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RESENHA DO FILME QUE HORAS ELA VOLTA?

Por:   •  25/9/2022  •  Resenha  •  871 Palavras (4 Páginas)  •  170 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE[pic 1]

CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS – CESA

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – BACHARELADO

DIREITO PÚBLICO E PRIVADO

Prof ° José Mauro Lima Feitosa

ALUNA: Tayane da Silva Sousa – 1627009

RESENHA DO FILME QUE HORAS ELA VOLTA? (2015)

A produção de Anna Muylaert, conhecida pelos curtas-metragens e trabalho de roteirização de programas, traz a história de uma nordestina, Val, que vai para São Paulo a fim de poder proporcionar melhores condições de vida para sua filha que permanece sob os cuidados de parentes, trabalhando como babá e realizando serviços de casa para um casal classe média da capital paulista.

Alguns anos depois, a filha de Val, Jessica, pede que a mãe lhe ajude a ficar na capital paulista até que faça a prova de vestibular, assim a jovem passa a sua estadia na casa dos patrões de sua mãe. A obra se desenvolve a partir da chegada de Jessica, e o que a sua presença desencadeia. A menina tem uma personalidade forte, é inteligente, e possui certa genialidade ao fazer questionamentos, o que causa estranheza em sua mãe (afinal ambas já estavam a muitos anos longe, que a mãe pouco conhecia da filha) e também desperta o interesse dos outros.

O filme evidencia de forma clara a desigualdade entre os personagens, Val desde muito tempo estava acostumada com o tratamento diferente pelos outros moradores da casa, sem questionar o porquê das coisas que lhe eram oferecidas não atenderem ao mesmo padrão das que eram destinadas aos seus patrões, desde o sorvete que podia ser consumido até poder frequentar a piscina da casa. Outros enredos surgem durante o desenvolvimento, estes servem para nutrir ainda mais os pontos da divisão social que existem presentes no longa.

        O formato como a história é apresentada permite enxergar nitidamente o espelho da sociedade em que vivemos uma mulher nordestina que sai de sua terra natal em busca de emprego, geralmente subemprego que não lhe possibilita crescimento, mas que atende as necessidades básicas então considerando que a atual situação dessa mulher não a deixa ser exigente, ela aceita a oferta que lhe parece mais segura para conseguir viver nesse novo ambiente (quando o trabalhador garante a moradia no emprego) e que vá poder ajudar seus dependentes.

        A quebra do paradigma sobre como que Val se enxerga no papel de indivíduo em seu emprego acontece depois da chegada de Jessica, que viaja para São Paulo com a intenção de fazer vestibular, a menina possui uma perspectiva diferente do que sua mãe acredita ser o mais adequado, quando questionada pelos donos da casa sobre suas escolhas para o futuro ela demonstra firmeza, e confiança no que diz, não deixa criar uma escala de inferioridade (por ser de outro estado, não ter as mesmas oportunidades que as outras pessoas).

         Val, enquanto pessoa estava mais invisível pra si e para os outros, como morava na casa dos patrões e pouco vivia pra si, a maior parte de seu tempo era como empregada, servindo e recebendo ordens, também sempre com a ideia utópica de não ser tratada exatamente como uma empregada e sim como “parte da família”. Depois que começa a perceber a sua invisibilidade, ela decide sair do lugar que por muito tempo era considerado por ela seu “cantinho” e que na realidade não passava de um pequeno espaço na casa que mostra em forma física a divisão social.

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