APARTAÇÃO

O livro começa de forma bastante significativa quando é retratada de maneira prática uma cena de apartação, onde garotos que estão dentro de um carro jogam batatas fritas no chão para outros garotos pobres que estão fora do carro como se fosse uma brincadeira, mas na verdade isso caracteriza um tipo de apartação social. Feita esta pequena entrada, o autor recorre a explicações históricas de onde talvez tenha surgido e de que forma se deu a apartação. Ele alega que a apartação não começou na África e que muito antes dos africanos essa ideia de apartação já existia para os gregos que diziam que existia uma divisão da espécie humana. Durante a sua análise históricas ele faz referência a alguns autores renomados e como eles influenciaram na questão sobre apartação.

Mostrou como se desenvolveu a apartação em alguns regimes como o democrático, o capitalista e o comunista, também abordou a questão das pessoas que eram escravas, como isso mudou com o passar do tempo. Foi evidenciado o crescimento da apartação ao longo dos anos e que devido ao avanço tecnológico ela se intensificou por uma série de razões, dentre os vários motivos citados no livro o autor destacou quatro: a razão ecológica, econômica, tecnológica e a social.

O livro aborda as questões sobre desigualdade e também a expectativa dos indivíduos quanto à redução dela. Lembrando que a apartação tem como característica principal a separação entre grupos sociais ela não se resume apenas a desigualdade social, o próprio termo que tem origem no latim que significa dividir em partes.

Logo após uma explicação histórica sobre apartação o autor traz o assunto em questão para a realidade brasileira começando na fase escravocrata e caminhando para fase atual, ele fala que as diferenças tomaram tão grandes proporções que até mesmo as pessoas que vivem do resto, sobras ou lixo de outras pessoas não terão mais acesso porque com o tempo o lixo não mais existirá. Mais adiante o autor enumera dez erros do passado brasileiro que intensificou a apartação e os instrumentos que implantaram a apartação, sempre comparando a situação do Brasil com a África do sul que foi um dos países que mais sofreu com a apartação.

O autor toca um ponto muito interessante quando fala do nível de desigualdade no Brasil que chega a ser tão grande que algumas pessoas acham que todo pobre é bandido e quando evidencia que a apartação brasileira é tão perversa quanto a sul- africana. Ele fala que o negro quando pobre ele sofre uma dupla apartação, uma pela sua cor de pele e outra por razões econômicas, no caso por ser pobre, as mulheres também sofrem apartação assim como os homossexuais. A forma como o autor conclui o livro é muito interessante porque ele fala que apesar da sociedade estar tecnicamente afundando, no sentido ético e moral, ainda consegue enxergar o país crescendo por conta da modernização que passa essa sensação de crescimento isso é algo como mascarar a verdadeira história por detrás dessa modernização, história de brasileiros pobres que sofrem com a falta dos serviços básicos como, boas escolas, hospitais com bom atendimento, bons salários e boas condições de trabalho.

Concordo com o autor quando ele fala que para reverter todo este quadro temos de fazer uma revolução nas prioridades e enxergar as necessidades da grande massa brasileira, garantir