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A Guerra Do Fogo

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Por:   •  6/11/2014  •  1.206 Palavras (5 Páginas)  •  1.006 Visualizações

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Neste trabalho, temos como objetivo analisar o desenvolvimento do serhumano, dado desde as primeiras civilizações, através de uma leitura do filme “A Guerra do Fogo”, de 1981, e com base nas ideias apresentadas nos textos"A atividade consciente do Homem e suas raízes histórico-sociais” (1991), de A. R. Luria, "O Homem e a Cultura" (1978), de Alexis Leontiev e "Interação entre aprendizagem e desenvolvimento" (1989), de L.S. Vygotsky.

No filme citado, é mostrado dois grupos de hominídeos, no período da pré-história. A primeira tribo comunicava-se através de gestos e grunhidos, habitavam em cavernas e não dominava a técnica de produzir o fogo, que era essencial para sua sobrevivência e por isso mantinham sempre acessa a única chama, usada como fonte. As cenas iniciais do filme retratam uma batalha travada entre essa tribo e um terceiro grupo, que visavam apropriar-se dessa chama única, na qual foram usados instrumentos não tão complexos, como pedras, além da força física. Posteriormente, a chama do primeiro grupo é apagada e isso faz com que três membros da tribo saiam em busca de outra fonte de fogo. Durante a busca, eles se deparam com outra tribo com a qual guerreiam e saem vitoriosos. Uma das prisioneiras da tribo derrotada une-se aos três membros do primeiro grupo e segue com eles na jornada pelo fogo. Tal prisioneira pertence à segunda tribo retratada no filme, que apresenta formas mais avançadas de organização, instrumentos mais complexos, além de habitarem em cabanas e dominarem a técnica de produção do fogo. Quando a primeira tribo entra em contato com a segunda, notam hábitos diferentes, bem como uma linguagem mais elaborada e utilização de instrumentos mais complexos e, principalmente, aprendem o domínio da técnica de produção do fogo.

Assim, podemos observar neste filme pontos que se relacionam com os textos já citados, por apresentar episódios de desenvolvimento da linguagem, apropriação de novas técnicas, refletindo,assim, o homem como um ser histórico-social.

Pode-se observar ainda que em “O Homem e a Cultura” (1978), Leontiev apontou uma série de três estágios que compreende o desenvolvimento do homem. No primeiro estágio, que é o da preparação biológica do homem, este é regido principalmente por fatores biológicos, enquanto no segundo estágio, apesar de ainda estarem presentes fatores biológicos outros elementos aparecem no desenvolvimento, sendo que o desenvolvimento biológico torna-se dependente do desenvolvimento da produção. Esses elementos são formados por fatores sócio históricos, como por exemplo, a criação de instrumentos, comunicação e a existência de uma divisão social, fatores esses que podemos observar em cenas do filme “A Guerra do Fogo” (1981), como quando eles aprendem a usar a flecha e quando eles se reúnem para decidir quem sairia em busca do fogo. O terceiro estágio, por sua vez, diz respeito a um homem que não é regido mais pelas leis biológicas, mas, sendo capaz de modificar o meio favor, é regido pelas leis sócio históricas.

No texto “A atividade consciente do Homem e suas raízes histórico-sociais”(1991), Luria expõe que enquanto os demais animais possuem duas fontes para seus comportamentos, os programas hereditários, biologicamente definidos, e os resultados da experiência individual, o homem tem, além dessas fontes, a assimilação da experiência de toda humanidade que é acumulada no processo histórico-social e pela qual pode adquirir a maioria dos seus conhecimentos e habilidades. Assim, no contato com o outro, ou seja, através de experiências histórico-sociais, é que o homem assimila e é capaz de aprender novas habilidades e comportamentos. Desse modo, como é mostrado no texto “O Homem e a Cultura”(1978), de Leontiev, e de acordo com a ciência progressista, o homem é um ser de natureza social, que tudo o que tem de humano nele provém da sua vida em sociedade. O texto “Interação entre aprendizado e desenvolvimento” (1989), também mostra a importância do outro no processo de aprendizado, ao apontar como a orientação ou a colaboração daqueles que já dominam determinada atividade podem atuar como mediadores para aqueles que ainda não a dominam, através da imitação, dada no nível da Zona de Desenvolvimento Proximal. Neste mesmo texto, “Interação entre aprendizado e desenvolvimento”, vemos também que o aprendizado não é desenvolvimento, porém o aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental, logo o aprendizado é um aspecto necessário no processo de desenvolvimento das funções psicológicas culturalmente organizadas e humanas

No filme podemos notar esse processo de aprendizado e de assimilação nas cenas que mostram como os integrantes da primeira tribo desconheciam atitudes, como por exemplo, a de sorrir, reagindo,

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