A EXPERIÊNCIA VIVIDA DO NEGRO
Por: Samuel Santos • 15/11/2022 • Dissertação • 859 Palavras (4 Páginas) • 117 Visualizações
A EXPERIÊNCIA VIVIDA DO NEGRO
Nesse livro o autor se impõe no lugar das pessoas negras, assim sendo um livro de primeira pessoa e assim contando uma narrativa como se o caso acontecesse com ele. Nos primeiros parágrafos já vem dizendo uma frase afirmativa “preto sujo” e “Olhe, um preto”, logo após ele veio com uma ideia de viver no novo mundo, mas com as atitudes racistas que tem no convívio fica indignado com as situações e diz no texto que ele “explodiu de raiva” e percebeu que as pessoas negras o único momento de paz, longe de olhares e desses preconceitos seriam quando elas estivessem em seu lar, onde que lá eles fogem dessas situações. E que os negros tiveram de se situar em dois sistemas de referências, a sua metafísica ou, menos pretensiosamente, seus costumes e instâncias de referência foram abolidos porque estavam em contradição com uma civilização que não conheciam e que lhes foi imposta.
Diz também que o negro no século XX, ignora o momento de sua inferioridade passa pelo crivo do outro, e que as pessoas discutem problema negro com amigos, dificilmente com negros americanos, e pequenas falhas entre a békaille, a mulatada e a negrada, e naquela época contentávamos em compreender intelectualmente essas divergências, mas diz que não era de muito interesse. Até certo ponto, pois mais futuramente os pretos tiveram de enfrentar o olhar branco, onde que é um peso que os oprime todos os negros. No mundo do Branco o negro fica com a dificuldade para expor seu corpo, e ficam na consciência que aquele corpo negro é dispensável, ou seja, o negro logo nega o seu próprio corpo, tendo aquela consciência de incerteza, e assim cada movimento que vai fazer é um movimento com insegurança e incerteza, com muita cautela, eles achando que o corpo de si e o mundo se estabelece uma barreira.
E assim vem uma ideia de soro para clareamento da pele, pois os negros não suportava mais esse peso que eles carregavam de maldição corporal.
O autor diz frases que ele chama de “ esquema corporal”, um esquema histórico- racial, e logo a frente ele dizia o que sentia;
“Olhe, um preto! ” Era um stimulus externo, me futucando quando eu passava. Eu esboçava um sorriso.
“Olhe, um preto! ” É verdade, eu me divertia.
“Olhe, um preto! ” O círculo fechava-se pouco a pouco. Eu me divertia abertamente.
“Mamãe, olhe o preto, estou com medo! ” Medo! Medo! E começavam a me temer. Quis gargalhar até sufocar, mas isso tornou-se impossível.
Logo após dessas citações do autor, ele diz que já não o afetava mais e ele ia se divertindo a cada vez mais.
Bom, nesse texto de pode-se observar que o autor se passa por uma pessoa negra e que por se passar por uma pessoa negra acaba sofrendo muitos preconceitos e assim ele não suporta, o autor demostra também uma inquietude quanto o seu não reconhecimento por outra pessoa em relação a si mesmo, também discute que não há um reconhecimento do negro colonizado como pessoa humana, mas para o olhar do branco ele passa ser apenas um objeto com valor agregado. Ele também compara classes e raças, uma ideia do sociólogo Karl Marx, onde que a teoria que a classe se sobrepõe em relação a raça, ideia a qual o autor mostra. Mostra também a cor branca como uma amenização ou redução dos traços negroides, como o apagamento da história dos povos negros mais antigos. Traz uma perspectiva média e biológica, onde que uma raça representa o estágio evolutivo em grau mais elevado que a outra, ou seja, a raça branca é a mais superior comparada as outras. Conceitua, segundo Sir Alan Burns, “Preconceito de cor”: como uma raiva irracional do branco em relação ao negro. Fazendo um contraponto com a fala de Sartre em relação ao povo judeu e a religião católica. Ocorrendo ainda uma batalha interior entre a Razão e a Emoção (racional x irracional), onde a poesia de Aimé Cesairé e Leopold Seghor dão vazão a todo esse lado irracional do pensamento de Fanon. Foca nas formas de resistência à branquitude entre negras e negros que desenvolvem e abraçam a “consciência negra”.
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