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Por: Melanie Almeida • 9/12/2017 • Trabalho acadêmico • 893 Palavras (4 Páginas) • 500 Visualizações
Universidade de Évora[pic 1]
Licenciatura em Teatro
Ano Letivo 2017/2018
Oficina de Teatro II
Docente: Ana Támen
Discente: Melanie Almeida
Nº 38302
Análise do Capítulo VII, “Fé e Sentimento da Verdade” da obra Preparação do Ator, de Stanislavski
No âmbito da cadeira de Oficina de Teatro II, foi-nos proposto pela docente a realização de um trabalho teórico de pesquisa, para nos ajudar no processo de criar e trabalhar para o nosso espetáculo de final de semestre, a peça O Sonho, de Strindberg.
Stanislavski foi um destacado ator, diretor, professor e escritor dos séculos XIX e XX. É mundialmente conhecido pelo seu sistema de atuação para atores, onde ensina e explora métodos de treino e preparação, e dos procedimentos dos ensaios. Embora pensadas para o teatro, as suas técnicas são frequentemente utilizadas por atores de cinema e de televisão.
A Preparação do Ator, que teve a sua primeira publicação em 1936, é “(...) um livro-fonte para os que se dedicam ao teatro como profissionais, amadores ou espectadores ativos, e também é um trabalho literário, pois o autor adota recursos emprestados da ficção para trasmitir os seus conceitos e sugestões. Ao ler este livro, o leitor irá descobrir que o ser humano é único em todo o mundo, e que as suas emoções básicas são as mesmas, por mais diferentes que sejam as motivações capazes de despertá-las.” 1
Relativamente ao capítulo que selecionei, estudei-o como o próprio autor nos relata: por aulas. E de cada aula retirei a mensagem principal. O meu capítulo é o VII- “Fé e Sentimento de Verdade”.
Antes da primeira, os alunos estavam agitados, à procura da bolsa de uma colega, enquanto isto acontecia, o diretor observava a turma. Quando finalmente a encontraram, o professor referiu a sinceridade e atenção que todos demonstraram em encontrar a mala da colega. Pediu então que a colocassem no mesmo sítio, e que voltassem a repetir a busca. Aí, a turma não demonstrou qualquer movimento natural, pois todos já sabiam onde é que a bolsa estava, foi tudo muito forçado. E porquê ? Da 1ª vez era um facto real, mas da 2ª era uma falsa imitação da realidade. Nisto, verificou-se que existem dois tipos de verdade e sentimento de crença no que se faz: O que é criado automaticamente, com factos reais e o tipo cénico, que é verdadeiro, mas tem origem no plano da ficção imaginária e artística. Tortsov acrescenta que a verdade no teatro é a verdade cénica, criada pela criatividade do ator. Complemento com uma citação de Tortsov, “(...) Procurem começar o trabalho por dentro, tanto nos aspectos factuais da peça e do cenário como nos aspectos imaginários.” O objetivo é despertar um sentimento de crença na realidade das sensações. Ou seja, a verdade em cena é tudo aquilo em que podemos acreditar com sinceridade, tanto em nós como nos nossos colegas. Sem a verdade e a crença é impossível criar alguma coisa, pois tudo o que acontece em cena deve ser convincente tanto para quem vê como para quem o faz.[pic 2]
Relativamente à crítica, é preciso ter cuidado. Quando criticamos um ator, devemos fazê-lo com sensatez e calmamente. Uma crítica pode originar a falsidade em cena, pois o ator, pois o ator tende em exagerar a verdade.
Quando não se consegue crer numa ação grande há que reduzi-la a proporções cada vez menores até se acreditar, mas tudo isto em circunstâncias normais. Se um detalhe não for convincente, temos de acrescentar mais até criar uma ação ampla em veracidade. O exemplo utilizado foi o de queimar um palho de notas. O aluno começou por atirar as notas para o fogo, o que não pareceu natural, então teve que repartir essa ação em menores, como pegar em cada nota, observá-la, cheirá-la, e atirá-la ao fogo. Aí houve uma conexão entre o ator e o objeto, o que tornou tudo mais credível e real.
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