A importância da cultura para viver em sociedade

Ao chegarmos à conclusão simplória de que a Antropologia é a ciência que enfatiza o homem e a humanidade em seus objetos de estudo, surge a dúvida de como isso pode ser feito por excelência, analisando atributos históricos, costumeiros e sociais. É nesse contexto que entra a importância da Etnografia, método usado na coleta de dados onde o pesquisador “mergulha” no cotidiano do objeto a ser estudado, participando rotineiramente das atividades de tal grupo ou lugar. No livro “A interpretação das Culturas” de Clifford Geertz, um dos maiores antropólogos da segunda metade do século XX, esse tema é explorado enfaticamente. É evidente que no entorno desses estudos, percebe-se como estrutura na organização das sociedades, a cultura. E se toda cultura é uma estrutura de comunicação que só pode ser compreendido pela decifração do seu código e sistemas, é fundamentalmente importante a figura do antropólogo já que esse tem a característica principal de buscar uma “descrição densa” (Definição de Gilbert Ryle) para uma mais correta interpretação do meio. Nesses estudos, os riscos de uma visão etnocêntrica do pesquisador nunca são nulos, por isso o cuidado na hora de relatar é deveras essencial (Gaston Bachelard define como “Vigilância Epistemológica”). Já no livro “Nova luz sobre a Antropologia” do mesmo Clifford Geertz, o autor põe em “xeque” o significado concreto de “Cultura” e depois de vários estudos etnográficos, chega à conclusão de que o estudo da cultura implica descrever quem a sociedade pensa que é, o que está fazendo e com que finalidade pensam assim.

Outra afirmação interessante dele é a que a religião é uma realidade no mundo todo, e que o mundo dificilmente pudesse funcionar sem elas. Faz partes das formas culturais, e que apesar de sua desconfiança por outros autores céticos, tem um significado importante e que muitas coisas importantes foram feitos em seu nome. O terceiro texto (O que é comunicação de Juan Bordenave) trata da cultura no âmbito comunicativo. Cultura e comunicação caminham juntas e apresentam uma ligação inexorável, basta perceber que comunicação foi o meio (meio esse que também é a “mensagem” segundo Mcluhan) pelo qual os padrões de vida e de sua cultura foram transmitidos ás gerações posteriores. Logicamente que pela aceleração dos meios tecnológicos e pela crescente globalização que se agiganta em progressão geométrica, as identidades culturais próprias vêm se perdendo enquanto nos tornamos uma imensa “Aldeia Global”. Como universalmente as culturas são diversas, cada uma com seus códigos e estruturações peculiares, há um problema quando elas entram em contato, gerando um “choque”. Esse “choque” é mais bem definido por Juan Bornenave como “comunicação transcultural”.

Enfim, através da análise dos textos referidos acima, podemos compreender que a Cultura em sua forma plena, deve ser analisada nos seus mínimos detalhes. Suas tradições, costumes, tecnologias de linguagem e outros aspectos necessitam ser apreciadas sem qualquer tipo de preconceito, ou visão mais ferrenha sobre ela. Isso, porque cada uma tem sua identidade de valor próprio, não sendo válido eticamente falando, uma crítica depreciativa. Falar de viver em sociedade e não citar a importância da cultura nesse contexto é praticamente impossível. Em convivência nas situações cotidianas,

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