Migração
Artigo: Migração. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: bekaa • 29/10/2014 • Artigo • 876 Palavras (4 Páginas) • 171 Visualizações
Há cem anos da morte do Bem‐aventurado João Batista Scalabrini, a migração tornou‐se
um fenômeno planetário, que envolve com partida, trânsito ou chegada todos os países do
mundo. Em nível global, 214 milhões de pessoas vivem fora do próprio país de origem. Entre elas,
estão incluídos 15,2 milhões de refugiados e 983.000 requerentes de asilo.
Acrescenta‐se, a este movimento internacional, o número de 27,1 milhões de desplazados,
forçados a fugir de uma região a outra, dentro de seu país, e o incalculável número de migrantes
internos, que se deslocam, especialmente das zonas rurais, rumo à periferia das imensas
megalópoles.
A migração é feita de muitos números e estatísticas que crescem sempre mais, mas,
principalmente, é feita de rostos, histórias, esperanças e de muitos “porquês?”, que remetem aos
dramas atuais da humanidade. Na era da globalização, a economia visa cada vez mais a transpor as
fronteiras de cada país: as forças econômicas, livres de qualquer vínculo aplicado pelas políticas
dos estados nacionais, agem autonomamente. A atual ordem econômica global não deixa
vislumbrar um futuro de maior justiça, democracia e distribuição dos bens. Ao passo que se
difunde no mundo inteiro uma única cultura niveladora, que coloca ao centro o lucro e a lei do
mercado, afirmam‐se novas ideologias totalitárias, que se alimentam dos fundamentalismos
religiosos e do retorno fanático sobre as próprias raízes étnicas.
O atual e crescente estímulo a emigrar, portanto, tem como causa: o aumento da
desigualdade social e econômica entre o Norte e o Sul do mundo; a falta de perspectiva no âmbito
da formação e do trabalho para muitos jovens; as catástrofes naturais e ecológicas; o desequilíbrio
demográfico entre os diversos continentes; as guerras; a perseguição política, étnica e religiosa; o
terrorismo; a violação dos direitos humanos.
Se fortes são os fatores de expulsão, também exercem a mesma força os fatores de atração
despertando em muitos o sonho de partir: a difusão, através dos meios de comunicação, do
modelo de sociedade do bem‐estar social ocidental; o chamado dos compatriotas que já
emigraram; o recrutamento das organizações do tráfico humano.
Simultaneamente, a competição internacional em vista da admissão de técnicos e
profissionais de alto nível, dá origem às migrações qualificadas (fugas de cérebros), que
empobrecem os países de origem de pessoal necessário para o progresso econômico e social. A
humanidade parece dividida em duas categorias: as novas elites supranacionais dos viajantes, que
podem alcançar todos os lugares sem prestar atenção a fronteiras e confins, e a grande parte das
pessoas, que, ao deslocar‐se, fazem‐no apenas para sobreviver, arriscando a vida para ultrapassar
fronteiras, ou ao invés, permanecendo ancoradas a um território, e até mesmo, dentro de espaços
delimitados como os campos de refugiados. Com efeito, a liberdade de movimento que hoje vale
para os bens financeiros, os produtos e os serviços, não é universalmente reconhecida para as
pessoas.
Em toda parte do mundo, a insegurança gera nas populações locais o medo em relação aos
migrantes, e leva os governos a elaborarem leis sempre mais restritivas em relação a eles.
Como conseqüência, assiste‐se ao aumento dos clandestinos (de 2,5 a 4 milhões ao ano).
Atualmente, a imigração irregular é, neste sentido, um fenômeno estrutural em todas as regiões
do mundo. Disso, especialmente, tiram vantagem as organizações internacionais do tráficohumano, enquanto quem paga as conseqüências da travessia ilegal das fronteiras são os
imigrantes e refugiados, às vezes, com
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