O Resumo Filme Ônibus 174
Por: Leonardo Borges • 18/6/2021 • Trabalho acadêmico • 456 Palavras (2 Páginas) • 295 Visualizações
No dia 21 de junho de 2000, um morador de rua chamado Sandro do Nascimento embarcou em um ônibus suburbano no Rio de Janeiro para roubar alguns passageiros e acabou sequestrando o ônibus e levando os passageiros como reféns. Na abertura das tomadas aéreas, o diretor nos mostra bolsões de classe média coexistindo com as favelas inevitáveis da cidade, favelas essas que dão origem a criminosos desesperados como o sequestrador Sandro do Nascimento.Por meio dos depoimentos de ex-amigos, assistentes sociais, traficantes e dos próprios reféns, emerge um quadro complexo de um homem que é tanto vítima quanto vitimizador. Uma visita a algumas das prisões do Rio, que representa um inferno na terra, também está incluída como parte do documentário. Negociadores da polícia cercaram o ônibus, enquanto repórteres e curiosos assistiam o impasse se desenrolar diante de seus olhos por quatro horas. O diretor usa as filmagens feitas para a televisão brasileira junto com relatos de policiais, vítimas, testemunhas, sociólogos, assistentes sociais, familiares e amigos do sequestrador. O direto usa a tragédia como uma oportunidade para examinar a pobreza e a situação dos moradores de rua do Rio de Janeiro. Isso explica porque Padilha ganhou o Prêmio de Menção Especial da Anistia Internacional no Festival de Cinema de Rotterdam. A informação mais chocante sobre Sandro é revelada logo no início. Um ex-menino de rua que testemunhou o massacre de sua mãe quando tinha 6 anos, Sandro também foi um sobrevivente do massacre de Candelária. Em 1993, policiais do Rio à paisana atiraram em várias crianças sem-teto como parte de uma “operação de limpeza” que ocorreu à noite. Oito crianças morreram e várias outras ficaram feridas. Uma tia tentou ajudá-lo a sobreviver, mas Sandro saiu para as ruas, onde se juntou a centenas de outros jovens que tentavam sobreviver roubando e pedindo esmola. Muitos deles cheiraram cola para se entorpecer da precariedade de sua existência e dos perigos que os enfrentam. Ele passou um tempo na prisão, e mais tarde foi ajudado por uma mulher que lhe deu um lugar para ficar. Mas a atração das drogas e do perigo estava em seu sangue e ele voltou às ruas. Um sociólogo supõe que a situação dos reféns e a cobertura da mídia permitiram que Sandro saísse do estado de invisibilidade e fosse visto e ouvido pela primeira vez. Sandro furioso aponta uma arma para a cabeça de vários reféns e grita suas demandas para a polícia parada do lado de fora do ônibus. Embora os atiradores da polícia tenham muitos disparos certeiros contra Sandro, eles não atiram. Ainda mais surpreendente é a simpatia de várias das reféns pelo sequestrador. O documentário tenta dessa forma expor como a consequência da pobreza e do abandono podem influenciar a vida futura.
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