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Ética, Politica e Sociedade

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Por:   •  10/10/2013  •  Seminário  •  778 Palavras (4 Páginas)  •  276 Visualizações

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3 - Ética, Politica e Sociedade

Embora as definições de RSE (Responsabilidade Social Empresarial) variem de acordo com o contexto histórico e social em que são formuladas, e, sobretudo em função dos interesses e da posição ocupada no espaço social pelo grupo que as formula - o qual tende a ressaltar determinados aspectos e princípios em detrimento de outros - existe um razoável entendimento, ou “consenso mínimo”, hoje em dia, quanto ao fato de que uma empresa socialmente responsável deve demonstrar três características básicas:

a) reconhecer o impacto que causam suas atividades sobre a sociedade na qual está inserida;

b) gerenciar os impactos econômicos, sociais e ambientais de suas operações, tanto a nível local como global;

c) realizar esses propósitos através do diálogo permanente com suas partes interessadas, às vezes através de parcerias com outros grupos e organizações.

Ora, optar por um modelo de gestão que se baseia na participação democrática dos diversos grupos de interesse de uma empresa implica, evidentemente, no reconhecimento - e na tradução em termos concretos - de uma vontade coletiva mais ampla e representativa do que aquela ditada simplesmente pelo retorno financeiro e pelo curto prazo. Porém, esse imperativo lógico da responsabilidade social pode ser (e é) facilmente acusado de entrar em contradição com alguns pressupostos fundamentais da teoria econômica clássica e neoclássica, tais como os direitos de propriedade, a separação entre o que é atribuição do Estado ou da iniciativa privada, e a dinâmica natural – “mão invisível” - do mercado.

Não obstante a incompatibilidade de origem entre maneiras diametralmente opostas de compreender o mundo, vários autores partidários do viés normativo, ou do contratual, não hesitam em fazer uso de proposições utilitárias para reforçar seus argumentos. Entretanto, existe certamente uma diferença abissal, irreconciliável, entre considerar que:

- O comportamento X é intrinsecamente bom, desejável, conducente ao bem comum, e portanto imperativo, do ponto de vista moral – independentemente de suas conseqüências;

- O comportamento X é presentemente legítimo, e decorre de acordos e contratos sociais, explícitos ou implícitos, fundados nas noções de justiça e igualdade;

- O comportamento X é instrumental para a consecução dos objetivos últimos do sujeito, e portanto útil apenas enquanto cumprir esta função.

Soam de certo modo inconsistentes os discursos – sobretudo os acadêmicos! – onde, à afirmação dos “direitos legítimos das partes interessadas”, sejam justapostas demonstrações de quanto o diálogo com esses atores contribuiu para os resultados financeiros da companhia... Ao assimilar a RSE a uma ferramenta estratégica, os adeptos da abordagem utilitária reafirmam a primazia da finalidade econômica da empresa – algo que vai em sentido contrário às teorias contratuais, as quais tentam relativizar essa finalidade única em benefício de uma concepção mais ampla e democrática do papel da empresa na sociedade.

Por outro lado, para os defensores da vertente normativa, um ato não pode ser motivado simultaneamente por considerações éticas, fruto de uma

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