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A Handmade

Por:   •  17/9/2019  •  Abstract  •  1.169 Palavras (5 Páginas)  •  161 Visualizações

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Handmade

Focillon (2012) compreende que as mãos desempenham uma identidade a parte

Mas servas dotadas de um gênio enérgico e livre, de uma fisionomia – rostos sem olhos e sem voz, mas que veem e que falam. (Focillon, 2012)

Para ele as mãos criam e possuem voz própria.

Em repouso, nao é uma ferramenta sem alma, largada sobre a mesa ou rente ao corpo: o hábito, o instinto e a vontade de ação meditam nela, e nao é preciso um longo exercício para que se adivinhe o gesto que está a ponto de fazer. (Focillon, 2012)

 Ainda afirma que é um órgão que destaca-se do corpo por ser original e diferenciado, pois é constituído de formas praticas e funcionais como a precisão, forma e figura. A ação da mesma define o espaço e tudo que esta a sua volta.

Para Focillon (2012) “E foi por meio delas que modelou a própria linguagem, inicialmente vivida pelo corpo inteiro e mimetizada nas danças.” O uso recorrente da vida, demonstra a força de sua linguagem, ajudaram a desenvolve-la, entender as formas de seus elementos e ser apta a distingui-los e isola-los num universo diversificado e simbólico, desenvolvendo seu próprio ritmo e outras formas de expressão.

Com este desenvolvimento o homem pode explorar outros universos e passa a fazer intervenções no universo que habita.

Tão logo tenta intervir na ordem a que esta submetido, tão logo começa a introduzir na natureza compacta um ponta, uma lâmina que a divide e que lhe dá forma, a indústria primitiva traz em si todo o seu desenvolvimento futuro. O habitante do abrigo sob a rocha talha o sílex aos estilhaços e fabrica agulhas de osso me causa mais espanto que o cientista construtor de maquinas.(Focillon, 2012)

Para Focillon (2012) a ferramenta não é de menos importância, ele afirma que esta “é ao mesmo tempo valor e resultado” (Focillon, 2012). A mão e a ferramenta tem uma relação profunda e infinita. A arte representa uma forma mais evoluída do tipo humano que ao mesmo tempo da continuidade com as raízes do homem pré-histórico, aguçando o olhar fresco e novo, onde ele pode desfrutar com mais intensidade e atenção do que o homem civilizado, guardando consigo a indescritível sensação do desconhecido, porém sempre carregando consigo a técnica da mão.

Ele ainda define que

A arte se faz com as mãos. São elas o instrumento da criação, mas também o órgão do conhecimento. (Focillon, 2012)

O artista possui a curiosidade infantil permeada por toda a sua vida independente da idade. Esta cria uma forma diferente de perceber o universo a sua volta.

Ele toca, apalpa, estima o peso, mede o espaco, modela a fluidez do ar para nele prefigurar a forma, acaricia a casca de todas as coisas e é a partir da linguagem do tato que compõe a linguagem da visão... (Focillon, 2012)

Para Focillon (2012) o artista “mete as mãos nas entranhas das coisas para lhes dar figura que lhe aprouver.”

O artista que corta a madeira, martela o metal, molda a argila, talha o bloco de pedra, traz até nós um passado do homem, uma homem antigo, sem qual não estaríamos aqui. Não é admirável vê-lo em pé, entre nós, em plena era mecânica, esse sobrevivente obstinado da era das mãos?

(Focillon, 2012)

Para ele a decadência das mãos começa quando elas são substituídas por maquinas, “Mesmo quando representa multidões, teremos a imagem da solidão, uma vez que a mão já não intervém mais para difundir o calor e o fluido da vida humana.” (Focillon, 2012)

Arts and Crafts

No movimento arts and crafts a filosofia é um pouco parecida. Segundo Pevsner (2002) Ruskin mestre de Willian Morris defendia que

[...]a primeira lanterna é a lanterna do sacrifício, de acordo com a qual o homem deve dedicar a sua arte a Deus, e a segunda é a da verdade. Para Ruskin realizar com verdade é realizar manualmente, e realizar manualmente é realizar com alegria. Afirmou também que foram estes os dois grandes segredos da Idade Média e proclamou a superioridade da Idade Média sobre o Renascimento. (Pevsner, 2002:06)

Morris seguiu os passos de Ruskin  em todos os aspectos que segundo Pevsner (2002) ele entendia que a base fundamental da arte criada no Renascentismo e principalmente na Revolução Industrial tornaram-se quebradiços e declinantes. Seguindo uma linha de pensamento marcada por certas formas de socialismo, que para ele a estrutura social de seu tempo era problemática para a arte, principalmente por estar situado na Inglaterra, durante a Revolução Industrial. Porém o socialismo de Morris não seguia os grandes pensadores socialistas do século XIX. Morris presava o principio que todas as coisas tenham utilidade e que fossem agradáveis de fazer.

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