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Quernica de Рicasso

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Por:   •  19/11/2013  •  Artigo  •  746 Palavras (3 Páginas)  •  244 Visualizações

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guernica de picassoAs teorias da arte têm por objetivo explicar a natureza da obra de arte em geral. Alguns críticos consideram essa tarefa inevitavelmente fadada ao fracasso. Segundo eles, a arte é um fenômeno demasiado diversificado para que possa ser encontrada uma essência comum a todas as suas manifestações, o que equivale a dizer que não podemos encontrar condições necessárias e suficientes para a sua identificação, ou seja, condições que uma vez presentes nos garantam que estamos diante de obras de arte. O que há de comum, afinal, entre o teto da capela Sixtina e as caixas de supermercado Brillo de Andy Warhol? Muito pouco.

Essa objeção toma uma forma articulada na sugestão, feita por Morris Weitz, de que o conceito de arte não pode ser definido em termos de condições necessárias e suficientes por se tratar de um conceito caracterizado pelo que Wittgenstein chamava de semelhanças de família, tal como os conceitos de jogo, número e religião1. Tais conceitos parecem possuir uma essência comum a todas as suas aplicações, mas na realidade apresentam apenas semelhanças parciais entre uma e outra aplicação, nada possuindo de relevante que seja comum a todas as aplicações. As similaridades entre as aplicações são, em uma metáfora de Wittgenstein, como as cerdas trançadas de um mesmo fio, que apenas parecem percorrer toda a sua extensão2.

Essa objeção pode bem ter a sua importância. Mas é importante notar que a noção de semelhanças de família, se interpretada como exigindo apenas que os objetos de aplicação do conceito possuam semelhanças quaisquer entre si, é incoerente. Qualquer coisa é, em algum aspecto, semelhante a qualquer outra coisa. Como já se notou, o edifício do Empire State e um alfinete são semelhantes no tocante ao fato de serem feitos de material inorgânico e de serem pontudos, o que não nos qualifica a dizer que o Empire State é um alfinete3. Se as semelhanças não forem por algum critério limitadas, conceitos com semelhanças de família tornam-se ilimitadamente aplicáveis, perdendo a sua função classificatória e deixando de fazer qualquer sentido. Um meio de delimitar as semelhanças sem fazer apelo a uma essência comum consiste em estabelecer um paradigma, que consiste um uma série de propriedades para a aplicação do conceito, e no estabelecimento de uma regra criterial exigindo uma compartilhamento mínimo entre as propriedades de um objeto e as propriedades descritas no paradigma. Dessa forma, dois objetos podem não possuir nenhuma propriedade comum e mesmo assim compartilharem suficientemente das propriedades descritas no paradigma para cairem sob o mesmo conceito. Esse poderia ser o caso, por exemplo, do conceito de religião4.

Contudo, se nós considerarmos as coisas dessa maneira, as teorias da arte voltam a fazer sentido, se não como teorias que visam estabelecer condições necessárias e suficientes ou essências comuns, ao menos como teorias que devem estabelecer o paradigma daquilo que chamamos de arte, além das margens de similaridade entre o objeto e o paradigma a serem requeridas para que ele possa ser chamado de obra de arte. O importante passa a ser que essas teorias sejam capazes de iluminar dimensões importantes da obra de arte, as quais constituem o paradigma, além das relações sistemáticas eventualmente existentes entre elas.

Mas há uma outra maneira (não necessariamente conflitante com

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