A SOCIOLOGIA DOS PARTIDOS POLÍTICOS
Por: Bárbara Domingos • 10/1/2017 • Resenha • 409 Palavras (2 Páginas) • 853 Visualizações
Michels, Robert. SOCIOLOGIA DOS PARTIDOS POLÍTICOS. Editora: Universidade de Brasília, 1982.
Bárbara Batista Domingos
Robert Michels nasceu em 1876 na Alemanha, foi sociólogo de grande referência de análise do comportamento das elites intelectuais e dos partidos modernos. Sua obra mais conhecida foi “Sociologia dos partidos políticos” feito antes de eclodir a Primeira Guerra Mundial.
O autor se propôs analisar a trajetória dos partidos políticos e suas concepções na instauração da democracia e como se transformam em organizações oligárquicas tendo em vista como fundamento a democracia a partir da iniciativa popular.
A partir desse questionamento a cerca da organização é justificado que existe dificuldades de consolidar um governo de massas, sobretudo na esfera da representação, deliberação e delegação de poderes.
Segundo Michels o ideal de democracia diverge com os procedimentos dos partidos modernos. Com isso o controle democrático torna-se uma doutrinação dentro do próprio partido onde os militantes passam a ser políticos profissionais inspirados em técnicas cultivadas e patrocinadas dentro do próprio partido.
Os partidos de viés democráticos devem considerar a organização política e ser conduzida pelas massas, entretanto, ao mesmo tempo constituem meios que favorecem correntes conservadoras tornando-se irreconhecível o chamado campo democrático.
Para Michels os processos de organização dos partidos estão ligados a uma oligarquia onde a massa tende a se afastar do centro das decisões políticas. Esse processo é derivado de um processo de complexidade presente na sociedade moderna. Nesse contexto de afastamento das massas surge a necessidade de reconhecer uma figura política que fala e representa em seu nome. Geralmente essas figuras são trabalhadas e alimentadas pelo próprio partido.
Ele afirma que existe uma estrutura burocrática centralizadora e descentralizadora nas organizações e usa como exemplo os sindicatos. Segundo Michels, os dirigentes dos sindicatos perdem a visão conjunta sobre o movimento operário na medida em que vão se especializando em sua atuação. Essas características de especialização são comuns na modernidade. Nos partidos maiores há uma tendência de centralização, mas não é absoluta. Na descentralização também ocorre uma tentativa de autonomia promovida pelas minorias.
Robert Michels ao observar a tática das minorias de descentralização para evitar a oligarquia afirma que não interfere no princípio de uma organização oligárquica resultando em formação de menor extensão estabelecendo um limite de ação.
Na visão do autor muda o conceito de homem de confiança para o político-profissional. Essa transformação consolida métodos cada vez mais restritiva sendo uma maneira natural de exercitar a participação política para que os governos criem uma aliança e construam uma oligarquia.
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