Cultura, Homem e Sociedade
Tese: Cultura, Homem e Sociedade. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: matrixman • 13/3/2014 • Tese • 3.189 Palavras (13 Páginas) • 465 Visualizações
Introdução.
Praticamente todas as pessoas vivem em sociedade. Essas pessoas necessitam de um trabalho para sobreviver, ou algo equivalente a isso. E todas nós somos responsáveis direta ou indiretamente sobre o que ocorre com o meio ambiente em que vivemos.
Nesse trabalho procuramos abordar esses conceitos, de cultura, indivíduo e sociedade. Como isso afeta nossa visão em consideração com os outros e com o meio ambiente.
Cultura, Indivíduo e Sociedade.
Indivíduo e sociedade estão em constante diálogo, ao mesmo tempo em que a sociedade satisfaz muitas das necessidades do indivíduo. Por outro lado, ela impõe, através da cultura vigente, padrões de comportamento que são esperados do indivíduo, de acordo com suas realidades objetivas e subjetivas.
A partir daí, a realidade, segundo Berger & Luckmann, é construída socialmente. Eles definem realidade como “uma qualidade pertencente a fenômenos que reconhecemos terem um ser independente de nossa própria volição (não podemos ‘desejar que não existam’)”, definem, ainda, conhecimento como “a certeza de que os fenômenos são reais e possuem características específicas”.
Ao nascermos começamos nossa vida em sociedade, com a chamada socialização primária, em que, aos poucos, vamos sendo doutrinados a viver de acordo com os costumes internalizados por nossos pais, biológicos ou adotivos, que também aprenderam com os pais deles e, assim, sucessivamente, os costumes, crenças e valores vão sendo transmitidos de geração a geração.
Para entendermos nosso papel na sociedade, precisamos ter noção do conceito de sociedade, do conceito de indivíduo, e do conceito de cultura, que é aquele “algo mais” que nos dá a noção de pertença a determinado grupo de indivíduos, que compõem determinada sociedade.
O significado de indivíduo, segundo o dicionário online de português, é “todo ser, animal ou vegetal, em relação à sua espécie: o gênero, a espécie e o indivíduo. Pessoa considerada isoladamente, em relação a uma coletividade: o indivíduo e a sociedade”.
Conforme Goulart, “a ideia de indivíduo começou a ganhar força no século XVI, com a reforma protestante, que definia o homem um ser criado à imagem e semelhança de Deus, isso significava que o ser humano, individualmente, passava a ter ‘poder’. No século XVIII, com o desenvolvimento do capitalismo e pensamento liberal, a ideia de indivíduo e individualismo firmou-se definitivamente, pois se colocava a felicidade humana no centro das atenções”.
O antropólogo britânico, Edward Burnett Tylor, define cultura como “aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade”. Assim, entendemos que a cultura é composta de valores que já estão pré-estabelecidos ao nascermos, mas que não são valores fixos, eles vão sendo construídos pelo conjunto de indivíduos que compõem determinada sociedade. Esses valores, crenças e costumes evoluem com os indivíduos que, por sua vez, estão em constante evolução.
O dicionário Aurélio define sociedade como “agrupamento de seres que vivem em estado gregário”; “grupo de indivíduos que vivem, por vontade própria, sob normas comuns; grupo de pessoas que, submetidas a um regulamento, exercem atividades comuns, ou defendem interesses comuns”.
Orson Camargo, pesquisador, colaborador do site Brasil Escola, entende que “a definição mais geral de sociedade pode ser resumida como um sistema de interações humanas culturalmente padronizadas. Assim, e sem contradição com a definição anterior, sociedade é um sistema de símbolos, valores e normas, como também é um sistema de posições e papéis”.
Berger & Luckmann entendem que a socialização é realizada, sempre, dentro de uma estrutura social específica. Os autores consideram a possibilidade da existência de sociedades que possuam apenas a socialização primária, sem divisão social do trabalho, e sem distribuição social do conhecimento, não atingindo a socialização secundária.
A socialização secundária, conforme Berger & Luckmann, está baseada na internalização de “submundos”, determinados pela complexidade da divisão do trabalho e a concomitante distribuição social do conhecimento.
O homem, indivíduo, age de acordo com a realidade subjetiva a que está submetido. Ele precisa corresponder às expectativas dessa subjetividade para se afirmar. Ou, do contrário, poderá ser considerado como um fracassado. A noção de sucesso ou fracasso decorre de um rol de afirmações internalizadas pela sociedade, que é a realidade objetiva, dentro de uma realidade subjetiva construída por essa mesma sociedade.
Essa realidade cotidiana, com as exigências de uma sociedade estabelecida, muitas vezes, se contrapõe aos anseios e necessidades do indivíduo. As muitas realidades subjetivas existentes variam de acordo com a cultura de cada sociedade. Em um mesmo país, o nosso, por exemplo, da mesma forma que temos muitas culturas, variando de região para região, temos muitas realidades subjetivas coexistentes.
Imaginemos um indivíduo que sai da região norte para a região sul do Brasil. Chegando a essa nova região ele vai se deparar com outras realidades, tanto objetivas, quanto subjetivas. Para se adaptar a essas realidades, ele precisará empreender algum esforço e precisará se adaptar à cultura local, caso queira permanecer na nova região sem maiores transtornos, pois o choque cultural será inevitável. O individual se submeterá ao coletivo em prol da sobrevivência, uma vez que não está sozinho no mundo.
O exemplo do indivíduo que migra de região é mais geral. No entanto, em grupos de uma mesma sociedade, nos diversos segmentos sociais, pode haver realidades objetivas e subjetivas bem diferentes umas das outras, coexistentes, variando conforme a classe social, o bairro onde o indivíduo trabalhe ou resida, entre categorias profissionais, entre escolas ou associações, religião, etc.
A aceitação, tácita ou expressa, dessas realidades, bem como a pré-disposição em conviver em determinado grupo, pressupõe a existência de regras não abusivas, que primam pela convivência harmoniosa entre os indivíduos inseridos no grupo a que escolheram pertencer.
Da mesma maneira que aceitamos
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