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Resenha Filme Documentário

Por:   •  25/7/2022  •  Resenha  •  602 Palavras (3 Páginas)  •  129 Visualizações

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A cidade de Toritama, é conhecida como a capital do jeans. E se no Brasil colônia o

ouro era amarelo e retirado de minas de Minas gerais, na cidade do agreste

Pernambucano o ouro é azul e ainda representa a mesma esperança do ouro das minas: a

libertação do trabalho compulsivo e da riqueza que garante o direito de parar.

Nas garagens encontram-se as “facções”, “fábricas” improvisadas onde pessoas

trabalham sem parar e repetem orgulhosos que ali “ tudo é produção, não pode

conversar”. Todos se declaram como chefes de si mesmo, a cidade é composta por

patrões, ainda que, para ganhar cem reais, seja necessário costurar mil “bocas de bolso”.

Onde o filho que ainda não sabe falar, já vislumbra usar a máquina de costura enquanto

ela fica vaga na hora do almoço, porque não existe a separação da vida pessoal e

privada do trabalho. Não existe vida privada, só existe trabalho.

A meritocracia os fez agradecer pela saúde, que permite trabalharem num regime de

doze horas ininterruptas. A ideologia do empreendedorismo emprestou os termos

“patrão”, “chefe”, “dono”, para que trabalhassem mais por menos dinheiro e um

acúmulo maior de sonhos que não serão realizados, para que o morador que sai de

Toritama volte atraído pelo jeans e morra achando que trabalhou compulsoriamente para

si mesmo, que, assim como um garimpeiro, se atira num garimpo por um pedaço de

sonho que nunca se concretiza.

Em Toritama “ninguém manda em você”, só o tempo, o trabalho, o dinheiro e o

carnaval. Esse vende os móveis de sua casa porque o tempo ócio é sedutor para quem

só conhece o barulho ininterrupto e ensurdecedor da máquina de costura. Que só não é

mais duro que a realidade de vender sua geladeira por trezentos reais para passar alguns

dias na praia.

O homem usando um boné de flores com o escrito “Hard Work” - trabalho duro -,

vestindo trabalho, a “camisa” da “empresa”, mostra a despersonalização do homem ao

trabalho, o corpo que se torna capital. O capitalismo em sua forma mais pura de

controle do inconsciente, que opera na ausência de estruturas de apoio, se tornando esse

a base da existência da sociedade contemporânea. E o olhar é parecido, de quem pede

que o tempo de trégua e resolva parar.

Léo, que se apresenta como “trabalho”, se constrange ao ser filmado dormindo,

necessidade

...

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