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Haroldo de campo

Por:   •  3/5/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  918 Palavras (4 Páginas)  •  292 Visualizações

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Haroldo de Campo propõe uma linha de raciocínio totalmente diferente da de Antonio Candido. Usando alguns artifícios tais como o da desconstrução de Derrida, “desmonta” a teoria proposta por Candido sob Vários aspectos, pois não acredita em uma origem exta da nossa Literatura. Além de passar a levar em conta a participação de Gregório de Mattos e o próprio barroco como sendo de singular importância para a fundação da Literatura Brasileira.

Segundo Haroldo, o fato de Gregório não ter existido literariamente, na concepção de Canido, “em perspectiva histórica”, atesta sua existência. Sendo pois fundado justamente por não ter existido. O fato de Candido não dizer que Gregório “esta”, de certa forma também o funda, pois mesmo quando alguém não está sua ausência é uma presença, como deixa claro o autor.

Para Candido, segundo Haroldo, o fato de nossa literatura ser “galho secundário da portuguesa” que, por sua vez, é “arbusto de segunda ordem” a torna pobre e fraca, desprovida de originalidade, função histórica ou importância social. Ou seja, sem o tripé de: obras, público e autores produzindo uma literatura empenhada e conscientes do seu papel, não há literatura.

O autor diz que esse “arbusto” foi replantado, germinou e floresceu, para, só então, dar origem à nossa literatura. Ou seja, passou por uma imensa transformação, não podendo assim ser taxada como uma mera cópia. E passa a considerar, segundo o conceito metafisico de história, de Derrida, a “necessidade” de marcar um “começo”, meramente formalista, segundo o autor. Toma então como ponto de parida os primeiros trabalhos de Claudio Manuel da Costa, datados de 1750.

Candido na FUNDAÇÃO dizia que uma literatura pare ser nacional tinha que ,necessariamente, ser empenhada, expressiva da realidade, local e elemento positivo de construção nacional

Haroldo também compara o sistema triádico, necessário para a formação da literatura propriamente dita, Segundo Candido, articulado no esquema: produção, recepção e transmissão, com o modelo estrutural desenhado por Roman Jakobson em “Linguistics and Poetics” , que esquematizava as funções da linguagem.

Por meio dessa comparação, a obra de Candido, quando trata de “literatura enquanto sistema” dá muita importância ao tripé (autor, obra e público) enquanto que a mensagem (o texto, a informação, a estética, a obra) não é evidenciada, apesar deste modelo triádico ser muito semelhante com o esquema de Jakobson, a ênfase é dada ao mecanismo transmissor, e não à própria transmissão em si, ou seja, a mensagem.

Para Haroldo quando Candido afirma que o inicio da nossa “verdadeira literatura” se localiza apenas na fase arcádica, trata-se de um processo “retilíneo de abrasileiramento”, como define o Próprio Candido. Já que todo o resto é sumariamente excluído pois, aparentemente não se enquadrava em um determinado “sistema”

Entende-se pois que esse “sequestro” do barroco não ocorre em virtude de uma “orientação histórica” que separa a Literatura propriamente dita das “manifestações literárias” que não tem sistema. Essa exclusão da participação de Gregório Mattos e do próprio barroco no processo de formação é efeito de uma visão do “modelo semiológico”, articulado por Candido. Modelo esse que, segundo Haroldo, enfatiza os aspectos “comunicacional” e “integrativo” da atividade literária. Assim sendo, já que o barroco em seu modelo enfatiza a função poética e a função metalinguística, acabe sendo deixado de lado.

Segundo o autor, o modelo de história privilegiado por Candido, o evolutivo-linear-integrativa, que zela pela tradição, é, necessariamente, redutor. Nas palavras de Haroldo “o que nele não cabe é posto à parte e rotulado de “manifestação literária”, por oposição à literatura propriamente dita, à literatura enquanto sistema.

Haroldo expõe que são usados argumentos “quantitativos”, e não se poderia ignorar essas “manifestações”, ainda que veiculados por meios peculiares à época, também tinham público (independente da quantidade). Afinal são de autoria de poetas que estão entre os maiores nomes de nossa literatura, como Gregório e Pe Viera, segundo o autor.

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