Felipe jacinto Nyusi, um anonimo na presidencia
Por: DThomas • 13/11/2015 • Artigo • 2.583 Palavras (11 Páginas) • 209 Visualizações
“Um anónimo na Presidência de Moçambique![1]”
Os contornos e o significado da ascensão de Filipe Nyusi à presidente de Moçambique.
«Tomás Mateus T. Nkanhallole»
Sumário:
O presente artigo tem como objectivo central analisar os contornos da ascensão de Felipe Jacinto Nyusi, que tomou posse a 15 de Janeiro do ano corrente, após, sair-se vitorioso no sufrágio universal realizado em 2014, num clima de intranquilidade política e de resultados contestados por parte da oposição. Nyusi ascende sem nenhuma “bagagem” política, diferentemente dos seus opositores directo, tendo suscitado um debate ligado a jogos de interesse por parte de algumas personalidades consideradas apoiantes a eleição de Nyusi. Portanto, tendo em conta estes e mais factores, trona-se pertinente investigar os aspectos subjacentes a ascensão de um “anónimo”[2], principalmente no seio de um partido do gabarito da Frelimo.
Palavras-Chave: NYUSI, ASCENSÃO, contornos, anónimo e desafios: 2015
Introdução
O presente expositivo tem como escopo, analisar os contornos e o significado da ascensão de Filipe Nyusi à presidente de Moçambique, candidato da Frelimo que tomou posse a 15 de Janeiro de 2015. A conjuntura socioeconómica e política nos quais decorreram as eleições de Outubro de 2014 apresentaram-se tanto quanto conturbados.
A nível socioeconómico, importa destacar o alto grau de endividamento externo e interno do pais, valores estes adquiridos para financiar a construção de infra-estruturas e não só. Porém, o dispêndio deste mesmo valor é um aspecto a questionar, na medida em que a divida e paga por todos moçambicanos, enquanto, so alguns insufluem das mesmas politicas publicas exemplo: (EMATUM, a ponte Maputo-catembe, circular de Maputo, estádio do Nacional do Zimpeto), ora, este factor fere o princípio da abrangência de toda política pública, esta não equidade das politicas publicas já esta a ser a causa das constantes revoltas e criador do clima de intranquilidade no pais, que esta sendo capitalizado pela Renamo, portanto, se esta a assistir a uma privação relativa, abordagem esta que explica a violência individual e de grupo tratando o sentimento de privação relativa como sendo o factor mais importante na criação de ressentimentos e na mobilização das pessoas para que adoptem um comportamento violento. No centro destes ressentimentos está a ideia de que a violência resulta de um gap intolerável entre o que as pessoas querem e o que realmente têm e conseguem (PORTO, 2008:59).
A nível político, confortamento armando estre duas forcas beligerantes, (Renamo e o governo da Frelimo), tem marcado a arena política nacional, embora a assinatura de acordos para restaurar a situação passada, os mesmos não si revelaram eficientes.
- Portanto, já grandes desafios a prior são levantados para a governação de Felipe Nyusi, tendo em conta o legado deixado pelo seu antecessor Guebuza, este, muitas vezes denominado de Buldózer[3], e chefe de um governo despesista. Tendo em conta esta prorrogativa o trabalho buscara num primeiro momento trazer o perfil do presidente Nyusi, analisar a sua ascensão que foi motivo de várias interpretações e olhar para o seu governo a quase um ano na presidência da república. Por último trazer os grandes desafios que o mesmo terá de enfrentar.
Perfil de Felipe Jacinto Nyusi.
Maconde, nascido a 9 de Fevereiro de 1959 em Namau, distrito de Mueda, Cabo-Delgado (bastião da Frelimo), Nyusi como muitos jovens na altura dessa região do pais frequentou a escola da Frelimo em Tunduro, tendo depois feito o ensino secundário na Samora Machel-Beira.[4]
Ingressa a Frelimo as 14 anos, onde teve a oportunidade de fazer a sua preparação político-militar em Nachingwea, na Tanzânia.[5]
Depois da independência do país em 1975 entrou para a Universidade Eduardo Mondlane onde começou o curso de Engenharia Electrotécnica, que interrompeu no segundo ano para ir estudar Engenharia Mecânica na antiga Checoslováquia, onde fez o mestrado em Engenharia, em 1990. Em 1999 concluiu uma pós graduação na área de gestão na Victoria University, em Manchester, Inglaterra
Até assumir os comandos da Defesa era administrador executivo da empresa estatal Caminhos de Ferro de Moçambique, desde 2007. Entrou para a empresa em 1992, onde foi também responsável pela região norte. Em paralelo foi presidente de um clube de futebol, o Ferroviário de Nampula, equipa ligada à empresa para qual trabalhava.
Um tecnocrata.
Ao contrário de todos outros Presidentes de Moçambique, Nyusi não fez carreira política, é um tecnocrata por excelência. No seu Curriculum Vitae destaca-se principalmente o seu percurso de gestor empresarial. A denominação de tecnocrata trazido pela primeira vez em 2007 por WILLIAM HENRY SMITH, esta ligada a gestão da coisa pública por parte de profissionais reconhecidos por suas qualidades académicas e práticas exercidas nas suas áreas de actuação.
Contornos da Ascensão a candidato da Frelimo.
O processo que ditou a escolha de Nyusi como candidato do partido Frelimo as eleições presidenciais de 2014, obedeceu a lógica do centralismo democrático do partido. Foi confirmado candidato no dia 2 de Março, é terceiro candidato da Frelimo às eleições presidenciais, desde a introdução do sistema multipartidário no país, em 1994, após vencer, na segunda volta das eleições internas, Luísa Diogo, antiga primeira-ministra, eleições internas estas que para além dos mencionados acima concorriam também (José Pacheco, aires Ali e Alberto Vaquina).
Interpretações: A confirmação de Felipe Nyusi como candidato da Frelimo na altura suscitou debate nos intendidos da matéria, académicos midias assim como sociedade civil, visto que partia para a eleições internas como o “peixe pequeno” diante de “tubarões”. Portanto, Nyusi era tido como o concorrente com menos “bagagem” a nível da política nacional, ou seja, “um anónimo”. Tendo em conta este factor vários quadrantes da sociedade avançavam que o mesmo estaria para defender interesses de certas individualidades já conhecidas no xadrez político moçambicano.
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