Som Diegetico
Resenha: Som Diegetico. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: souza150996 • 19/11/2014 • Resenha • 657 Palavras (3 Páginas) • 274 Visualizações
O acto de investigar e classificar a componente sonora de obras
cinematográficas ou videográficas não tem como objectivo formar uma teoria
que permita compreender a essência e o significado do som em obras de ficção,
mas sim o objectivo de criar uma linguagem de análise e referência que
permita aos criadores nesta área um trabalho mais efectivo e consciente.
Em obras de ficção tipicamente 80% do som final é criado em pós-produção
incluindo diálogos, música, paisagens sonoras e efeitos especiais, o que significa
que quase toda a componente sonora de uma obra de ficção não passa de uma
representação virtual de fenómenos psico-acústicos que têm o objectivo de criar
na audiência a ilusão de um ambiente real e credível.
A criação da componente sonora em cinema/vídeo embora produzida
independentemente, é sempre conduzida em função da imagem e corresponde
normalmente ao último estágio final do processo de produção.
Os objectivos por trás da sonorização passam normalmente por procurar criar
predisposição para as cenas e ajudar/influenciar a interpretação da acção,
preferencialmente sem que os elementos da audiência se apercebam da forma
como estão a ser conduzidos, sendo por este motivo que, paradoxalmente, se
classificam como os melhores efeitos/bandas sonoras aqueles que passam
despercebidos.
Numa primeira análise observando o processo de produção da componente
sonora de uma obra de ficção típica podemos distinguir:
Diálogos: quase sempre gravados posteriormente em estúdio especialmente
em cenas de exterior.
Efeitos Sonoros: tipicamente subdivididos em duas categorias: a paisagem
sonora e os efeitos especiais.
Música: elemento criado com o objectivo de conduzir emocionalmente a
audiência.O Som em Ficção Cinematográfica - Álvaro Barbosa: abarbosa@porto.ucp.pt pág.2
No entanto do ponto de vista de análise do discurso sonoro como forma de
expressão, impõe-se uma perspectiva diferente que não seja orientada por
processos ou técnicas de criação, mas sim pela mensagem transmitida.
1. A Diegese
Na publicação "Teaching the Sound Track - Quarterly Review of Film Studies"
de Novembro de 1976, Claudia Gorbman propôs uma classificação para os
elementos sonoros em cinema na perspectiva narrativa, segundo a qual o som
pode ser diegético1
, não diegético ou meta diegético.
Som Diegético: sonoridades objectivas; todo o universo sonoro que é
perceptível pelos personagens em cena, tais como a paisagem sonora (o som dos
carros numa cidade, o ruído de uma multidão, os pássaros no campo, a música
num bar, etc), ou o diálogo entre personagens. Os sons diegéticos podem
decorrer dentro do enquadramento visual da cena ou não (on screen / off
screen).
Som não Diegético: sonoridades subjectivas; todo o som imposto na cena
que não é percepcionado pelos personagens, mas que tem
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