Resenha do Filme Roma
Por: IsaZaniboni • 12/3/2019 • Resenha • 490 Palavras (2 Páginas) • 314 Visualizações
Nomes: Isabella Zaniboni Luiz e Ana Flávia Lacerda[pic 1]
1º ano de enfermagem, Turma XXIX – FAMERP
Professora: Profª. Dra. Maria de Lourdes Sperli Geraldes Santos.
Resenha sobre o filme Roma.
“Roma”, o filme cujo nome é dado em virtude ao bairro de classe média da Cidade do México em que se viveu Alfonso Cuarón, o diretor do longa-metragem, relata a história no ponto de vista de Cleo: uma mulher de origem indígena que trabalha como babá e doméstica junto à Adela, na casa de uma família classe média, no México de 1970. A obra é uma bela homenagem a Libo Rodríguez, a mulher que trabalhava na casa em que Cuarón viveu sua infância.
O longa é uma produção intimista e minimalista, filmado inteiramente em preto e branco, mas com uma qualidade excepcional, segundo o diretor, a ideia não era fazer um filme que parecesse vintage/velho, mas sim fazer um filme moderno que mergulhasse no passado, utilizando um “preto e branco contemporâneo”.
O mesmo expressa múltiplas realidades sociais que são reconhecidas até os dias atuais, como por exemplo a relação patrão-empregado, à qual expõe o patrão como sujeito ativo, que trata seu empregado conforme suas vontades e necessidades, e o empregado como sujeito passivo submisso ao patrão, assim como é explícito na seguinte frase: “Às vezes, Cleo existe, às vezes não. Cleo, a heroína é também resignação e ausência.”
Outra realidade é o abandono paterno, que ocorre em dois momentos do filme, tendo significativas consequências, e revelando a sociedade machista que predominava na época: no primeiro momento a falta de responsabilidade do pai, que ao sair de casa, utiliza falsas justificativas de falta de dinheiro, a fim de não ajudar nas despesas dos filhos; no segundo momento, o homem que se recusa assumir a gravidez de Cleo, e à cala com ameaças e humilhações.
A violência, outro problema social, é apresentada principalmente na cena que representa o massacre de Corpus Christi, que começou com protesto de estudantes e professores por mais investimentos em educação e pela libertação de presos políticos e resultou na morte de centenas de pessoas ocasionadas pela repressão do governo que enviou soldados treinados pela CIA (grupo paramilitar financiado pelo Estado conhecido como Halcones), na década de 70.
O desfecho é dado através de uma cena cotidiana que nos traz a sensação de ciclo/rotina, ao conectar as primeiras e as últimas cenas, deixando a entender que a vida continua apesar de todos os impasses. Logo no início, vemos Cleo lavando a garagem com um balde e o reflexo de um avião passando na poça de água, já no encerramento, o foco é o avião atravessando o céu. A metáfora do avião possui um forte significado, representando a distância da realidade da doméstica, que vive no mesmo âmbito dos mexicanos ricos sem nunca poder voar tão alto, pois mesmo sendo tratada em algumas cenas como "membro da família" há suas restrições.
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