O Darwinismo Social como influência ao Imperialismo
Por: Leticia Garzon • 21/11/2016 • Trabalho acadêmico • 942 Palavras (4 Páginas) • 941 Visualizações
O Darwinismo Social como influência ao Imperialismo
A expansão marítima e a colonização de terras da América, Ásia e África levanta novas questões acerca das diferenças entre os homens. Isto é, começam a surgir teorias buscando uma explicação para a suposta “inferioridade” dos povos que habitavam essas regiões. Um dos principais debates acerca dessas questões é o de teorias como Monogeismo X Poligeismo. A primeira, que foi de certa forma dominante até meados do século XIX, pregava que o homem tem uma origem única, e as diferenças entre os humanos seriam “produtos da degeneração”, como dito no texto “O Espetáculo das Raças, de Lila Moritz Schwarcz. Além disso, há a noção de virtualidade, que partia do princípio de que a história da humanidade era como um gradiente, em que cada diferença era vista como traço da evolução, que partia do seu ponto máximo(o indivíduo mais perfeito) ao seu ponto mínimo (o menos perfeito).
Em contrapartida, a partir de meados do século XIX, começou a crescer o número de adeptos a hipótese poligenista, principalmente devido a uma certa sofisticação das ciências biológicas. Essa hipótese partia do pressuposto que as diferenças encontradas nos humanos poderia ser explicada pela “existência de vários centros de criação”, como é citado no texto de Lila Moritz Scwarcz. Ou seja, para os adeptos a essa hipótese, a humanidade não é uma, e sim diferentes raças.
Em 1859, quando Charles Darwin divulga “A origem das espécies”, ganhou muito respeito na época. e tanto monogeistas e poligeistas procuraram adaptar-se aos estudos de Darwin. Os monogeistas, então, alegam que de fato havia um ancestral em comum entre as diferenças entre as raças humanas. Porém, na concepção deles, o tempo que havia passado teria sido suficiente para adquirirem diferentes aptidões e heranças. Aos poucos, os poligenistas foram minimizando a hipótese de um origem comum e focavam na questão determinista. Ou seja, mesmo interpretando Darwin, as conclusões poligenistas fugiam do original produzido pelo autor.
Nessa visão, os mestiços entre as raças, eram vistos de forma pessimista. Para os poligesnistas, todas as raças eram vistas como “fenômenos finais”, fazendo assim, com que qualquer cruzamento fosse visto como um desvio a esse projeto final, um erro. Além disso, eles ainda pregavam que em um cruzamento geraria sempre um hibrido que adquirira somente os defeitos e não as qualidades dos ancestrais. Isso é mais um exemplo do desvio em relação ao projeto original de Darwin.
Junto a esse movimento, surgiu o movimento de Eugenia, que incentiva políticas sociais para interver a miscigenação. E esse processo aconteceria nas sociedades formadas por “raças puras”. Como diz Lila Moritz em seu texto, “esses teóricos acreditavam que o bom desenvolvimento de uma nação seria resultado, quase imediato, de uma sua conformação racial pura.”
Na esfera política, o darwinismo foi crucial para as ações das potencias europeias na Ásia e na África. Isto é, o discurso darwinista social e poligenista de certa forma legitimaram o Imperialismo e também o neocolonialismo. A noção de “seleção natural” no seu cunho social foi usada com o objetivo de uma espécie de missão civilizadora da raça superior branca europeia sobre as demais sociedades. Todo esse discurso, então, legitimou a exploração política e econômica imperialista nos continentes africano e asiático até a década de 1960, além de ser um fator responsável pela miséria e fome existentes em muitos países africanos.
É importante destacar, que mesmo legitimando suas ações no Darwinismo Social, as potências europeias muitas vezes fugiam do próprio conceito original de Darwin. Isto é, ao mesmo que diminuíam as importância da hipótese da existência de um ancestral em comum, também a subvertiam que o cruzamento entre raças sempre seria
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