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O socialismo ético

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Por:   •  17/10/2013  •  Tese  •  3.471 Palavras (14 Páginas)  •  340 Visualizações

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Desde os anos sessenta, no Brasil tem inicio um processo de erosão das bases do ethos tradicional do Serviço Social, propiciando uma renovação e uns pluralismos capazes de evidenciar a dimensão político ideológica da pratica profissional para assim abrir uma vertente crítica.

Assim nos anos 60/70, os profissionais optam pela participação política e cívica; amplia sua consciência social e recusa a ordem burguesa ideologicamente. Com a influência do movimento de reconceituação e da militância há uma aproximação do marxismo.

Na militância católica, faz opção pelos pobres atuando em atividades de educação popular e formação de quadros políticos junto á população. Num primeiro momento, influenciado por Althusser, que entende que deve abandonar o trabalho nas instituições, passando a desenvolver trabalhos na periferia, nas favelas criando assim novas formas de atuação militante.

No entanto começa a produzir uma literatura critica, voltada á busca de compreensão do significado da profissão e procura buscar elementos para superação crítica denuncia a pretensa neutralidade profissional e anuncia seu compromisso com as classes trabalhadoras.

Através do engajamento politico-partidário, resiste á ditadura, rompe com valores faz escolhas em valores emancipatórios, acredita na liberdade, move-se para intenção de ruptura em seus entraves. No fim da ditadura, começa a se organizar como categoria, muda as normas do III CBAS. Nesse sentido, quando indagamos sobre a ausência de uma reflexão ética sistematizada durante esse período, podemos-nos enganar que nesse período não houve, durante esse período a construção de uma nova moralidade profissional.

A construção de uma nova moralidade profissional nos anos 60 e 70 está atrelada á participação política em oposição ao tradicional, em suas novas formas antigas e reatualizadas o que aponta para a origem da nova ética profissional: sua subordinação imediata á opção política. Tem marcos históricos definidos uma primeira etapa, as décadas de 60 e 70 e a segunda, ilustrada pelas reformulações dos códigos de 1986 e 1993.

A primeira etapa é fundamental porque nela estão dadas as determinações da gênese da nova moralidade profissional construída na participação política, no trabalho com os movimentos populares, na influência das vertentes criticas do movimento da reconceituação latina-americano, na aproximação com marxismo e com os movimentos revolucionários, na militância católica progressista. Disso decorre uma prática característica da reconceituaçaõ, em sua origem: a exigência moral de assumir um posicionamento e face da desigualdade e dos “oprimidos”.

Em face dessa sociedade, enquanto homem e profissional, o assistente social tem que optar: ou aderir á mudança que se processa no sentido da humanização verdadeira do homem, de seu “mais ser”, ou acomodar-se em favor da permanência.

Através da pratica educativa desenvolvida junto aos movimentos populares, o estudante ou profissional de Serviço social desenvolve uma ação político-organizativa que retoma, em novas bases, ação educativa desenvolvida historicamente.

Na década de 70, inicia-se uma nova etapa do marxismo cristão, marcada pela Teologia da Libertação e pela revolução Sandinista. A primeira sistematiza e articulação entre marxismo e cristianismo; a segunda realiza praticamente a fusão entre os princípios cristãos e o ideário socialista.

A teologia da Libertação influencia a negação da concepção tradicional do Serviço Social, possibilitando a compreensão das determinações da classe à solidariedade com o “pobre”, que não é mais vista como “objeto de caridade e assistência”, os “oprimidos” passam a ser concebidos como sujeitos de sua própria libertação.

Ao enfatizar a unidade entre a ética, educação e politica, o assistente social constrói uma identidade muito próxima á do militante político instituído historicamente nos processos de organização dos movimentos e partidos revolucionários.

Quando os valores e concepções instituídos em contexto revolucionários são transportados mecanicamente para outros contextos, perdem seu significado histórico, contudo o assistente social não trabalha com o Serviço Social, mas milita no Serviço Social.

As circunstâncias nas quais ocorrem as primeiras aproximações como marxismo fragilizam a possibilidade de uma apropriação ontológica do pensamento de Marx. O que se explica no contexto da ditadura, em que ocorre uma adequação entre o discurso cientificoneopositivista e os limites dados pela censura e pelo esvaziamento politico da universidade.

Nesses termos, consideramos que o marxismo rebate de modo contraditório no pensamento cristão; por um lado, quando é compreendido como filosofia, possibilita a vinculação com o humanismo, o que não se estabelece sem materialistas e a metafísica cristã. Ao mesmo tempo, é possível que ele tenha sido incorporado somente como ideologia, sem a remissão aos seus fundamentos ontológicos, o que é também uma forma fragmentada de apreensão do pensamento de marx.

O marxismo gerou uma serie de equívoco teórico-políticos que rebatem fortemente nas tentativas de elaboração de uma ética marxista.

Predominantemente, a ética marxista tradicional deriva a moral dos interesses de classe, reduzindo seus fundamentos á ideologia.

De modo geral, não consegue apreender as bases ontológicas da ética e da moral na práxis e na vida cotidiana, evidencia uma ausência da dialética na sistematização ética.

O debate ético, trazido por diferentes vertentes, apresenta uma face positiva, em termos da tentativa de efetuar uma critica ao determinismo e resgatar o papel ativo da consciência na transformação social em direção ao socialismo, permite que se evidenciem problemáticas de caráter ontológico, tais como a relação entre liberdade e necessidade, componente indispensável para uma apreensão dos fundamentos das dimensões ético-morais da realidade social.

O socialismo ético remete, em geral, a propostas politicas “reformistas” que se distanciam do marxismo revolucionário, para o qual a revolução politica é o eixo central da ultrapassagem do capitalismo.

A liberdade emerge, então como “resultado necessário da necessidade, a teleologia e a escolha se reduzem á casualidade rígida”.

A vinculação orgânica entre a teoria marxista e a práxis politico revolucionária evidencia a unidade entre ética e política, entre ética

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