CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
Por: Wender Jesus • 28/1/2016 • Resenha • 2.246 Palavras (9 Páginas) • 255 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
Wender Nunes de Jesus
Artigo Científico
Disciplina: Antropologia II
Professor: Hermógenes
Juazeiro – Bahia
2014
Introdução
“Uma mente que se abre para uma nova ideia, jamais voltará ao seu tamanho original”
Albert Einstein
Após fazer uma análise do livro Antropologia Cultural de Franz Boas, traduzido por Celso Castro, onde o autor faz uma série de críticas e também aborda suas ideologias. O referido livro é de grande valia não só pela importância dos textos na história antropológica, mas também pelo agrupamento de reflexões que ele traz para a ciência social nos dias de hoje.
É de grande importância fazermos uma análise de maneira mais ampla e aprofundada a cerca das questões culturais, assim como a respeito dos métodos evolucionistas. Aqueles tão criticados por Franz Boas. O autor ainda propõe um novo método, totalmente oposto ao dos evolucionistas, ou seja, o método histórico.
Palavras chave: Método Histórico, evolucionismo e cultura.
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Franz Boas e sua crítica ao método evolucionista e o difusionismo arbitrário
O evolucionismo cultural foi um método criado por Darwin, e buscava descobrir de forma mais concreta, as leis da evolução humana. De acordo com os evolucionistas, a mente do ser humano possuía um funcionamento. Ou seja, de um modo geral, todas as sociedades tinham que passar pelos mesmos estágios de evolução. Isto é, a metodologia utilizada por eles era a comparação, fazendo assimilações entre os costumes de um povo, desta forma tentavam explicar o caminho da evolução humana. Porém Franz Boas não só discordava desse método, como também fazia críticas muito fervorosas a respeito. Ou seja, mais precisamente, ele criticava a metodologia utilizada pelos evolucionistas. Pois ele acreditava que não se podem julgar quaisquer fenômenos semelhantes sem antes avaliá-los individualmente. Desta forma, ele pregava que algumas características são únicas de uma sociedade.
Segundo Boas, não tem a possibilidade de que os fenômenos culturais se desenvolviam da mesma forma em locais distintos. Ou seja, ele acreditava que as “culturas” tivessem se desenvolvido e se desenvolve até hoje de forma independente. Era uma loucura imaginar que seria possível analisar a evolução humana em todas as sociedades da mesma forma, com os mesmos pressupostos. Franz boas assegurava que método comparativo e sua metodologia somente poderia ser feita eficientemente dentro de territórios limitados, fazendo minuciosos estudos individuais. Além disso, os métodos utilizados pelos evolucionistas da época, não possuíam uma base verdadeiramente científica ou que fosse confiável, pois alguns conceitos poderiam ser parte do senso comum.
O difusionismo também não é um conceito criado por boas, mas de certa forma tem uma similaridade com o evolucionismo, porém esse método tem como embasamento a ideia de difusionismo cultural, ou seja, sustenta que os diversos povos receberam influências dos vizinhos e dos diversos contactos que tiveram ao longo da história e que a maior parte das técnicas, mitos, entre outros, se deram pelas migrações e pelos contatos entre os povos. Porém, Boas também não acreditava na ideia que o determinismo geográfico poderia explicar totalmente de forma concreta a cultura de um povo e também a sua formação. Deste modo, boas define que a validade de suas teorias na foi demonstrada de forma clara. Por conseguinte ele propõe um método que estude as mudanças em uma única sociedade. O u seja, cada grupo cultural possui uma história própria e única, e desta forma, é mais importante esclarecer os processos que ocorrem diante de nossos olhos do que propor grandes leis de desenvolvimento da civilização, como faziam os métodos supracitados.
Boas buscava uma antropologia que nos mostrasse a cultura como um grupo de diversos fatores, e de uma forma mais ampla, ele queria transformar a cultura em uma totalidade, e não algo que poderia ser explicada por leis diversas.
O método histórico abordado por Franz Boas
Boas tenta demonstrar de a importância de um resgate histórico de cada povo, resgate esse que não se pode basear em relato, mas em observação direta, como ele mesmo fez com os esquimós do norte canadense ou o povo Inuit (CASTRO, 2010, p. 7-8).
E é justamente por essas limitações do método comparativo que boas propõe a sua própria teoria, e elabora um novo método, “o método histórico”. Com o surgimento dessa nova teoria, boas parte do pressuposto que para chegar a uma compreensão mais ampla e coerente da cultura, seria necessário fazermos os estudos iniciando do particular. Esse novo método tem base fundamentada na ideia que de fato é necessário levar em consideração os diferentes contextos humanos em que se encontram os objetos que serão comparados, fugindo da teoria evolucionista. Pois ele acreditava que cada cultura tinha sua própria história.
Boas ao aprimorar a metodologia, por estar mais próximo dos povos, vai ser capaz de perceber e inovar em conceitos que serão determinantes para a antropologia. Ele vai demonstrar que é preciso “particularizar e esgotar” o contexto de cada povo e que as suas “produções [precisam ser estudadas] como um todo” (BOAS, 2004, p. 87).
Consiste na investigação de acontecimentos, processos das instituições do passado, em outras palavras, busca entender o início das instituições.
Esse novo método histórico fará uma oposição aos métodos evolucionistas, os quais tiravam suas próprias conclusões a partir de comparações, e também aquelas que conheciam a realidade das culturas somente de longe. Algo que se tornou evidente na obra de boas, é o fato de que ele alega que é importante um estudo minucioso dos fatos culturais, ou seja, é de grande valia fazer um resgate histórico de cada povo, pois cada um tem suas particularidades, e precisam ser estudados individualmente, isto é, particularmente. Deste modo fica caracterizado o método de Franz Boas.
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