Gandhi
Artigo: Gandhi. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Sharmila • 19/11/2012 • 1.221 Palavras (5 Páginas) • 985 Visualizações
A trajetória política de Mahatma Gandhi e a Independência da Índia
A busca pela verdade e a não-violência foram fundamentais para a emancipação política da Índia. Mahatma Gandhi, precursor de tais idéias, foi o grande articulador deste processo. Como um homem tão franzino e tão humilde pode alcançar tamanha proeza? Conforme demonstra em Autobiografia: minha vida e minhas experiências com a verdade e em A roca e o calmo pensar, Gandhi acreditava que Deus o guiara de forma que praticasse o bem. Os caminhos percorridos foram tortuosos, mas essenciais para que ele se sensibilizasse com a situação política indiana e mobilizasse o povo a lutar pela libertação do país.
Mohandas Karamchand Gandhi nasceu em Porbandar, em 02 de outubro de 1869. A família pertencia à casta bania (formada por mercadores e comerciantes) e não possuía muitos bens. O avô e o pai participaram ativamente da vida política do país, exercendo cargos ministeriais. Segundo relata, o pai, Kaba Gandhi, era um homem incorruptível e tornou-se conhecido pela imparcialidade. A mãe tinha grande influência sobre seus atos, era muito inteligente e observava as leis hindus com grande fervor. O pequeno Gandhi nutria por eles muita estima e respeito, o que lhe proporcionou um caráter exemplar, assim como a abominação pela mentira. Gandhi também reteve a Bíblia como a base doutrinal de suas ações. As influências intelectuais vieram principalmente dos mestres John Ruskin – glorificação do trabalho; Henry Thoreau – dever da desobediência cívica e, principalmente, Leon Tolstoi – sabedoria cristã. Tolstoi amadureceu seu espírito, contribuindo para esclarecer pensamentos ainda confusos.
O desejo de estudar Direito na Inglaterra tornou-se uma decisão familiar, que resultou na expulsão da casta, medida que Gandhi aceitou. Na Inglaterra, sofreu grande choque cultural e sentiu vergonha de se assumir como hindu. Acreditava que, para se tornar um advogado, teria de se transformar em um verdadeiro lord inglês. Neste país, a principal experiência foi o contato com diferentes religiões – esteve aberto para qualquer uma que o convencesse – o que só fortaleceu sua credulidade no hinduismo.
O retorno à Índia mostrou-se frustrante, pois sua extrema timidez, aliada ao desconhecimento das leis indianas, o deixou inseguro. Assim, não recusou a proposta de trabalho na África do Sul – onde sofreu na pele a discriminação vivida por indianos e negros, assim como as limitações impostas pela hierarquia social daquele país. Ao perceber que o problema racial sul-africano estava muito mais entranhado naquele cotidiano do que poderia imaginar, prolongou a estada na África do Sul, a fim de combater pacificamente o racismo e defender os direitos dos indianos. Foi neste contexto que percebeu a importância de se assumir enquanto indiano. Organizou a comunidade indiana local e implementou trabalhos comunitários que melhorassem as condições de vida daquele povo. Com estas ações “Deus plantou os alicerces da minha vida na África do Sul e lançou a semente da luta pela dignidade dos indianos” (Gandhi: 1999, p.133). Várias conquistas sociais e politicas foram alcançadas. Como conseqüência, fundou-se em 1894 um partido político, o Congresso Indiano de Natal.
Com o advento da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), Gandhi apoiou a participação indiana na guerra, como já o fizera em conflitos anteriores travados pelo Império Britânico – mesmo contrariando alguns companheiros. Acreditava, na época, “que o Império existia para o bem-estar do mundo” (Gandhi: 1999, p.273) e que “o erro era mais de cada funcionário britânico do que do sistema inglês” (Gandhi: 1999, p.300). Esta participação ocorreu, no entanto, no quadro dos servicos de saúde (unidades de ambulância), e ainda assim, muitos a contestaram, pois qualquer envolvimento em atividades de guerra não é condizente com o ahimsa (não-violência). Gandhi reconhecia a imoralidade da guerra, mas rebatia dizendo que a violência é inerente à vida humana. Portanto, o adepto da não-violência respeitará seu voto com fidelidade, pois a mola propulsora de suas ações, argumentava, fora a compaixão (Gandhi: 1999, p. 302). Assim, interromper a guerra ou libertar os demais da dor era uma obrigação daqueles que prezavam a não-violência.
A filosofia pacifista somada às experiências de vida no exterior contribuíram para que ele desenvolvesse um novo olhar sobre a Índia. O retorno à terra natal ocorreu ainda durante a Primeira Grande Guerra, quando sua saúde esteve fragilizada. Mesmo abatido fisicamente, Gandhi dispôs-se a conhecer os problemas dos indianos e a solucioná-los da forma mais justa possível. Atuou em prol de diversos segmentos sociais explorados no seu país,
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