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Édouard Claparède

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Por:   •  29/4/2014  •  2.038 Palavras (9 Páginas)  •  951 Visualizações

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Édouard Claparède

Teórico, nascimento e morte

Édouard Claparède nasceu em Genebra, 24 de março de 1873 e faleceu na mesma cidade em 29 de setembro de 1940, foi um neurologista e psicólogo do desenvolvimento infantil, que se destacou pelos seus estudos nas áreas da psicologia infantil, da pedagogia e da formação da memória. Foi um dos mais influentes expoentes europeus da escola da psicologia funcionalista, tendo as suas teorias, grande repercussão nos movimentos de renovação pedagógica da primeira metade do século XX.

Os estudos de Edouard Claparède encontram-se num ponto de confluência entre várias correntes de pensamento, e sua obra favoreceu de duas das mais importantes linhas educacionais do século XX, a Escola Nova, cuja representante mais conhecida foi Maria Montessori (1870-1952), e o cognitivismo de Jean Piaget, que foi seu discípulo.

O educador pretendeu construir uma teoria científica da infância.

Síntese da teoria

Muitos pensadores antes de Claparède pregaram a importância de, na prática pedagógica, se levar em conta os processos mentais e a evolução das crianças, mas o faziam de um ponto de vista eminentemente intuitivo. Claparède, ao contrário, tinha formação em medicina e pretendeu construir uma teoria científica da infância. Na introdução de seu livro Psicologia da Criança e Pedagogia Experimental, o psicólogo diz que o ensino precisaria se basear no conhecimento das crianças tanto quanto a horticultura se baseia no conhecimento das plantas. Ele achava que a educação deveria passar por uma revolução copernicana, deixando de ter o professor como centro para gravitar em torno do aluno.

O educador valoriza e acredita que seja necessário preservar o período da infância, respeitando cada fase. Formula a Lei da necessidade e do interesse, ou princípio funcional, que acredita que toda atividade desenvolvida pela criança é sempre suscitada por uma necessidade a ser satisfeita e pela qual ela está disposta a gastar energias, ou seja, educação funcional seria um processo interno ou endógeno através do qual a criança se exercita, instrui, se constituindo assim, uma pessoa autônoma. O ser humano como um organismo que funciona. Um dos objetivos desta proposta é de fazer com que a criança sinta, prove, por experiência pessoal, o valor do trabalho e do saber, sem forçá-la a tarefas sem relação com a vida. Cabe ao professor colocar o aluno na situação adequada para que seu interesse seja despertado.

Critica o conhecimento desvinculado da vida, defendendo uma educação que visa o desenvolvimento das funções intelectuais e morais.

Em sua obra Educação Funcional, o autor relata que a escola deve ser ativa, isto é, mobilizar a atividade da criança, devendo ser mais um laboratório que um auditório. Para esta nova concepção de escola, Claparède destaca que seria necessária uma mudança completa na formação do professor, com ênfase numa preparação psicológica.

Claparède como outros pedagogos do movimento da Escola Nova criticavam a escola tradicional por considerar o aluno como receptáculo de informações. Acreditava, como outros, numa escola que chamava de “ativa”, na qual a aprendizagem se dá através da resolução de problemas. Surge, assim, a noção de que atividade e não a memorização é o vetor da aprendizagem. Daí, a importância que o educador dá a brincadeira e ao jogo.

O teórico defendia uma abordagem funcionalista da psicologia, pela qual o ser humano é, acima de tudo, um organismo que "funciona". Os fenômenos psicológicos, para ele, deviam ser abordados do ponto de vista do papel que exercem na vida, do seu lugar no padrão geral de comportamento num determinado momento. Com base nisso, o pensamento é tido como uma atividade biológica a serviço do organismo humano, que é acionado diante de situações com as quais não se pode lidar por meio de comportamento reflexo. Assim, defendia o estudo dos processos psicológicos como funções de adaptação ao ambiente.

Segundo Claparède, é a necessidade que põe em movimento os indivíduos - animais e homens - e que faz vibrar os estímulos interiores para suas atividades.

Claparède criticava a escola de seu tempo com os mesmos argumentos do filósofo norte-americano John Dewey (1859-1952) - com quem compartilhava a pregação por uma escola que chamavam de "ativa", na qual a aprendizagem se dá pela resolução de problemas - e dos pedagogos do movimento da Escola Nova. Todos eles condenavam a escola tradicional por considerar o aluno como receptáculo de informações e defendiam a prioridade da educação sobre a instrução.

Surge com esses pensadores a noção de que a atividade e não a memorização é o vetor do aprendizado. Daí a importância que Claparède conferia à brincadeira e ao jogo. Eles seriam recursos na estratégia de despertar, no ambiente da escola, as necessidades e os interesses do aluno. "Seja qual for a atividade que se queira realizar na sala de aula, deve-se encontrar um meio de apresentá-la como um jogo", sugeriu Claparède. Segundo o psicólogo, conforme a criança cresce, a idéia de jogo vai sendo substituída pela de trabalho, seu complemento natural.

Com sua abordagem funcionalista, Claparède foi um dos primeiros

cientistas a chegar a uma conclusão a que outros pensadores, de diferentes escolas, também chegaram: o que diferencia o ser humano dos outros animais é a capacidade de transformar a natureza (e os ambientes que o cercam em geral).

Concepção de escola

Claparède justificava sua proposta de uma "escola sob medida" (título de um de seus livros) dizendo que, na impossibilidade de haver uma escola para cada criança ou para cada tipo de inteligência, o sistema mais próximo disso seria o que permitisse a cada aluno reagrupar o mais livremente possível os elementos favoráveis ao desenvolvimento de suas condutas pessoais. Para isso, o psicólogo pregava reduzir o currículo obrigatório a conteúdos suficientes para a transmissão de um conhecimento que constituísse uma espécie de legado espiritual de uma mesma geração, deixando a maior parte do período letivo para atividades escolhidas pelo próprio aluno. Claparède recomendava ainda a adoção de outras estratégias, isoladamente ou combinadas, para o melhor aproveitamento das potencialidades intelectuais dos alunos, como as classes paralelas (uma para os estudantes mais inteligentes, outra para aqueles com maior dificuldade de aprendizado) e as classes móveis (que dariam a

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