A Administração Entre A Tradição E A Renovação
Trabalho Escolar: A Administração Entre A Tradição E A Renovação. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Giselleiborges • 15/4/2014 • 1.382 Palavras (6 Páginas) • 474 Visualizações
AKTOUF, O. A administração entre a tradição e a renovação. São Paulo: Atlas, 1996. Cap. 1 – Noção de Administração Tradicional, pp25-36.
O autor define administração como sendo uma série de atividades integradas e interdependentes, destinadas a permitir que certa combinação de meios (financeiros, humanos, materiais, etc.) possa gerar uma produção de bens ou serviços economicamente e socialmente úteis e, se possível para a empresa, com finalidade lucrativa, rentáveis.
As mais clássicas definições que se referem às tarefas em série do administrador contém palavras como “arranjar”, “modificar”, “tomar cuidado de”, “conduzir”, “governar”, “manipular”, etc. Após Fayol, em 1916, não encontramos nada melhor que o “PODC”, que resume as coordenadas do trabalho do dirigente: planejar, organizar, dirigir e controlar.
A maioria dos autores em administração tratam da função de dirigente e da organização como se ela tivesse sempre existido de uma mesma maneira. Sendo assim, considera que as cavernas em que o homem pré-histórico talhava a pedra eram “organizadas” de maneira muito próxima à produção em série, com operários especializados, seqüências “racionais” e supervisão especializada. De forma semelhante como se tende a crer que o sistema do mandarinato chinês eram “burocracias” dotadas de estruturas funcionais departamentalizadas e com várias “divisões”, dotadas de um espírito racional e orientado em direção à “eficácia”.
Essa visão considera que a empresa atual, a administração e o administrador moderno sejam fruto de uma longa evolução histórica tão velha quanto a evolução da humanidade.
A partir da Revolução Industrial ocorrida nos séculos XVII e XIX, houve uma mudança radical, sobretudo no que se refere à conduta e à organização do trabalho. A habilidade mais valorizada no administrador aparecia como uma nova capacidade de organizar, subdividir, de disciplinar e de supervisionar o trabalho de dezenas de pessoas sem qualificações específicas e essa habilidade que vai permitir obter mais e sempre mais do trabalho.
A supervisão era feita com armas, chicotes e pressionar sem descanso. Mas, pouco a pouco, com o aumento da complexidade dos contextos e das operações, com as lutas operárias, os sindicatos, as leis sociais sobre o trabalho e a concorrência, somente a função de controle-supervisão não era mais suficiente, sendo necessária a evolução da função do administrador.
Atualmente o trabalho do administrador consolida a atividade de vários especialistas que contribuíram para evolução da atividade de acordo com a necessidade do momento.
A “administração tradicional” ou “clássica” ou, ainda, “ortodoxa” consiste na sistematização, a medida do seu aparecimento, das diferentes práticas a que tinham recorrido os dirigentes para conduzirem seus negócios, cercando essas práticas de todas as espécies de justificativas e apoiando-se em ferramentas, princípios e teorias requisitados de diferentes ciências ou com pretensões científicas.
A sistematização inicial das idéias, convicções e práticas dos industriais no início do século desenvolveu-se de maneira natural em harmonia com as crenças fundamentais de diferentes épocas.
A disciplina mais rígida, a especialização mais favorecida, a divisão do trabalho mais detalhada e, enfim, a racionalidade, o cálculo científico e a previsão meticulosa são responsáveis pelo sucesso com fundamentação científica.
Vários autores contribuíram muito para a ciência administrativa, tais como Smith no fim do século XVIII, Comte no século XIX, para o “espírito científico” positivista e, mais tarde, no início do século XX, Durkheim para a divisão e a especialização do trabalho, Weber para o triunfo da racionalidade e da legitimidade da autoridade unilateral dentro de uma organização racional, e, enfim, naturalmente, Taylor e Fayol, de um lado, para a concepção individualista e econômica restrita dos determinantes do comportamento humano e, de outro lado, para a fé inabalável nas virtudes do planejamento, da disciplina e da ordem.
As metáforas e os modelos mais sólidos do pensamento administrativo clássico, são o exército e a máquina, e a colméia ou o formigueiro que simbolizam a previsibilidade, a disciplina, a ordem, a divisão minuciosa do trabalho, a especialização detalhada das funções, a lógica mecânica, a conduta racional, a constância do esforço, a obediência dócil, etc. (Morgan, 1989).
A administração clássica está enraizada destes modelos em que a eficácia é sinônimo de disciplina e de obediência como no exército, de causalidades “científicas” indiscutíveis como na máquina, de especialização e da subdivisão de tarefas com base na pressão, como em um formigueiro, e, enfim de manipulação de provocações e determinantes econômicas, que são os pressupostos dos comportamentos de cada um (ser humano trabalha somente para maximizar seus ganhos pessoais).
Os modelos tradicionais são legítimos e compreensíveis dentro do pensamento administrativo considerando a época de suas aparições. Atualmente são considerados bem mais obstáculos que fatores de eficácia pois originam concepções de seres humanos e relações de trabalho que são carregadas de conseqüências negativas para o desempenho empresarial e para a produtividade dos empregados.
No pensamento administrativo na administração tradicional a respeito dos empregados e das relações gerente-subordinado existe a convicção de que toda atividade deve ser supervisionada, verificada e controlada por um chefe cuja eficácia será medida por sua capacidade de ser obedecido, por sua “capacidade de comando”.
A partir da crise de 1929 a literatura vai diferenciar a conotação militarista da administração do início do século e enriquecer um pouco o referencial teórico com a popularização da imagem do “líder”,
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