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O NEGRO NAS PASSARELAS

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Por:   •  28/11/2014  •  1.852 Palavras (8 Páginas)  •  291 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI

O NEGRO NAS PASSARELAS

“E SE A MODA PEGA?”

Maria Cristina Capelari

Profª. Orientadora: Daiane Cristina Araújo Kimura

CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI

SOCIOLOGIA – SOC 0023

10/11/2012

CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI

RESUMO

Já é certo que os negros tiveram papel importante em diversas áreas de representação. E assim também é na moda. A beleza exótica de alguns e o talento invejável de outros, transformaram alguns negros em marcos do mundo fashion. Quebrando barreiras, sendo pioneiros, ou simplesmente mostrando seu talento, mostraram ao mundo sua grande influência. O objetivo deste trabalho é mostrar que apesar de tornarem-se ícones, sedimentou-se uma série de estereótipos pejorativos que ecoam ainda hoje. Nesse contexto, toda a produção de moda (editoriais, desfiles, vestuários) influi diretamente na visão que se forma do cidadão negro, podendo reforçar modelos antigos ou enaltecer a riqueza das heranças de uma cor.

Palavras-chave: Nova identidade. Negros. Moda.

1 INTRODUÇÃO

A grande quantidade de afro descendentes e mestiços em nosso país disseminou suas diversas manifestações culturais marcando forte presença em todo o território nacional. Deste modo, aliado a outras razões mais comerciais, tiveram muitos de seus símbolos ou manifestações expressas como ícones utilizados no campo do design onde o objetivo é salientar a mais variadas identidades brasileiras. Assim, partindo do entendimento de que a moda é uma representação de design, esta é um forte veículo de comunicação que lida diariamente com a formação de opinião e, portanto, trabalha com o posicionamento dos negros dentro da sociedade contemporânea. Isto posto, pretende-se apresentar a seguir os resultados iniciais de uma pesquisa que busca resgatar alguns elementos da cultura sob o ponto de vista de uma nova identidade dos grupos afro buscando sua contribuição na moda e fortalecendo

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os conceitos da cultura negra. Serão abordados breves momentos de vivência desses novos grupos e como eles se relacionam com a atuação do negro no mundo da moda.

2 DESENVOLVIMENTO

A identidade nacional é sempre criada com o intuito de dar a imagem de uma nação conforme os interesses e critérios relevantes de cada período histórico. Assim, a formação de uma unidade se dá a partir da busca de semelhanças entre seus membros, de modo a unir uma população e fortalecer o conceito de nação e de sua soberania através de elementos e símbolos significantes. Segundo Ortiz,

“ Nada unifica um candomblé, um reisado, uma folia de reis, uma carvalhada, a não ser um discurso que se sobrepõe à realidade social. Memória nacional e identidade nacional são construções de segunda ordem que dissolvem a heterogeneidade da cultura popular na univocidade do discurso ideológico. A essência da brasilidade (...) é uma construção, e como tal não pode ser encontrada como realidade primeira da vida social.” (ORTIZ, 1986 p.138)

O Brasil passou por uma mudança no perfil de sua elite, levando o projeto de identificação nacional a progredir conforme os fundamentos da nova lógica. Essa nova identidade passou a incutir na consciência brasileira uma nova realidade.

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Somos todos iguais perante todos, temos os mesmos direitos e os mesmos deveres que qualquer indivíduo, independente da raça, credo ou constituição lateral. Isso pressupõe que o país é feito da mistura de raças e a miscigenação é a essência do povo brasileiro. Estamos vivenciando diariamente o sucesso e a mudança das classes sociais, através do capital e trabalho e a valorização dos negros neste contexto. Uma nova identidade está surgindo de maneira expressiva. Ela traz o afro descendente como um ser emergente social, que busca através do trabalho sua colocação no mercado com uma nova visão. O negro agora é visto através da beleza exótica e nada melhor que o mundo fashionista da moda para explicar melhor esse contexto.

Segundo pesquisas, no Brasil faltam modelos negros nas passarelas. Isso é um contraponto, pois em um país onde 51% da população pertence à raça negra o mercado encontra-se defasado. Isso é uma grande vitória se pensarmos historicamente. A primeira mulher negra a aparecer na capa de uma revista de moda foi Donyale Luna, em 1966, na edição inglesa da revista Vogue. Até a façanha acontecer nos Estados Unidos foram mais de 10 anos e Beverly Johnson em 1974 se tornou a capa da Vogue America. Além delas, Naomi Sims, a primeira modelo negra na capa da Life Magazine, foram as mulheres que nos anos 60 e 70 literalmente cavaram espaço para a mulher negra na moda mundial, seguidas das supermodels dos anos 80, Grace Jones, Iman e Warie Diri, nos anos 90, Naomi Campbell, e Verônica Webb e anos 2000, Alek Wek, Chanel Iman, Tyra Banks, Liya Kebele,

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A precursora brasileira foi Luana de Noailles, nascida em Salvador, no bairro do Curuzu, que fez sucesso na década de 70, encantando estilistas

como, Paco Rabanne, Yves Saint Laurent e Christian Dior. Em 1977 a bela negra casou-se com um conde francês, tornando-se a Condessa de Noailles. A Vogue Brasil abordou a brasilidade, fazendo questão de destacar modelos negras como a americana Chanel Iman, a pernambucana Emanuela de Paula, a paulista Gracie Carvalho e a top inglesa Jourdan Dunn. A Vogue Brasil também fez uma lista com as tops negras mais relevantes da história do mundo fashion. Apesar de algumas delas chamarem atenção

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