Dentro e Fora
Por: salun • 22/9/2015 • Abstract • 737 Palavras (3 Páginas) • 172 Visualizações
Interessante, ele nunca soube o que sentia por dentro até se sentir queimado, na verdade, ele soube como se sentia por dentro em uma noite que foi acampar. Quando chegou lá a primeira coisa que ele fez foi mergulhar no rio, mas não sabia nadar e apenas mergulhou porque seus amigos não paravam de dizer que ele não conseguiria, então acabou se afogando e sentiu como era não conseguir respirar, ou melhor, respirar o que não quer. Naquele mesmo dia, mais tarde ele se queimou com a fogueira que tentou fazer para mostrar que sabia pelo menos fazer alguma coisa… Quando ele se queimou não disse nada pra ninguém, fingiu estar tudo bem, pois ele “era forte”, não precisava de ajuda de ninguém.
Quando ele foi dormir, naquele mesmo dia ainda, percebeu que o que ele tinha sentido por fora, era o que sentia por dentro. Se sentia afogado, como se tudo que ele fizesse, mesmo dando certo, não fosse certo ou melhor não fosse o que ele realmente queria fazer. É como se ao invés de respirar oxigênio, estivesse respirando gas carbônico e ainda sobrevivesse, por mais que seja fisicamente impossível, ele fazia.
Seu coração estava queimado pela dama que não conseguia controlar suas chamas e se não as dividisse com outros, acabaria queimando alguém… Mas ele sempre foi egoísta e não gostaria de divida-la com ninguém, afinal quem gostaria? O mais excêntrico é que ele sempre optou por ela, não por não tem mais opções, mas sim por não querer ter mais opções. Com ela já era diferente… Sempre tinha a opção que quisesse, afinal quem não optaria por ela? E ela sempre variava, pensava: já que eu posso experimentar mais de um sabor por que pedir só um? Sinceramente, pensamento de gente que não sabe o que quer ou nunca se satisfaz com o que tem. Só que o mais engraçado disso é que ele era assim até conhecer ela e ela virou seu sabor preferido. Sabe aquele sentimento de querer alguma coisa na hora mais inconveniente e na mais convencional, aquele sentimento de querer toda a hora? Então era isso que ele sentia, até que um dia viu ela se deixar saborear por outras bocas e ele foi atrás do mesmo, como sempre com o sentimento de estar procurando o certo no errado, foi acha-la em outros corpos, com outros copos. Mas ele sempre soube que é oito ou oitenta, tudo ou nada e percebeu que entre um tudo falso e um nada, o nada preenche mais verdadeiramente.
Ele foi e disse tudo pra ela, mas o tudo verdadeiro, a verdade que ela sempre escondeu de si mesma. Mas um dia a verdade vem a tona, por mais dolorosa que seja para os dois lados. Ela ficou pasma, desde criança que não sentia o quanto a verdade podia machucar, porque sempre foi rodeada de mentiras. O lado bom é que ela finalmente, sentiu. Fazia tempo que alguma coisa à tocava la no fundo, pois o mundo a fez ser durona, só que um dia a fortaleza cai e nesse dia ela sentiu o que o outros sentiam, ela sentiu o que ela fazia os outros sentirem, talvez não por querer, além do mais a tempos que ela não sabia o que eles estavam sentindo.
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