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Romero Brito E A Indústria Cultural

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Por:   •  29/4/2014  •  2.002 Palavras (9 Páginas)  •  2.187 Visualizações

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Romero Britto

e a Indústria Cultural

Sumário

INTRODUÇÃO.....................................................................................................4

A DISCUSSÃO PRINCIPAL: “O ARTÍSTA ROMERO BRITTO E A INDÚSTRIA CULTURAL”).......................................................................................................7

CONCLUSÃO....................................................................................................10

BIBLIOGRAFIA..................................................................................................12

Introdução

A intenção desse trabalho é discutir como Romero Britto aparece no mercado e a sua influência como um artista altamente consumível, considerando a crítica positiva e negativa de suas obras, assim como a sua potencialidade como um produto da indústria cultural. Para início, é importante lembrarmos e nos aprofundarmos um pouco mais na sua história.

Em 1990, o sueco Curt Nycander, um dos altos executivos da vodka Absolut, que até então vinha pegando carona no sucesso de artistas como Andy Warhol, por ela contratados para promover a bebida, achou que estava na hora de promover um desconhecido. Entrando numa galeria, deu com os quadros coloridíssimos do pernambucano Romero Britto, que morava nos Estados Unidos, sobrevivendo como jardineiro e lavador de carros. De uma hora para outra, Britto se viu com 65 mil dólares na conta e seu trabalho em milhões de exemplares de 61 revistas americanas, entre as quais New Yorker, Vanity Fair, Rolling Stone, Art in América, ArtNews, etc. Romero é de origem humilde, e aos 18 anos resolveu tentar a vida nos EUA sem saber exatamente o que esperar. O que conseguiu foi muito maior do que inicialmente imaginado, como já se pôde perceber. Hoje, ele vende quadros por até 120 mil dólares e tem obras nas coleções de Bill Clinton, André Agassi, Whitney Houston, Ted Kennedy, Madonna, Michael Jackson, Arnold Schwarzenegger, Sylvester Stalone, Carlos Menen, Michael Jordan, Elton John, Gloria Estefan e Paloma Picasso, além dos brasileiros Fernando Henrique Cardoso, Xuxa, Fernando Collor e Roberto Marinho. Possui casa à beira de um lago em Miami, apartamento em São Paulo e um sítio no Estado de Nova Iorque.

Romero Britto se considera um “embaixador da alegria”, mas a crítica costuma ser diversa a respeito de seu trabalho, pois muita gente considera suas obras próximas a uma simples produção em massa de ilustrações publicitárias, e outras consideram um trabalho de Arte nitidamente inspirado no cubismo e na arte pop. São essas questões que discutiremos.

A Discussão Principal:

“O Artista Romero Britto e a Indústria Cultural”

Quando se trata de Romero Britto a crítica costuma ser bastante polêmica, e principalmente no Brasil, mal é considerado artista e discute-se muito a qualidade do pintor. Para Agnaldo Farias, o que Romero Britto faz não é arte, porque não provoca nenhum tipo de inquietação. O crítico considera-o mais um ilustrador publicitário que um artista de fato. Já o jornalista pernambucano José de Souza Alencar diz que seus quadros ficam bem decorando quartos infantis.

O diretor do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, do Recife, acha que Britto “dilui uma série de influências coloristas do imaginário da arte pop. Faz isso com competência, é certo, mas criando um trabalho que já nasce inerte, porque se instrumentaliza em se adequar ao senso comum da cultura de massa. Ou seja, oferece o prato que já é esperado e por isso não tem pulso para se impor como um trabalho original”. De fato, o que Aloísio Magalhães afirma faz muito sentido, pois deve-se considerar que por mais agradável esteticamente ele seja, o trabalho de Romero é pensado para agradar visualmente uma maioria e é repetitivo em forma e conteúdo de tal maneira que pode-se considerar como apenas um produto ou marca.

No entanto Romero Britto é bem enfático a respeito de seu trabalho, e em uma entrevista com o jornalista Weydson Barros leal rebate as críticas:

─ “Você é o artista brasileiro de maior sucesso no exterior e, mesmo assim, tem sua arte bastante questionada. Por que você provoca isso?”

Britto: “Eu imagino que entre o público que a minha arte alcança, existe um grupo que vive no passado, e talvez por isso não está aberto a arte pop. Muita gente não entendeu, e até hoje não entende, a ideia da arte pop, e quer que o artista também viva naquele passado em que tinha de sobreviver às custas de uma realeza ou de alguma classe social que mantinha a sua arte. A arte pop busca exatamente atingir o grande público, e eu quero que o maior número de pessoas possível possa desfrutar de minha arte. Quanto mais pessoas interessantes disserem que gostam ou que colecionam a minha pintura é melhor para mim. Se personalidades da sociedade, pessoas que o público admira por seus trabalhos dizem que gostam do meu trabalho, isto quer dizer alguma coisa.”

─ “O artista, em geral, sente a responsabilidade da arte como veículo de contestação. Você sente essa inquietação? Qual o seu papel na história da arte?”

Britto: “Eu estou aqui para fazer arte, não para fazer história. Faço a minha arte, não tenho nada calculado. A história se encarregará disso depois que eu morrer. Sou um poeta das cores. Quero, através da minha arte, passar alegria para as pessoas. No caso das empresas que me procuram para utilizar imagens minhas em seus produtos, por exemplo, estão apenas buscando a mensagem que passo através do meu trabalho.”

─ “Suas referências na pintura situam-se principalmente entre o cubismo e a pop art, através de nomes como Picasso e Andy Warhol. O primeiro é quase uma unanimidade como gênio do século XX, o outro é pura polêmica, inspirando discípulos e detratores. Estaria entre os dois, não só a origem, mas também o resultado de sua obra?”

Britto:

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