O Deslocamentos do vagabundo: Um ensaio sobre a manifestação do Vagabundo em situações da atualidade; vagabundo esse, citado por Bauman no texto: Turistas e Vagabundos, do livro "As consequências da Globalização".
Por: Cássio Costa • 15/11/2017 • Ensaio • 1.197 Palavras (5 Páginas) • 375 Visualizações
DESLOCAMENTOS DO VAGABUNDO: Um ensaio sobre a manifestação do
Vagabundo em situações da atualidade; vagabundo esse, citado por Bauman no
texto: Turistas e Vagabundos, do livro "As consequências da Globalização".
Jordson Cássio do Nascimento Costa
Resumo: O presente trabalho aborda as manifestações e atitudes das pessoas perante a
globalização, partindo do olhar do autor Zygmunt Bauman em seu livro: ‘Globalização:
as consequências humanas’, em paralelo, com uma análise do autor do trabalho de um
fato repercutido na mídia: Crise dos refugiados em Myanmar. O capítulo a ser usado como
base para esse trabalho, mais especificamente, é o capítulo 4 - Turistas e vagabundos -
onde Bauman argumenta a respeito das semelhanças e diferenças entre estes dois tipos de
indivíduos inseridos no contexto mais extremo de consumo na era da globalização.
Palavras-chaves: Globalização; Consequências humanas; Turistas; Vagabundos.
INTRODUÇÃO
No livro ‘Globalização: As consequências humanas’, escrito pelo professor de
sociologia Zygmunt Bauman, o autor constrói questões e debate problemas pertinentes à
globalização, como: os efeitos da economia, política, estruturas sociais e percepções do
tempo e espaço e entre outros.
Para Bauman, o espaço que antes era uma barreira agora só existe para ser abolido
e anulado. As pessoas estão em constante movimento, mesmo quando não se movem
fisicamente; pela internet, por exemplo, é possível navegar na rede de computadores
mundial e trocar mensagens com pessoas do mundo todo. Ainda de acordo com o autor,
somos viajantes, nós nos tornamos nômades que estão sempre em constante contato.
O ‘turista’ e o ‘vagabundo’, ambos são consumistas, e suas relações com o mundo
são simplesmente estéticas. Um turista, tem a liberdade de estar onde desejar e de comprar
o que quiser; viajar para ele é algo sedutor. "São adulados e seduzidos a viajar" como diz
o autor. Já para os integrantes do segundo mundo, os vagabundos, existem os muros da
imigração, as leis de residência e a política das "ruas limpas". Muitas vezes são forçados
a viajarem sem autorização e ao chegarem ao local desejado são obrigados a retornar ao
seu local de origem ou ficar à margem da desolação.
O sociólogo acredita que só há razão para ficar imóvel quando o mundo também
está parado, o que não acontece em tempos pós-modernos, onde os pontos de referências
estão sobre rodas e quando chega-se perto de entender algo, eles já sumiram de vista.
“Não se pode ficar parado em ‘areia movediça’. (BAUMAN, p. 86, 1999).
CRISE DOS REFUGIADOS EM MYANMAR
A crise dos refugiados no Myanmar pode ser citada como base para este texto e
como referência ao segundo indivíduo citado por Bauman, o “Vagabundo”. Mais de 164
mil muçulmanos rohingyas se viram obrigados a fugir de Myanmar para Bangladesh em
uma crise que se agrava cada dia desde o dia 25 de agosto de 2017; de acordo com a ONU
esse número pode chegar a 300 mil nos próximos meses.
O que acontece em Myanmar é uma violência extrema contra a minoria étnica e
religiosa rohingya. Por conta das perseguições sofridas e pela falta de infraestrutura
básica para eles, muitos fogem "doentes ou feridos" em busca da segurança no país
vizinho. Historicamente, os royingya, que são muçulmanos, são considerados imigrantes
ilegais de Bangladesh e, por isso, não têm direito à cidadania e sofrem discriminação, por
exemplo, no acesso ao sistema público de educação ou mesmo em empregos no
funcionalismo público.
De acordo com a ONU, os rohinngya são um dos povos mais perseguidos em todo
o mundo. As tensões étnico-religiosas datam do golpe militar de 1962, mas explodiram a
partir de 1982, com o decreto presidencial que criou as "oito etnias oficiais" do país, que,
além de excluir os rohingya, confinou a minoria à região de Rakhine. Além disso, a nação
esteve 50 anos sob uma ditadura militar, mas hoje vive em uma dita democracia. Com
esse êxodo para o vizinho Bangladesh, despertaram-se acusações de graves violações de
direitos humanos por parte da ONU.
Diante de toda esta triste situação, surge uma petição online solicitando para que
Nobel retire prêmio da líder do governo, Aung San Suu Kyi. Segundo a petição, a líder
'não fez nada para parar os crimes contra a humanidade no seu país'. Mais de 370 mil
pessoas já assinaram o documento online.
Bauman explana em seu livro que vivemos em uma sociedade de consumo,
amplamente. Porém, ele explica que sociedade de consumo não significa necessariamente
a existência de consumidores, já que estes
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