Sociologia Escritos de Educação
Por: brunocastrobraga • 11/7/2023 • Trabalho acadêmico • 354 Palavras (2 Páginas) • 65 Visualizações
Mediante a análise feita do capítulo II do livro "Escritos de Educação", intitulado "A escola conservadora: as desigualdades frente à escola e à cultura" Pierre Bourdieu discute as desigualdades que existem dentro do sistema educacional e a influência da cultura dominante na construção das noções de mérito e sucesso, ou seja, é uma reflexão profunda sobre o modo utilizado pela escola para reproduzir as desigualdades existentes na sociedade. Nota-se que segundo Bourdieu, a escola, ao invés de ser um instrumento de transformação social, é na verdade um conservadorismo institucionalizado que visa a manutenção e legitimação das desigualdades sociais.
Primeiramente verifica-se que uma das principais críticas de Bourdieu à escola é o seu papel na seleção social, já que esta instituição é responsável por selecionar e premiar um determinado tipo de capital cultural. Neste sentido, aqueles indivíduos que possuem um capital cultural semelhante ao valorizado pela escola terão mais oportunidades de sucesso escolar e, consequentemente, melhores oportunidades no mercado de trabalho. Como se pode ver, a escola acaba por manter as desigualdades sociais e econômicas, pois recompensa os que já possuem capital cultural dominante.
O segundo ponto importante destacado pelo autor é a relação conflituosa que a escola possui com a cultura popular. Bourdieu argumenta que, devido à valorização do capital cultural erudito, a escola apresenta um comportamento muita das vezes elitista, ou seja, tende valorizar uma classe economicamente mais favorecida que a outra. Por outras palavras tal comportamento acaba por legitimar a construção de uma cultura superior, distinta da cultura popular, e mais valorizada. Além disso, tal diferenciação cultural distorce ainda mais as desigualdades e perpetua a divisão de classes.
Em síntese, a reflexão de Bourdieu sobre a escola conservadora apresenta uma crítica profunda à forma como a escola é estruturada, mostrando que ela não é capaz de promover a igualdade de oportunidades e de construir uma sociedade justa. Enfim, sua análise revela que a escola é o principal instrumento criador e veiculador de uma cultura que legitima as desigualdades e a exclusão social. Então é necessário, portanto, a implementação de uma transformação estrutural nas instituições educacionais, a fim de criar uma sociedade mais justa e igualitária.
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