Resenha do filme "Persépolis"
Por: Lupe's last name • 8/3/2017 • Resenha • 498 Palavras (2 Páginas) • 2.546 Visualizações
Resenha sobre o filme “Persépolis”
Persépolis é uma animação baseada nas HQs de Marjane Satrape, editora e roteirista do filme. A animação conta a história de Marjane, uma iraniana, descendente de um antigo imperador do país, que nasceu na cidade de Rasht. Contada de um ponto de vista, pelo menos inicialmente, infantil a história se desenvolve com bastante criatividade e fantasia.
A história começa em 1978, no Teerã e a personagem principal da história tem 9 anos de idade que por várias vezes durante a história entrou em conflito com Alá, o Deus islâmico. O país enfrenta uma crise política gigantesca, a população está nas ruas pedindo a extinção dos poderes do Shah. A situação foge do controle quando um grupo islâmico extremista assume o poder do país. Após esse fato, um período de total intolerância foi instaurado no Irã, nada que fugisse aos costumes islâmicos era aceito. As mulheres foram obrigadas a utilizar o hijab. Caso alguém tivesse a ousadia de fazer alguma coisa, que não respeitasse as tradições do islamismo, essa pessoa recebia castigos severos do governo. Mesmo com toda a repressão feita pelo governo, a pequena Marjane conseguia escapar dos olhos dos conservadores e acabou descobrindo várias coisas do mundo ocidental, como a banda de Heavy Metal “Iron Maden”, além de aprender ideias esquerdistas com seu tio.
No ano de 1984, aproveitando de uma fragilidade no exército iraniano, o Iraque, comandado por Saddam Hussein, ataca o Irã. Para fortalecer seu exército contra o inimigo externo, o governo iraniano aumentou os ataques aos inimigos internos, aumentando o número de prisões e execuções aos opositores do antigo Shah. Com o aumento da intolerância do governo e, simultaneamente, da rebeldia de Marjane, seus pais decidem leva-la para uma escola em Viena. Já na Áustria, a jovem tem algumas dificuldades iniciais de adaptação, língua e cultura muito diferente, mas com o passar do tempo ela consegue se inserir bem na sociedade ocidental. A adolescente consegue vivenciar tudo o que qualquer outra pessoa da sua idade vivencia, como o amor e suas decepções.
O tempo passa mais um pouco e a protagonista da história acaba sentindo saudades de sua casa e de sua família e acaba decidindo por voltar ao Irã, mesmo que isso signifique ter que usar o hijab que ela tanto odeia, além de ser restrita a tantas outras coisas que ela se acostumou a fazer em Viena. Em sua terra natal, ela passa por outro período difícil de adaptação, porém ela consegue se adaptar novamente e ingressa numa escola de artes e também se casa. Apesar de amar seu país, aos 24 anos de idade, Marjane percebe que não é mais possível, pra ela com toda sua experiência de vida nos costumes ocidentais, viver no Irã, por isso ela decide se mudar para a França e tentar seguir sua vida.
A animação de Satrapi, embora com uma pitada de comédia, nos convida a pensar um pouco sobre a falta de liberdade, principalmente para as mulheres, em sociedades muçulmanas como o Irã.
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