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DISCUSSÃO DE RELAÇÕES ENTRE ANTROPOLOGIA E EDUCAÇÃO NA PRÁTICA ESCOLAR

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Por:   •  9/11/2014  •  Projeto de pesquisa  •  3.101 Palavras (13 Páginas)  •  253 Visualizações

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UMA DISCUSSÃO ACERCA DAS RELAÇÕES ENTRE ANTROPOLOGIA E EDUCAÇÃO NA PRÁTICA ESCOLAR

Resumo:

O presente trabalho busca debater as relações existentes entre Educação e Antropologia, entendendo que o campo educacional é conflituoso, pois é onde temos o nosso primeiro contato com as diferenças culturais. Sabendo-se que o objeto de estudo da antropologia é a cultura e que a escola é um campo onde se encontra uma maior diversidade cultural, compreendemos que a Educação é um dos focos da Antropologia, no sentido de que esta se preocupa com questões ligadas à diversidade cultural e como elas estão sendo trabalhadas pelos educadores. As práticas educacionais têm partido de valores muitas vezes etnocêntricos para discutir questões ligadas às heterogeneidades presente no cotidiano da sala de aula, portanto se faz necessário que os educadores tenham uma postura relativista não julgando a cultura do “outro” a partir dos seus próprios valores.

Palavras-Chaves: Antropologia, Educação, Relativismo, Etnocentrismo, Cultura.

Abstract:

This paper seeks to discuss the relationship between education and anthropology, understanding the educational field is contentiousbecause it is where we have our first contact withcultural differences. We understand here thateducation is a focus of anthropology as a field where the school is a greater cultural diversity, as the object of anthropological study is the cultureshe will worry about these issues of cultural diversity and how they are being worked on by educators. The advantage of educational pratices are often ethnocentric values to discuss issues such heterogeneities present in the classroom everyday, so it is necessary that educators have a relativistic stance not judging the culture of the “other” from their own values.

Key Words: Anthropology, Education, Relativism, Ethnocentrism, Culture.

Introdução

De acordo com as ideias de alguns antropólogos como Roberto Da Matta (1987) Tania Dauster (2003), Neusa Gusmão (1997) e Everardo Rocha (2007), entende-se por antropologia uma ciência que estuda a natureza do homem e sua cultura que busca explicar como se dão as relações humanas na sociedade, abrangendo todas as dimensões e levando em consideração os fatores biológicos e sociais. Sendo uma ciência que se desenvolveu em torno do objeto da cultura, compreendendo-a de diversas maneiras, desde uma perspectiva evolucionista, como a presente em Tytlor que situa a cultura como um conjunto de crenças, saberes, modos de agir, etc, passando por um viés Estruturalista, como em Levi-Strauss (1976) que define a cultura com tudo aquilo que não é natureza, ou mesmo por uma interpretação hermenêutica, como em Geertz (1989) que aponta a cultura como uma teia de significados. No campo educacional, a discussão sobre esse tema se torna cada vez mais importante, devido à grande diversidade cultural que podemos encontrar em sala de aula. E cada vez mais a antropologia é chamada a se posicionar ante a problemática educacional (ROCHA, TOSTA, 2008)

A importância em falar da relação entre antropologia e educação está também, como diz Gusmão (1997), no fato das duas se completarem, abrindo um espaço para um debate que vai desde o acolhimento do contexto cultural da aprendizagem até os sucessos e insucessos do sistema escolar, possibilitando um melhor desenvolvimento das práticas educativas. Tal interface, em termos de debate teórico, busca superar a dicotomia em que tem se instaurado historicamente, que situa a educação como prática e a antropologia como ciência.

Para entender melhor esse contexto, trataremos do tema explicando, primeiramente, a relação entre cultura e educação, buscando mostrar até que ponto os movimentos culturais e seus fatores podem influenciar na educação, no trabalho que o professor exerce em sala de aula e quais as dificuldades que podem ser encontradas a partir daí. Bem como trataremos da relação existente entre o etnocentrismo e o relativismo cultural, explicitando o que são as atitudes etnocêntricas e como o relativismo pode auxiliar no rompimento delas.

1 Culturae Educação

A cultura tem sido alvo de várias discussões antropológicas, como já expusemos. No entanto, para entendermos o seu conceito é preciso tentarmos traçar um percurso sobre as teorias que surgiram e que fizeram com que a cultura fosse instrumento de estudo da antropologia. Durante muito tempo as diferenças entre os povos de uma sociedade eram vistas somente sob uma ótica biológica, atribuindo assim capacidades inatas às “raças”. O determinismo biológico acreditava que todas as características dos povos estavam ligadas a herança genética. Assim, ser preguiçoso ou não seria uma questão de herança genética. Essas teorias perduraram por bastante tempo dentro da nossa sociedade, e ainda podemos encontrar resquícios dela quando comparamos duas sociedades distintas por fatores biológicos. Tais perspectivas teóricas estavam assentadas, principalmente, no chamado evolucionismo, que percebia todos os modelos de sociedades não europeus, como etapas anteriores na evolução humana, esta escola é representada principalmente por autores com Morgan, Tylor e Frazer.

Outras teorias que tentaram explicar as diferenças existentes nas sociedades, foram aquelas que acreditavam que as diferenças eram fruto de características do ambiente físico, tendo sido desenvolvidas principalmente por geógrafos, ficando conhecidas como teorias difusionistas. Para eles o clima era um fator importante nas desigualdades culturais. Alguns antropólogos como Boas, Wissler e Kroeber, apontam limitações dessa teoria já que é possível e comum existir uma grande diversidade cultural localizada em um mesmo tipo de ambiente físico (LARAIA, 2007), desvalidando assim o mito do determinismo geográfico. Sendo assim, as diferenças existentes entre os homens não podem ser explicadas em termos das limitações que lhes são impostas pelo seu aparato biológico ou pelo seu meio ambiente (LARAIA, 2007).

Dentro de uma visão antropológica a cultura é uma complexidade de hábitos, de crenças, artes, moral, leis, costumes, ou seja, tudo que é adquirido pelo o homem como membro de uma sociedade, e ainda mais que isso, considerando que a prática humana é sempre inventiva, signiticativa e simbólica. O que diferencia os homens uns dos outros são os seus hábitos que são obtidos de acordo com o grupo social do qual ele faz parte.

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