Desconstrução do sistema tonal
Por: dmaro • 8/12/2015 • Artigo • 412 Palavras (2 Páginas) • 638 Visualizações
Desconstrução do Sistema tonal
O sistema tonal foi muito utilizado na música ocidental por vários séculos, e desde então supria as necessidades composicionais sem restrições.
Dentre suas características, a mais importante era de ter uma tonalidade definida, na qual a musica deveria girar em torno, e que consequentemente desencadearia uma serie de notas pertencentes a determinada escala, visando novamente chegar a nota principal, dando a percepção de repouso.
Sobre tudo, a partir da segunda metade do século XIX, a música tonal começou a sofrer rupturas e embora tenha tido grande êxito, suas práticas estavam de certa forma enfraquecidas, pois o próprio sistema em si causava muitas limitações aos compositores, que mesmo com toda a expressividade do tonalismo buscavam explorar ainda mais o âmbito musical, foi então que se viu a necessidade de sair da rotina composicional a qual estavam inseridos.
Pode-se dizer que a quebra do sistema tonal se materializou através da obra “Tristão e Isolda” de Richard Wagner que estreou em 1865. Em sua música de três horas e meia, Wagner mostrou não ser impossível compor música expressiva e apaixonada fora do contexto do sistema tonal, isso porque não há tonalidade definida em Tristão e Isolda, por se utilizar de uma gama de notas da escala cromática, dá-se então, a ideia de que a musica não tem fim, sendo assim não há aquela percepção de resolução ou repouso, corriqueira nas composições tonais.
A partir de então, começou-se as composições conhecidas como Atonais, ou seja, em seu sentido de maior amplitude, é a música desprovida de um centro tonal, ou principal, não tendo, portanto, uma tonalidade definida, dando assim, maior liberdade as obras e de certa forma não reprimindo a imaginação dos compositores.
Após a obra um tanto quanto revolucionária de Wagner, no inicio do século XX, muitos compositores começaram a realmente achar que o sistema tonal já se encontrava bastante esgotado e a partir de então passaram a questiona-lo, cada um de sua forma, por exemplo, Debussy utilizou a escala hexatônica simétrica, ou escala de tons inteiros e mais tarde Arnold Schoenberg que foi um dos compositores mais importantes nesse processo de transição que criou e deu inicio ao dodecafonismo.
Embora muitos já achassem o sistema tonal ultrapassado, nem todos os compositores eruditos do século XX deixaram de compor em sistema tonal.
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