Controlador como gerente de tecnologia da informação - realidade ou ficção?
Projeto de pesquisa: Controlador como gerente de tecnologia da informação - realidade ou ficção?. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: xavier2014 • 29/9/2014 • Projeto de pesquisa • 4.996 Palavras (20 Páginas) • 256 Visualizações
O Controller como gestor da Tecnologia da Informação - realidade ou ficção?
A Tecnologia da Informação (TI) vem aumentando rapidamente a sua participação em todas as áreas de negócios, criando constantemente novos desafios para os gestores das empresas. Neste panorama, espera-se dos profissionais de Controladoria, responsáveis pelo fornecimento e gestão dos sistemas de informações de controle e avaliação de desempenho da empresa, mais do que simplesmente conhecimento em tecnologia. Estes profissionais precisam participar colaborativamente com a área de TI, do processo de gestão da informatização da empresa. Este estudo apresenta uma revisão bibliográfica sobre a Tecnologia da Informação no ambiente organizacional e a necessidade da Controladoria na gestão desta área. Foi realizada, igualmente, uma pesquisa com gerentes da área de Tecnologia da Informação e Controladoria, a fim de se confrontar opiniões sobre o papel do Controller na gestão da Tecnologia da Informação, obtendo-se alguns resultados interessantes, comentados neste trabalho.
O PAPEL DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL
O conceito de tecnologia da informação deve ser compreendido como sendo muito mais amplo do que apenas considerá-la como processamento de dados, engenharia de software, informática ou o conjunto de hardware esoftware, devendo ser considerados aspectos humanos, administrativos e da organização.
Para Laudon e Laudon (2001) o termo Tecnologia da Informação se restringe aos aspectos técnicos como hardwaree software. Por outro lado, Stair (1998) utiliza o termo Sistema de Informação baseado em computador para agrupar a coleta, manipulação e processamento de dados em informação, pelos elementos tangíveis (hardware) e intangíveis (software, banco de dados, telecomunicações, pessoas e procedimentos), sendo assim responsável pelo fluxo de trabalho das informações e pessoas envolvidas.
Neste estudo, será utilizado o conceito mais amplo para a Tecnologia da Informação, abrangendo os dois conceitos.
Laurindo (2002) considera que o sucesso da gestão da área de Tecnologia da Informação, seu desenvolvimento, instalação e operação de computadores e sistemas de informação, não depende somente da eficiência (qualidade, exatidão e desempenho) dos equipamentos e softwares, obtida pelos analistas e engenheiros de projetos de tecnologia, dependendo também da eficácia (efeitos), que compatibiliza os objetivos dos sistemas de informação e do uso dos computadores às necessidades da organização e dos usuários finais. Já a eficácia da Tecnologia da Informação depende de sua organização estrutural e da empresa, podendo influir na própria mudança estratégica do negócio.
A Evolução da TI nas Organizações
Embora a TI esteja ocupando uma parte da agenda estratégica das empresas atualmente, este não é fato recente. Segundo Laurindo (2002), durante os anos 60 a utilização da TI era caracterizada por sistemas centralizados, cujo principal objetivo era o de automatizar funções operacionais em larga escala com a finalidade de aumentar a eficiência das operações, sendo utilizados basicamente para automatizar processos, como contabilidade e folha de pagamentos. No início dos anos 70, com a redução no custo e aumento da velocidade de processamento, foi possível utilizar os computadores para fornecer relatórios gerenciais. Iniciou-se o uso dos dados (de pedidos, clientes, estoques etc.) pelos gerentes de nível médio, envolvidos em relatar as exceções, resumir as informações e controlar os recursos monetários e estoques. Neste momento, a Era dos Sistemas de Informação, a TI começou a aumentar sua importância nos níveis intermediários da organização, embora a alta gerência ainda visse a TI como despesa ou como mera utilidade.
Com o advento dos microcomputadores no início dos anos 80, houve mudança de paradigma na computação empresarial. Os dados, antes centralizados nos mainframes, passaram a ser colocados nas mesas dos usuários e gerentes. Embora a expertise continuasse no departamento de TI, o controle moveu-se, mesmo que marginalmente, em direção aos usuários. Ainda que a TI atingisse os níveis mais altos da organização, seu foco estava no aumento da eficiência interna e no aumento da produtividade pessoal. A partir do meio da década de 80, muitos sistemas de informação, desenvolvidos em empresas, foram reconhecidos como estratégicos por terem apresentado impactos na competitividade de empresas.
Nos anos 90, a TI tomou conta das corporações, e aspectos como o alinhamento da TI aos negócios e a convergência da informática com as telecomunicações tornaram-se prementes para as empresas. Iniciou-se então a Era da Tecnologia da Informação. A importância estratégica da TI foi definitivamente incorporada nas empresas, que procuraram novas maneiras de administrá-la, a fim de obter plenamente seus benefícios, com a terceirização como uma das alternativas. No final da década, a Internet reforçou essa tendência, e presenciou-se o nascimento do e-business, que sem dúvida marca o início de nova era na computação empresarial.
A Necessidade de TI nas Organizações
A partir do histórico de utilização exposto, pode-se afirmar que o principal motivo pelo qual as empresas utilizam a TI é a busca de vantagens competitivas. Desde o princípio de sua utilização, buscava-se obter essa vantagem pela redução de custos por meio da automação e aumento da eficiência de processos. Posteriormente, buscou-se a melhoria da qualidade das informações disponíveis para os gerentes médios, de maneira que pudessem controlar melhor as operações. Em uma etapa seguinte, buscava-se utilizar a TI para gerar diferenciação competitiva, como a criação de barreiras de entrada ou elevação dos custos de substituição por meio dos então chamados sistemas estratégicos. A redução de custos, a melhoria no controle dos processos e a utilização de sistemas estratégicos estão diretamente ligadas à busca pela melhoria da competitividade da empresa. Mais recentemente, a integração das atividades da empresa por meio da chamada computação em rede busca melhorias na competitividade, beneficiando-se da melhor coordenação entre as diversas atividades da empresa.
Finalmente, em cenário atual, em que a globalização, o aumento da competitividade e a interligação de clientes e fornecedores em cadeias de suprimento são preponderantes, a utilização de Tecnologia da Informação pode ser considerada praticamente como fator de sobrevivência. John Darwin (2004) destaca que a maioria dos gestores de Tecnologia da Informação
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