A LÓGICA DA MISTIFICAÇÃO
Por: Braian Beirigo • 14/5/2016 • Resenha • 674 Palavras (3 Páginas) • 510 Visualizações
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Escola de Belas Artes
“LÓGICA DA MISTIFICAÇÃO, OU: O CHICOTE DA TIAZINHA”
RIO DE JANEIRO
2015
RESUMO
No texto sugerido pelo professor José Augusto, da autoria de Olavo de Carvalho, conta sobre o poder da linguagem, apresentando a diferença do formal e informal com suas características e seus modos de manipulação na sociedade. De início, uma aula introdutória sobre a linguagem articulada e os papéis do falante.
Na introdução do texto, o autor distingue os tipos de linguagens, classificando quem usa cada tipo de formalidade: entre grupos íntimos, caseiros ou rotineiros, a linguagem informal é aceita com suas falas simples, naturais e coloquiais, que só pode se comunicar com seus próximos, restrita a família e grupos de intimidade pessoal. O que não seria aceito em grupos científicos, profissionais e acadêmicos... na sociedade política, já que a fala pobre de sentidos e coloquiais perde a autoridade e importância do que vai ser mencionado ou discutido. Termos banais são mal vistos na sociedade que considera uma boa expressão e boa gramática algo a se relevar na pessoa.
Ao longo do texto, Olavo mostra como é (relativamente) simples criar uma falsa linguagem formal e passar confiança através das palavras: Com dialetos que se distinguem por um vocabulário próprio – isso facilita o reconhecimento automático dos significados, como são usados pela linguagem científica. Basta tomar o vocabulário padronizado de uma determinada área de estudo, e com malícia do autor, colocar suas opiniões pessoais ou grupais e ideologias nos intervalos de elipses, hiatos e subentendido. O vocabulário especializado dá ao texto um ar de respeitabilidade intelectual (o prestígio do autor também ajuda), e amedronta o leitor comum a averiguar os fatos e faz com que ele confie no que foi escrito, porque para isto seria preciso explicitar todos os passos lógicos elididos e todos os pressupostos. “Se o leitor parasse para examinar o texto mais detidamente, veria que comeu gato por lebre, que foi levado a aceitar mil e uma absurdidades sem se dar conta, que foi enganado por um hábil manipulador, que sua inteligência foi desrespeitada e aviltada ao ponto de ser levada a crer, meio às tontas, em afirmações que não aceitaria de maneira alguma se o sentido delas fosse explicitado. ”
Consequentemente, Olavo confirma o que tinha dito sobre a manipulação que autores fazem com seus leitores através de linguagens, com provas em dois exemplos seguidos. O primeiro do psicanalista Joel Birman. Olavo mostra os truques que o psicanalista usa em seus diálogos. Olavo também cita que o estilo da mistificação vem se tornando cada vez mais dominante na argumentação acadêmica brasileira, isso em 1999.
O segundo exemplo, de D. Marilena. Olavo novamente, defende sua tese sobre a argumentação com linguagem elíptica para esconder absurdos e maliciosa. Porém, dessa vez, mais focado em desconstruir o que a filósofa formada pela USP defende. Claramente, contra a ideologia política de esquerda, Olavo rebate tudo o que a autora defende. Olavo de Carvalho deu o seu ponto de vista sobre a forma de argumentação e as modificações da linguagens, mas não o comprova adequadamente, e quando chega ao final do texto, vê que ele também, de fato, usou o que o mesmo criticava – aplicou termos diferentes com argumentos rasos e que enganam por conter palavras formais, incomuns e menos simples possível para que ele aparentasse culto e passasse segurança no que diz para seus leitores, que a maioria, possivelmente, são intermediários, e estejam amedrontados de questionar e não precisar debater fatos com suas citações, ainda mais um texto com uma grande referência que é do autor. Diante esse ponto, a tese de Olavo, está bem defendida e sendo seguida por muitas outras pessoas, tantos de escritores de ideologia política de direitas quantos de esquerda. Usando bem a linguagem, é possível fazer de seguidores, fiéis a revoluções, tudo com o poder da comunicação.
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