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A SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA

Por:   •  22/11/2018  •  Resenha  •  1.708 Palavras (7 Páginas)  •  247 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CURSO: DIREITO - CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS

PROFESSOR: DOUGLAS ARAÚJO

TURNO: MATUTINO

MARIA DE FÁTIMA DA SILVA

SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA

                                                      NATAL, 2018

MARIA DE FÁTIMA DA SILVA

TOTEM E TABU

Resenha critica referente aos capítulos “III Animismo, magia e a onipotência de pensamentos” e “IV O retorno do Totemismo na infância” do livro Totem e Tabu de Sigmund Freud da disciplina de Sociologia e Antropologia, pelo curso de Direito da Universidade Federal Do Rio Grande Do Norte, turno Matutino, ministrada pelo professor Douglas Araújo.

Natal, 2018

FREUD, Sigmund. Totem e Tabu (1913-1914): “III Animismo, magia e a onipotência de pensamentos.” E “IV O retorno do Totemismo na infância”. Coleção Obras psicológicas completas de Sigmund Freud Volume 13. Imago. 2006,277 páginas.

É apresentada a seguir, uma analise critica, cujo texto fonte foi o capitulo III e IV “Animismo, magia e a onipotência de pensamentos”, e “o retorno do Totemismo na infância”, respectivamente, do livro Totem e Tabu – Coleção de Obras Psicológicas Completas Volume 13, de autoria de Sigmund Freud, neurologista e criador da psicanálise.

Totem e Tabu é desenvolvida em quatro partes:

PARTE I – O HORROR AO INCESTO (1912)

PARTE II-TABU E AMBIVALÊNCIA EMOCIONAL (1912)

PARTE III-ANIMISMO, MAGIA E A ONIPOTENCIA DE PENSAMENTOS

PARTE IV- O RETORNO DO TOTEMISMO NA INFANCIA (1913)

Na primeira e segunda parte “Horror ao incesto” e “Tabu e ambivalência emocional”, Freud discorreu sobre os tabus do incesto adotados por sociedades que acreditam no Totemismo. Em sua abordagem, ele usou como “ilustração” a organização “social” das tribos dos aborígenes da Austrália, citando também praticas de evitar do incesto por culturas das ilhas do Pacifico e da África. Ressaltando que a proibição do incesto está intimamente ligada ao desejo de cometê-lo. Retomando sua teoria a respeito do complexo de Édipo, na qual afirmava que a primeira escolha amorosa da criança é incestuosa. Discorrendo sobre a ambivalência presente nos tabus, e constatando que os tabus dos povos primitivos não divergem de alguns costumes de nossa sociedade, estabelecendo assim, ao longo do trabalho, uma comparação, entre a psicologia dos povos primitivos e a psicologia dos neuróticos, abordando uma gama de pontos de concordância, principalmente, com a neurose obsessiva, mas fazendo questão de enfatizar suas diferenças.

Já nesta resenha, discorreremos com mais aprofundamento a seguir, dos respectivos capítulos III e IV. No capitulo III – “Animismo, magia e a onipotência de pensamentos”, Freud compara o narcisismo com o pensamento animista. Considerando as concepções de mundo: animista, religiosa e cientifica, ele discorre sobre sua origem e seus conceitos. O animismo de acordo com a visão primitiva é um sistema de pensamentos baseado em interações cósmicas entre forças, energias, espíritos, supertições e crenças na capacidade de influenciar através de atos mágicos, o espírito dos homens, dos animais e das coisas em favor de seus próprios desejos. Para Freud, animismo é uma projeção do ego, a crença de que se pode manipular o mundo exterior pelos nossos desejos.

A magia e feitiçaria, por outro lado, disponibiliza um conjunto de instruções de como dominar homens, animais e coisas. Na magia observa-se uma necessidade clara de controlar o mundo, como os rituais para a produção de chuva e fertilidade. A feitiçaria, por outra vez, é dita pelo autor como “a arte de influenciar espíritos tratando-os da mesma maneira como se tratariam seres humanos em circunstâncias semelhantes: apaziguando-os, corrigindo-os, tornando-os propícios, intimidando-os, roubando-lhes o poder, submetendo-os à nossa vontade - através dos mesmos métodos que se têm mostrado eficazes com homens vivos”. (pag. 61).  

Tomando como base essa premissa, fica evidente o caráter da crença que os homens primitivos mantinham no poder de seus desejos, crença essa, que o autor ressalta que ainda existem resquícios em forma latente na psique de todo ser humano. Alertando-nos para o conceito fundamental da psicanálise que é a realidade psíquica, sustentada por um desejo inconsciente. Chegando assim a conclusão de que o animismo é então regido pelo principio da onipotência de pensamentos.

Os povos primitivos exprimiam através de suas leis psíquicas, seus reais desejos latentes, afim de que os espíritos, a natureza, as coisas agissem de acordo com suas próprias vontades. Freud então faz uma analogia com o psiquismo da criança, que conservam as mesmas condições de um selvagem, que alucinam a realização de seus desejos. O modo que o primitivo encara o mundo leva o autor a encontrar pontos de relação que existe entre a onipotência e o narcisismo, “Os homens primitivos e os neuróticos, como já vimos, atribuem uma alta valorização - a nossos olhos, uma supervalorização - aos atos psíquicos. Essa atitude pode perfeitamente ser relacionada com o narcisismo e encarada como um componente essencial deste.” (pag. 68). Entende-se dessa forma, o claro investimento libidinal em si próprio, em que o ser, natureza ou coisa em si existe somente em quanto objeto de satisfação, e não em sua alteridade.

A correlação entre o pensamento onipotente do primitivo e o narcisismo, faz com que Freud consigne para as diferentes maneiras de conceber o mundo e explane sobre o desenvolvimento da libido individual: “A fase animista corresponderia à narcisista, tanto cronologicamente quanto em seu conteúdo; a fase religiosa corresponderia à fase da escolha de objeto, cuja característica é a ligação da criança com os pais; enquanto que a fase científica encontraria uma contrapartida exata na fase em que o indivíduo alcança a maturidade, renuncia ao princípio de prazer, ajusta-se à realidade e volta-se para o mundo externo em busca do objeto de seus desejos.” (pag. 69). Subordinando suas escolhas de objeto ás exigências da realidade. A transposição do animismo, da magia e da onipotência de ideias para o campo religioso, e depois cientifico, só foi possível devido a renuncia pulsional exigida pela cultura.

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