Uma análise crítica sobre o processo de criação da peça “Inimigos de Classe”

Uma análise crítica sobre o processo de criação da peça “Inimigos de Classe”

Minha escolha de qual disciplina cursar em Artes, no segundo semestre da Escola da Serra, foi teatro. Sempre tive uma afinidade com Artes Cênicas, pois meu irmão tem um grupo teatral e, durante toda a minha vida, acompanhei seu trabalho o qual admiro muito, não só pela sua atuação como ator, mas de muitos outros que trabalham nessa área.

Começamos nosso processo letivo nas aulas de teatro, com diversas dinâmicas grupais, que tiveram muita utilidade para a construção do trabalho final. Essas dinâmicas possibilitaram que perdêssemos um pouco a timidez, possibilitaram que cada aluno conhecesse um ao outro, o modo de cada um atuar etc. Essas dinâmicas também fizeram com que construíssemos uma noção melhor de improviso. Enfim, as dinâmicas foram bastante úteis e interessantes.

Em um segundo momento, tínhamos que pensar em uma proposta de encenação como trabalho final. Então fizemos uma espécie de “tempestade cerebral” a partir da qual surgiram várias propostas até que decidimos trabalhar com um texto proposto pelo nosso professor de teatro, Cauê. O texto se chama “Inimigos de Classe”, escrito pelo dramaturgo inglês Nigel Williams.

O trabalho inicial com o texto partiu da leitura individual e, em seguida, passamos a discuti-lo em sala, debatendo sobre como trabalharíamos com o texto. Como eram muitos alunos e poucos personagens, resolvemos dividir a sala entre alunos que atuariam no elenco e alunos responsáveis pela parte técnica (figurino, luz, trilha sonora etc.), de acordo com a opção de cada um.

Além dessa divisão entre elenco e parte técnica, ainda dividimos o elenco em dois e, durante a peça, os atores iriam trocando de lugar, ou seja, cada personagem seria interpretado por dois atores.

Depois de tudo decidido, o elenco começou a ensaiar, e fomos construindo aos poucos a peça, tirando algumas partes do texto, fazendo críticas construtivas para a melhoria da peça, construindo o cenário, figurino etc. Fomos construindo a peça em conjunto, sempre colocando em grupo as discussões.

No meio da construção da peça, houve algumas mudanças, como por exemplo, a retirada de alguns atores do elenco. Essa retirada foi decidida em conjunto, e ocorreu por motivos de falta aos ensaios e de desinteresse, em alguns casos. Eu, por exemplo, fazia parte do elenco e por que estava faltando a alguns ensaios, o professor e os alunos acharam melhor que eu não integrasse mais o elenco.

Em alguns momentos, avaliei que a peça não estava ficando tão boa do ponto de vista artístico. Talvez por faltar uma compreensão melhor do texto por parte dos atores, talvez porque o elenco ainda não estava conseguindo passar uma sintonia em relação à dinâmica da peça. Houve ensaios que ocorreram mais perto da apresentação final que me impressionaram muito, pois os atores estavam mais familiarizados com o texto, conseguiam, assim, passar uma emoção em suas falas e formar uma boa dinâmica de apresentação.

Infelizmente não tive oportunidade de ver a apresentação final, mas, pelo que pude perceber ao longo do processo e dos últimos ensaios, tenho certeza que ficou muito boa. Acho que poderia ter me dedicado muito mais, não somente quando estava no elenco, mas também poderia ter procurado ajudar em alguma