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Maquiavél

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Por:   •  20/10/2013  •  Seminário  •  949 Palavras (4 Páginas)  •  360 Visualizações

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Maquiavel recomenda aos príncipes que conquistaram regiões de língua, cultura e instituições diversas que lá residam, além de mandar colonizar algumas regiões chaves do principado recém-adquirido. Essa opção se mostra melhor à ocupação com tropas do exército pelo fato destas se mostrarem mais caras ao mesmo tempo em que se aumenta o número de prejudicados, pois as tropas terão que desalojar particulares, tornando a todos esses seus inimigos. Com a colonização, transformaria a todos em fortes aliados, havendo apenas alguns prejudicados que, dispersos e tomados pela pobreza, não representariam nenhuma ameaça ao Estado. Ele defende que a ofensa a um homem seja tão forte que ele não possa esboçar uma reação, pois das ofensas leves eles se vingariam.

Quando se conquista um país acostumado a viver sob suas próprias leis, cabe ao príncipe para conservá-lo: destruí-lo, morar nele ou deixá-lo livre, aplicando-lhe um tributo e estabelecendo nele um governo de poucas pessoas para mantê-lo fiel ao conquistador. Para manterem-se os principados novos, o príncipe encontrará dificuldades menores ou maiores de acordo com a sua virtù.

O principado se origina ou pela vontade do povo ou pela vontade dos magnatas. No primeiro caso se dá para que se evite o domínio dele pelos outros. No caso do poder conquistado através dos magnatas, o príncipe sobre para que através de sua figura se faça representar o interesse desses. Quando se chega ao poder com o apoio dos magnatas, é mais difícil se conservar nele, porque o príncipe é cercado de muitos que a ele se julgam iguais e por isso não pode mantê-los sob seu jugo absoluto. Quando, ao contrário, chega o príncipe ao poder por meio do povo (vulgo) não encontra ninguém que não esteja disposto a obedecer-lhe. Contudo, quando chegar ao poder através dos magnatas, deve o príncipe tratar de conquistar a simpatia do povo, de modo que os homens quando não esperam ganhar o bem, mas ganham, mostram-se mais agradecidos do que se o esperassem, tornando-se o príncipe mais querido por eles do que se houvesse chegado ao poder por meio deles.

Quando exercendo o poder de forma absoluta, o príncipe depende mais dos seus funcionários, diluindo o seu poder e a imperatividade de suas vontades diante dos seus súditos. Portanto, o príncipe deve fazer com que seus súditos tenham pela figura dele e do Estado extrema necessidade, para que em tempos de crise não seja abandonado por eles. Maquiavel coloca como alicerces de um bom principado as boas leis e os exércitos. Por isso, não deve o príncipe envolver-se em outra arte que não a da guerra.

Ele defende que o homem, vivendo num mundo em que os outros são maus, quando segue o caminho da bondade absoluta, fomenta sua própria perdição. Por isso, deve o príncipe deve aprender os meios de não ser bom e valer-se deles nos casos de necessidade, adequando-se às contingências. Como não é possível ao príncipe possuir todas as boas qualidades (virtudes) ele deve tratar de fazer esconder aquelas que podem lhe trazer a perda do Estado. Há duas formas de combater: uma com as leis e a outra com a força. O primeiro é próprio do homem e o segundo dos animais. O autor faz mister que o príncipe saiba revestir os seus modos de ambos os elementos, adotando ao mesmo tempo índole de leão e de raposa, pois sabe a raposa descobrir armadilhas e o leão amedrontar os lobos.

Não deve o príncipe manter-se fiel às suas promessas quando essas lhe trouxerem prejuízos, uma vez passadas as suas causas. Maquiavel atribui à simplicidade dos homens e ao seu apego às necessidades presentes a sua facilidade em serem enganados. Diante disso, não é necessário ao príncipe possuir todas as boas qualidades, mas deve parecer tê-las. Deve saber ser sábio, leal, clemente, piedoso embora em certas circunstâncias deva ser o inverso. Ele deve, sempre que possível, manter-se no caminho do bem, mas deve estar preparado para, quando necessário, enveredar-se pelo caminho do mal. Ele deve fazer com que seus súditos vejam nele a personificação da clemência, brandura, lealdade, retidão e da religiosidade, principalmente a última. Principalmente deve fazê-los ver, pois cada qual vê o que parecemos ver, mas poucos sentem o que realmente somos. O vulgo sempre se deixa seduzir por aparências e resultados.

Para evitar o ódio dos seus súditos o príncipe deve evitar tomar-lhes as mulheres e os bens, pois nada ofende mais aos homens que lhes tomar seus pertences e tocar-lhes a honra. Para ganhar sua confiança, deve o príncipe armar seus súditos, e não desarmá-los, para que se lhes converta em partidários. Nada se faz admirar a um príncipe mais do que as grandes conquistas e empresas e uma forte tomada de posições perante os outros – seja como amigo ou como inimigo. Deve incutir nos seus súditos a certeza de que podem exercer seus ofícios livremente, para que não lhes faça abafar a atividade econômica por medo dos impostos. O príncipe também deve distrair os seus súditos freqüentemente.

Maquiavel ainda atribui relevante importância ao livre-arbítrio no momento em que, sendo a fortuna responsável por metade do nosso destino. Cabe ao príncipe, através da virtù, prevenir-se do mal que pode ser trazido pela fortuna, como abrir diques para conter a água de um rio que estaria fadado a transbordar.

Quanto à liberdade, Maquiavel determina que o príncipe não deve punir aquele que haja cometido uma ação ilegal com fins de construir. É razoável que o povo por estar do lado que não deseja ser oprimido, logre maior êxito na manutenção da liberdade. O príncipe para organizar o Estado deve criar instituições que o deixe forte, que impute a obediência no povo, de modo que não se sustente apenas na figura do príncipe a estrutura do Estado.

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