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A Guerra fria terminou quando o império soviético ruiu de vez.

Por:   •  14/12/2017  •  Artigo  •  1.098 Palavras (5 Páginas)  •  348 Visualizações

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A Guerra fria terminou quando o império soviético rui em definitivo, tendo como marco histórico a queda do Muro de Berlim em novembro de 1989. O fim da URSS teve e continua tendo, consequências políticas e econômicas em todo o mundo.

A rivalidade USA/URSS condicionou a política internacional e a economia capitalista do pós-guerra, onde o fantasma da Guerra Fria ainda reside de forma inconsciente no imaginário global.

O final da Guerra Fria reside no período compreendido entre o final dos anos 1970 e início dos anos 1980. Até esta época a União Soviética e os Estados Unidos vinham travando uma batalha pela hegemonia mundial que envolvia entre seus principais fatores a economia, a estratégia militar e o desenvolvimento tecnológico. Por muitos anos a disputa permaneceu praticamente empatada, sem vencedores. No início dos anos 1980 a situação começou a mudar de figura, era a derrocada da URSS se apresentando em resultados negativos de políticas internas mal elaboradas.

As várias crises de alimentos; o aumento da burocracia; a falta de modernização dos procedimentos e ausência de recursos para investimento em novos equipamentos; a insurgência de Intelectuais reclamando mais liberdade e suas consequentes prisões; o posicionamento do ocidente a favor desses intelectuais, com intuito claro de desestabilizar o regime; a corrida armamentista com os Estados Unidos, desviando recursos de outras áreas vitais à população; a crescentes revoltas nas diversas repúblicas, resultado de uma gradual oposição ao regime. Tudo isso aliado a acelerada política armamentista americana colocaram em cheque a saúde do já combalido socialismo moscovita.

Um dos últimos suspiros vem com a Guerra do Afeganistão (1979-1989). A guerra contra o Taliban, que vinte anos mais tarde se tornaria o grande inimigo dos Estados Unidos, demandou investimentos insuportáveis pelos russos. Com a crescente perda de soldados russos a população passou a se opor a política externa de seu governo. A guerra do Afeganistão ficou conhecida como “o Vietnã soviético”. De acordo com a política americana onde o inimigo do meu inimigo é meu amigo, os Talibans foram treinados, armados e apoiados estrategicamente pelos americanos e seus aliados, através de seu serviços secreto, a CIA. A guerra do Afeganistão aumenta a crise econômica da URSS e contribui com falência do regime.

Enquanto a economia socialista se afogava em burocracia e baixa eficiência, na vitrine capitalista os EUA alimentavam o embrião neoliberal. A livre concorrência entre as empresas no sistema capitalista fazia com que a cada momento fossem desenvolvidas novas tecnologias e produtos. Surge a máxima da “destruição criativa”, onde novos produtos, novas empresas, substituíam as antigas, criando novos paradigmas de produção e consumo que seguiam para serem substituídos pela próxima onda inovadora.

Estava lançada a era da reaganomics, o protótipo do neoliberalismo, produto da escola econômica de Chicago. Esta política econômica, também aplicada pela primeira ministra Margareth Thatcher na Inglaterra e no Chile de Pinochet, tinha como pressuposto básico um estado mínimo, a hegemonia da economia de mercado e a redução dos benefícios sociais. O objetivo era acabar com o estado de bem estar social, permitindo que “a mão invisível do mercado” (a lei da oferta e da procura) regulasse as relações. O que talvez não tenhamos observado quanto à obstinação neoliberal em acabar com o estado Thomas Hobbes em seu Leviatã viu muito bem. O homem precisa de uma instancia que o controle, caso contrário este regride a seu estado de natureza e se torna lobo do próprio homem. Com a consequente redução da ação do estado na economia os EUA passam a concentrar a renda em uma parcela cada vez menor de sua população multiplicando os miseráveis que cada vez mais contam menos com os benefícios do welfare state em um cenário onde o consumo tornou-se a forma de existir. Em outras palavras podemos vislumbrar ante esse cenário que Marx não estava tão errado ao prever que o Capital seria seu próprio algoz.

No entanto e sobretudo, o neoliberalismo proporcionou aos países capitalistas ocidentais, capitaneados pelos Estados Unidos, a “exaustão econômica” da União Soviética. Com o maior expoente do socialismo derrotado os Estados Unidos, ou “Empresas Unidas”, já que é justamente um conglomerado de empresas e bancos que dirigem o país, expandiram seu sistema econômico por todo o mundo. Com a queda do maior expoente do socialismo do mundo a aparente vitória do capitalismo na forma de neoliberalismo parecia concreta demais para ser duvidada. E por isso mesmo foram arregimentados muitos entusiastas por todo o mundo. No Brasil este processo exerceu profunda influência na eleição de Collor, na abertura da economia e posterior processo de privatização de parte do setor público no governo Fernando Henrique e agora volta a se apresentar como o “lobo” de sempre terminando seu serviço, voltando à privatização da máquina pública o desmonte e posterior entrega da previdência brasileira aos bancos e o desregramento cada vez maior das relações trabalhistas.

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