Preguiça
Resenha: Preguiça. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Avantasia • 11/3/2014 • Resenha • 254 Palavras (2 Páginas) • 178 Visualizações
O belo tem sempre uma dupla dimensão, embora a impressão que se produza seja uma(...).Um elemento eterno, invariável, e um elemento relativo, circunstancial que será, se quisermos, a época, a moda, a moral a paixão.”
Ao trazer para o leitor um topos da arte oitocentista - a Modernidade pelo viés da Beleza -, Baudelaire esgrima com as palavras e traz ao proscênio uma série de questões viscerais para o modelo moderno de estética, composição poética, padrões sociais, além de perfis arquetípicos do artista finissecular.
Mais conhecido pelos poemas do ‘espinhoso’ livro Flores do Mal e pelo que o senso comum tanto nomeia geração maldita, quanto aloca no guarda-chuva semântico da boemia, o poeta francês Charles Baudelaire (1821-1867) era também um vigoroso intérprete de seu tempo. Percepções agudas e leituras sempre poéticas, seus ensaios críticos de arte fervilhavam de construções metafóricas, ministradas em doses racionais. Discurso poético de mãos dadas com a banalidade cotidiana, no cenário desigual da rua, vizinho da marcha em direção ao progresso, Baudelaire constituía-se, ao mesmo tempo, voz dissonante flanando na contramão de seu contexto social. Em Sobre a Modernidade, mais precisamente no ensaio “O pintor da vida moderna”, que constitui o pequeno grande livro, destaca-se a habilidade com que Baudelaire desenha, em pleno século XIX, o esboço de uma Modernidade ambivalente: “O transitório, o efêmero, o contingente é a metade da arte, sendo a outra metade o eterno e o imutável”. Sua leitura prepara um conceito paradoxal de Beleza que se desdobra nas ambivalências, crises e contrastes da Modernidade pós-revolução industrial.
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