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Cubismo

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Por:   •  8/5/2014  •  Tese  •  2.378 Palavras (10 Páginas)  •  474 Visualizações

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O CUBISMO

"A partir do Simbolismo, passando pelo Dadá e pelo Surrealismo até chegar à arte conceitual, os artistas declararam que a verdadeira função da arte não era retratar a realidade, mas representar os mundos internos da emoção, dos estados de espírito e da sensibilidade." (Amy Dempsey, Estilos, Escolas e Movimentos)

O Cubismo foi um movimento que se desenvolveu, inicialmente, nas artes plásticas, sobretudo na pintura, valorizando as formas geométricas, como cubos e cilindros, que fazem parte da estrutura de figuras humanas e dos objetos; por isso, o movimento ganha o nome de cubismo. Ao pintar, os artistas achatavam os objetos, e com isso eliminavam a ilusão de tridimensionalidade. As cores, em geral, se limitam ao preto, cinza, marrom e ocre. De todos os movimentos do século XX, é o que tem influência mais ampla.

O Cubismo, talvez o mais famoso dos movimentos de vanguarda no século XX, nasceu em Paris (1907), com o trabalho mais revolucionário do espanhol Pablo Picasso (1881-1973): a tela Les Demoiselles d'Avignon (As Senhoritas de Avignon). Picasso retrata cinco mulheres de um bordel francês em poses sensuais. As duas mulheres do centro têm expressões andaluzas (de Andaluzia, sul da Espanha, onde nasceu o pintor), as outras três têm expressões que lembram máscaras africanas (nítida a influência da arte africana). O rompimento com a forma de ver o mundo por uma única perspectiva, adotada pela arte ocidental desde o Renascimento, pode ser exemplificada com a mulher sentada à direita: seu corpo é visto de costas e seu corpo de frente.

Além da influência da arte africana, o cubismo, também, é influenciado pelo pós-impressionista francês Paul Cézanne (1839-1906), que representava a natureza com formas semelhantes às geométricas. Essa fase, chamada de cézanniana, termina em 1910. A partir daí, começa, realmente, o cubismo. Conhecido como cubismo analítico caracterizado pela desestruturação da obra em todos os seus elementos, o artista registra todos os seus elementos em planos sucessivos e superpostos, procurando a visão total da figura, examinado-a em todos os ângulos no mesmo instante, através da fragmentação dela. Essa fragmentação dos seres foi tão grande, que se tornou impossível o reconhecimento de qualquer figura nas pinturas cubistas. A cor se reduz aos tons de castanho, cinza e bege. Quase no fim do movimento, de 1912 a 1914, o cubismo já é sintético ou de colagem; os quadros são compostos com jornais, tecidos, objetos e tinta. Os artistas procuram sair do abstracionismo, e tornar as formas novamente reconhecíveis.

Na literatura o Cubismo nasceu com o manifesto-síntese assinado pelo francês Guillaume Apollinaire (1880-1918), publicado em 1913, influenciando toda a poesia cubista contemporânea. Seus versos, em linhas curvas, torna-o precursor do concretismo.

A literatura cubista valorizava a proposta da vanguarda européia: aproximar ao máximo as várias manifestações artísticas como a pintura, a música, a literatura e a escultura. Daí, a preocupação dos poetas cubistas com a construção do texto. Os versos eram compostos em linhas curvas, os espaços brancos entre as palavras eram usados de tal maneira a criar (com formas geométricas, tipo poema figurado) imagens. Preocupavam-se, também, com a impressão tipográfica.

Apollinaire defendia a liberdade das palavras e a invenção de palavras, O resultado são palavras soltas, escritas tanto na vertical, como na horizontal, sem a continuidade tradicional. Propunha a destruição das sintaxes já condenadas pelo uso criando um texto de substantivos desprendidos, em desordem, jogados de forma anárquica no texto. Incentivava o menosprezo por verbos, adjetivo e pontuação. Pregava a utilização dos versos livres, ou seja, sem a necessidade da estrofe, da rima e da harmonia. Assim, como na pintura, as colagens passaram a ser incorporadas pelos textos poéticos.

Em 1918 o arquiteto francês Le Corbusier e o pintor francês Ozenfant (1886-1966) decretam o fim do movimento com a publicação do manifesto Depois do Cubismo.

“Ele despreza as formas, reduz tudo, sítios, figuras e casas, a esquemas geométricos, a cubos”. Essa frase, citada por Louis Vauxcelles, em artigo publicado, dias depois, no Gil Blas, daria o nome ao movimento.

VANGUARDA

Diversas estéticas balançaram as estruturas das artes no início do século XX. Eram as chamadas "Vanguardas Européias". Vanguarda significa originalmente a unidade mais avançada de um exército numa batalha, aquele grupo que está à frente dos outros. Seguindo essa idéia, chega-se à seguinte definição: Grupo de indivíduos que, por seus conhecimentos ou por uma tendência natural, exerce papel de precursor ou pioneiro em determinado movimento cultural, artístico, científico, etc. (Aurélio). A vanguarda é o grupo que abre caminho para outros. A partir de suas iniciativas, rompe com preconceitos e abre espaço para o uso de novas linguagens.

Ligadas em sua maioria às artes plásticas, as Vanguardas Européias também avançaram sobre outras artes, como a Literatura e até o Cinema. As principais vanguardas do início do século XX foram: Cubismo, Futurismo, Expressionismo, Dadaísmo e Surrealismo.

LITERATURA

Em 25 de agosto de 1880 nasce em Roma Guglielmo Alberto Wladimiro Alessandro Apollinare de Kostrowitzky, filho de mãe polonesa e de pai desconhecido. Até seus sete anos vive na Itália, onde aprende a ler e a escrever em italiano, além de falar o polonês.

Em 1887, a família Kostrowitzky muda-se para Mônaco. Do ano seguinte até 1895, Apollinaire e seu meio-irmão de cinco anos, Alberto Eugenio Giovanni, seguem seus estudos no colégio Saint-Charles de Mônaco. É nesse ambiente que Apollinaire começará seus primeiros escritos, firmando-os no Lycée de Nice, durante um breve período em que aí esteve matriculado.

Em 1897, depois de ser reprovado no baccalauréat (exame que os estudantes franceses devem prestar, ao final do ensino médio, para ingressar no ensino superior), ele decide se dedicar intensamente à leitura, freqüentando a biblioteca de Nice, quando é inspirado pelo desejo de se tornar jornalista. Já nessa época, assina seus escritos sob o pseudônimo de Guillaume Macabre. De personalidade sensível, deixa transparecer seu espírito anarquista e dreyfusard (defensor de Alfred Dreyfus, oficial judeu do Exército francês condenado injustamente por traição).

Vivendo em condições bastante precárias e num ambiente familiar conflitante, Apollinaire aplica-se à escrita, vindo a produzir alguns contos. Aos 20 anos, depois de ter passado algum tempo na Bélgica, chega

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