prometia solucionar o problema com moradias dignas é discurso de uma medida muito além da carência de moradia. É transposição do problema com roupagem nova e com a lei a seu favor.

Ora... Quem dirá de pronto que aquele bairro, recém-criado, planejado, com casas novas é assolado pela violência devido medidas inacabadas do governo? Não é difícil convencer a maioria da população que o governo fez ‘direitinho’ seu papel e que a culpa é daquelas pessoas participantes de movimentos que usurpam de propriedades privadas, que ‘tomam terras sem pedir licença’, que moram no morro suscetível à perigos porque querem.

Já ouvi muito discurso assim e com propriedade posso dizer que é esse o imaginário da maioria.

É triste se deparar com a postergação de um problema e ter o profissional (seja arquiteto, urbanista, assistente social, governador...) protagonista/cúmplice de medidas assim. Digo protagonista porque se trata de uma cena com diversos núcleos envolvidos, o que dá mais algumas páginas de dissertação. Conter-me-ei por aqui.

Nova Sepetiba sujeita famílias inteiras ao descaso, à uma vida enfadonha, fruto de uma massificação logo, despersonalizada que almeja somente funcionalidade, mesmo tendo consciência que esse discurso é ultrapassado.

Uma das discussões urbanísticas e sociais se pautam na problemática do indivíduo que não se sente pertencente a um determinado espaço tal qual lhe é ofertado ou imposto. Desta situação provém a insatisfação do habitante, morador, proprietário que

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