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Por:   •  20/8/2013  •  1.145 Palavras (5 Páginas)  •  629 Visualizações

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Aula-tema 02: Cultura

É comum as pessoas tomarem como naturais suas respectivas maneiras de agir, pensar, se comportar, enfim, seus hábitos e seus costumes. No entanto, é fundamental compreender a relatividade de tudo que diz respeito ao ser humano, pois tudo a que ele dá importância e confere valor pode se alterar ao longo do tempo, além de variar de sociedade para sociedade.

Em outras palavras, os atuais hábitos e costumes do brasileiro e que ele considera adequados e naturais, não são os mesmos hábitos e costumes que os brasileiros tinham há cem anos. Além disso, os hábitos e costumes do brasileiro de hoje não são iguais aos hábitos e costumes de um massai que vive no Quênia.

Na atualidade, vivendo as consequências do processo de globalização, existe uma considerável visão da diversidade humana e, neste contexto, tem-se a relevância da compreensão do conceito de cultura, bem como emerge a importância de se entender cada vez mais como são relativos são os nossos julgamentos do que é certo, errado, bom, ruim e assim por diante, pois qualquer elemento de uma cultura que tem um certo significado para um grupo social, pode apresentar outro significado, completamente diferente em outra sociedade.

As Ciências Sociais destacam, então, a necessidade de compreender os indivíduos a partir dos contextos sociais nos quais estes se inserem. Toda sociedade possui a sua cultura própria e isto implica ainda dizer que cada cultura e cada sociedade têm a sua integridade própria, o seu próprio sistema de valores e seus costumes que, por sua vez, geram indivíduos diferentes. Assim, é possível apontar que a cultura compreende a totalidade das criações humanas e inclui ideias, valores, manifestações artísticas, crenças, instituições sociais, conhecimentos científicos e técnicos, instrumentos de trabalho, tipos de vestuário, alimentação, construções etc. Neste sentido, culturas revelam como podem ser diferentes as sociedades e os indivíduos. Entretanto, isto não deve remeter à perspectivas comparativas e graus de valoração. Uma cultura não pode ser dita como melhor ou pior que a outra. Culturas são apenas diferentes umas das outras.

Apesar de toda a diversidade cultural existente no mundo, pode-se verificar que as culturas, ou melhor, os indivíduos, apresentam uma tendência a considerarem seus hábitos, costumes e valores como superiores ou melhores que os dos demais grupos sociais e culturas. Esta tendência, dos indivíduos de uma sociedade julgarem sua própria cultura como superior a outras, é chamada de etnocentrismo. Cabe destacar, no entanto, que as posturas etnocêntricas dificultam as relações entre diferentes povos e, em casos extremos, podem até mesmo levar ao extremo da violência física e do desejo de eliminação do outro. É neste contexto que se inserem os conflitos gerados por preconceito racial, pelo nacionalismo, pela intolerância religiosa, entre outros.

A convivência com o outro passa pela necessidade de respeitar a cultura deste outro, ou seja, as marcas que a sociedade deste outro imprimiu nele e que ele carrega consigo. Por mais que este outro apresente comportamentos e valores que na minha cultura não são aceitos, não cabe a mim julgá-lo e desmerecê-lo com base no que eu acredito e no contexto social no qual me insiro. Uma tradição, um comportamento cultural, deve ser visto e entendido a partir do contexto e da sociedade no qual ele existe e não ser comparado com realidades e contextos estranhos a ele. Diante disso, configura-se o relativismo cultural, que é uma prática oposta ao etnocentrismo. O relativismo se refere à visão pela qual deve ser entendido o comportamento em termos de seu próprio contexto cultural. Isto significa dizer que qualquer cultura só pode ser analisada e compreendida por meio da utilização de seus próprios valores e costumes para julgá-la.

Os conceitos de cultura, etnocentrismo e relativismo cultural são trabalhados no campo das Ciências Sociais, porém, se aplicam às mais diversas áreas. Isto porque dizem respeito à relação com o outro, com o diferente de mim, que pode ter um modo de pensar e viver diferente do meu, mas que, assim como eu, merece ser respeitado e compreendido. Esta forma de pensar, por sua vez, nos leva ao exercício da alteridade, que implica a capacidade de fazer o exercício de se colocar no lugar do outro, a fim de pensar com a cabeça desse outro e para ver o mundo com os olhos dele, sobretudo atentando para a maneira como ele me vê como o outro, o diferente.

Conceitos Fundamentais

Alteridade

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