A PARTICIPAÇÃO DO MOVIMENTO MULHERES DO CEARÁ COM DILMA NAS ELEIÇÕES DE 2014 PARA A PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA DO BRASIL
Por: Alexandrina Mota • 27/11/2016 • Artigo • 3.432 Palavras (14 Páginas) • 366 Visualizações
A PARTICIPAÇÃO DO MOVIMENTO MULHERES DO CEARÁ COM DILMA NAS ELEIÇÕES DE 2014 PARA A PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA DO BRASIL ¹
Alexandrina Mesquita Mota Brito ²
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo evidenciar e divulgar a participação do movimento Mulheres do Ceará com Dilma nas eleições de 2014 e as contribuições e resultados dessa participação através da parceria com o comitê Dilma Ceará e os comitês proporcionais da coligação “Para o Ceará Seguir Mudando” que inclui 18 partidos, especialmente das candidaturas petistas. Pretende-se ainda focar na participação das mulheres, no momento em que estas lutam por reforma política que corrija a sub-representação feminina nos parlamentos e poder executivo. Desta forma o estudo mostra a forma de atuação destas mulheres na campanha política de 2014 que culminou com a reeleição da presidenta Dilma Rousseff. O primeiro turno da eleição para a presidência do Brasil foi realizado em 05 de outubro de 2014. Nenhuma das candidaturas atingiu mais de 50% dos votos válidos, portanto um segundo turno foi realizado em 26 de outubro. A atual presidenta da República, Dilma Rousseff, foi reeleita pelo Partido dos Trabalhadores (PT), vencendo o senador mineiro Aécio Neves do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).
Palavras-chave: Dilma Rousseff, Eleições 2014, Mulheres na Política, Política Eleitoral, Política no Ceará.
INTRODUÇÃO
Milhões de pessoas das mais diversas nacionalidades que acompanhavam a transmissão de abertura da Copa do Mundo, no dia 12 de junho de 2014, assistiram ao vivo, a truculência, a má educação, o machismo e a arrogância da torcida localizada na área VIP do estádio Itaquerão em São Paulo.
Dilma Vana Rousseff, presidenta da República Federativa do Brasil, a Chefe da Nação, foi hostilizada com xingamentos e palavrões que ecoaram fortemente do setor onde se concentrava a platéia de ingressos mais caros, conforme ampla divulgação pelos portais e agências de notícias, como os jornais (Folha de São Paulo, O POVO), revistas (Carta Capital, Fórum) e sites na internet.
Após esse episódio, mulheres cearenses, indignadas com as ofensas verbais desrespeitosas dirigidas à presidenta do Brasil, sentiram-se feridas com a tentativa de atemorizar, intimidar e abater Dilma Rousseff por xingamentos e agressões psicológicas tão próprias do machismo.
Essa indignação se materializou através de uma convocação pelas redes sociais as mulheres do Ceará – conscientes de que as agressões dirigidas à presidenta feriram a todas que defendem os valores da democracia, dos direitos humanos e da dignidade – para manifestarem apoio e solidariedade à Dilma Rousseff.
A convocação e o manifesto
Nilze Costa e Silva, ex-conselheira do Conselho Cearense dos Direitos da Mulher, convocou via redes sociais, as mulheres do Ceará para reunirem-se dia 14 de junho de 2014, no Restaurante Maria Bonita de propriedade da também ex-conselheira, Maria Daciane Lycariao Barreto.
Dois dias depois, dezesseis de junho de 2014, no Restaurante Maria Bonita, com adesão de mais mulheres, foi lançado o manifesto do “Movimento Mulheres do Ceará com Dilma”.
O manifesto foi distribuído em vários pontos da cidade corredores de acesso aos jogos da Copa do Mundo FIFA e no Aterro da Praia de Iracema onde aconteceu a Fun Fest, festa patrocinada pela FIFA. Durante a Copa do Mundo da FIFA 2014, na hora em que a bola rolava em campo, o FIFA Fan Fest oferecia uma segunda arena onde as pessoas acompanharam os jogos como se estivessem no Estádio Castelão.
O movimento intergeracional, envolveu mulheres de diversos movimentos e agrupamentos políticos. De variadas matizes ideológicas, tinham em comum reagir à ação desqualificada, conservadora e machista ocorrida na abertura da Copa do Mundo FIFA de 2014.
O objetivo era defender a presidenta Dilma enquanto mulher agredida, conforme o pronunciamento do Deputado Antônio Carlos (PT-CE), no Plenário da Assembleia Legislativa do Ceará, dia 18 de junho de 2014 onde fez a leitura do Manifesto das Mulheres do Ceará com Dilma.
Nayla Fernanda Andrade Lopes (2011), diz que “é interessante notar que a internet cumpre algumas funções principais: possibilitar que se estabeleçam laços fracos entre desconhecidos; viabilizar que esses laços fracos sejam mantidos à distância, ou até mesmo que se tornem fortes; e, finalmente, facilitar a manutenção de laços fortes entre pessoas distantes geograficamente”.
Mulheres das mais variadas profissões: administradoras, advogadas, assistentes sociais, donas de casa, escritoras, estudantes, farmacêuticas, fisioterapeutas, jornalistas, médicas, pedagogas, professoras, sociólogas, turismólogas, etc. Mulheres, mães, militantes dos direitos humanos, da cultura, da saúde, protagonistas nos movimentos sociais. Feministas, militantes das forças progressistas, sindicalistas, ativistas digitais, comunistas, ex-exiladas, anistiadas políticas, antigas e atuais integrantes do Conselho Cearense dos Direitos da Mulher.
O engajamento no movimento possibilitou a criação de laços fortes entre essas mulheres que têm em comum a defesa da presidenta Dilma fazendo política nas redes sociais e nas ruas.
Dentre elas citamos: Ana Dantas Leite, Ana Valéria Escolástico Mendonça, Ana Lúcia Barros, Ângela Uchôa, Alba Cristina, Alexandrina Mota, Cineide Almeida, Edna Maria Teixeira, Elsi Oliveira, Elisabeth Menezes, Fátima Bandeira, Graça Costa, Iris Tavares, Izabel Melo, Janice Monteiro Pereira, Margarida Pinheiro, Maria Daciane Lycarião Barreto, Maria Eliane Silva de Almeida, Maria de Nazaré Coelho Antero, Maria Rejane Reinaldo, Maria Rodrigues Pinheiro, Maria Ronilda Oliveira, Martír Silva, Mônica Barroso, Nágyla Maria Galdino Drumond, Nilze Costa e Silva, Tereza Cavalcanti, Terezinha Braga, Silvia Arraes, Silvia Guimarães, Socorro Laudenia, Solange Carlos, Virgínia Parente e muitas outras que se agregaram posteriormente.
Comitê Mulheres do Ceará com Dilma
Conforme as dicas de Marcelo Branco, coordenador da campanha de Dilma na internet em 2010, para desenvolver ações virtuais de campanhas eficientes, é necessário produzir manifestações e espalhar pela rede, dando a impressão de que acontece uma grande mobilização popular em torno da candidata. É preciso, na concepção de Branco, “fazer barulho”, chamar a atenção e despertar a curiosidade dos internautas. (Revista Piauí, 2010)
A cada dia o movimento ganhava mais adeptas, seja nas redes sociais, no grupo do Facebook, ou nas reuniões presenciais no Restaurante Maria Bonita, em Fortaleza-Ce. O movimento de desagravo à presidenta Dilma transformou-se – após a convenção nacional do PT, dia 21 de junho de 2014, em Brasília que oficializou Dilma candidata para disputar a reeleição – em Comitê Mulheres do Ceará com Dilma conforme noticiado no Blog Mulheres do Ceará com Dilma.
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