Oportunidades de educação no Brasil
Artigo: Oportunidades de educação no Brasil. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 11/5/2014 • Artigo • 1.212 Palavras (5 Páginas) • 190 Visualizações
Antropologia e Educação
EDUCAÇÃO DE HOJE E A EDUCAÇÃO IDEAL
A educação tem avançado de maneira expressiva em âmbito nacional em comparação com décadas anteriores, devido à expansão do ensino público e gratuito no país. Além de um aumento no número de vagas nas escolas públicas, programas governamentais foram criados para ampliar o acesso à educação pública e gratuita, diminuindo as despesas das famílias.
Nas últimas duas décadas, o acesso ao Ensino Fundamental está quase universalizado, com 94,4% da população de 7 a 14 anos incluídos nesse nível de ensino, a proporção de jovens na idade própria que se encontram no Ensino Médio é mais que o dobro da existente em 1995, mostrando expressivo avanço no acesso à educação secundária. Com a redução das taxas de analfabetismo entre jovens e adultos e um aumento no acesso ao ensino superior. Apesar dos resultados serem positivos e vislumbrarem uma melhora, ainda há muito que fazer, pois o país está entre os 53 países que ainda não atingiram e nem estão perto de atingir os Objetivos de Educação para Todos até 2015.
As oportunidades educacionais no Brasil são dirigidas por uma estrutura complexa, onde governo, tanto em âmbito federal, estadual e municipal, compartilha responsabilidades. Caminhamos muito para proporcionar as condições necessárias para assegurar o direito à educação.
Com a oferta de educação em tempo integral, uma estratégia fundamental para quebrar o círculo vicioso da pobreza e reduzir a desigualdade social. A criança tem mais oportunidades de aprendizado, por meio do aumento de jornada, com atividades desenvolvidas na escola ou em outros espaços, por professores ou por educadores sociais, envolvendo também a família e a comunidade na educação das crianças.
É importante reconhecer que o Brasil tem se esforçado para aumentar o investimento em educação nos últimos anos. No entanto, é necessário que os investimentos volte-se para uma melhora da qualidade, expandindo o acesso e a permanência dos alunos no sistema educacional, o qual contribui para a justiça social e o desenvolvimento humano, social e econômico para os mais vulneráveis.
Uma educação de massa, despreza a individualidade de cada estudante, e para melhorar a qualidade do ensino, é preciso criar uma “nova escola” . “A nossa educação é ruim em todos os níveis, inclusive o universitário, que ainda forma os professores para o século 20. Mesmo que a educação básica pública venha melhorando a cada ano em relação à escola privada. Precisamos mudar profundamente nosso sistema de ensino. Mas trata-se de uma mudança mais profunda, uma mudança conceitual. Temos que ensinar os nossos alunos a aprender a criar conhecimento.”
Os nossos alunos precisam aprender a aprender, as escolas contemporâneas estão mais preocupadas com a aprendizagem do que com o ensino. Hoje, a educação é centrada na figura do professor e não no aluno. Temos que buscar estimular nas nossas crianças a capacidade de reflexão, de argumentação e criticidade. E oferecê-las, dentro das diversas possibilidades, caminhos para que elas encontrem seus principais interesses. É possível incorporarmos essas ideias dentro das nossas escolas.
A educação é um direito de todos e, portanto, deve ser acessível, de qualidade, que lute contra a exclusão. Ela requer uma política eficaz e focada na aprendizagem e no desenvolvimento humano, com base em padrões de ensino de alta qualidade que garantam uma vida longa de integração social e profissional dos cidadãos. Assim sendo, ela contribuirá para a erradicação da pobreza, a redução da mortalidade infantil, o controle do crescimento populacional, para se atingir a igualdade de gênero e assegurar o desenvolvimento sustentável, a paz e a democracia.
As escolas precisam se dar conta desse contexto e trabalhar dentro de uma lógica de atividades que foquem nos interesses dos alunos, mas claro, sempre considerando os parâmetros curriculares.
O professor precisa deixar de ser aquele que detém o conteúdo. Conheço muitos bons professores brasileiros que querem, mas não conseguem acompanhar a quantidade de informações que são produzidas e disseminadas diariamente por meio das tecnologias de informação. Ele não pode se colocar como alguém que sabe tudo. Hoje, é bem frequente termos alunos que sabem mais que os professores. São alunos que tem acesso a outras informações pela internet. Os professores contemporâneos precisam se colocar como gestores de sala de aula. Funcionando como técnicos, guias dos alunos. Orientando de forma multidisciplinar os estudantes. Ele não precisa saber de tudo, mas precisa ser alguém antenado. Para que essa postura seja estabelecida, é preciso, então, uma ampla reconfiguração do nosso modelo de escola…
A escola é um dos lugares que mais desrespeita o ser humano. Os professores não são respeitados pela direção. A direção não é respeitada pelas secretarias de educação. E os alunos são desrespeitados pelos professores e pela escola. Não temos escolas corajosas para enfrentar esse contexto atual. A realidade das crianças não são temas frequentes de aula. A escola tem que ser um espaço democrático onde alunos, professores e comunidade discutam os rumos da unidade.
O nosso sistema de educação tradicional atual acaba transformando nossos alunos em seres repetidores e não em indivíduos que produzem pensamentos particulares, que são conteúdos mais valorizados e mais úteis à sociedade.
Temos que ter uma escola onde todos os estudantes tenham o direito de ir além. Nosso povo é extremamente criativo, as crianças precisam saber que podem criar dentro e fora da escola. Precisamos, também, ser contra a ideia de que o aluno não pode se impor diante do professor. O estudante deve ter voz dentro da sala de aula e a sua singularidade deve ser plenamente respeitada. Além disso, as crianças precisam aprender nas escolas a fazer a gestão da própria vida. A escola tem que trabalhar mais a questão da autonomia e responsabilidade, sempre de uma forma mais individualizada.
No Brasil, temos, em média, 12 alunos por professor da educação básica. No regime de tutoria, os docentes poderiam ganhar um rendimento extra em troca do acompanhamento da vida de alunos. Bastaria uma reunião mensal de 15 minutos. Nesse momento, a conversa teria como foco os problemas na escola e familiares enfrentados pelos estudantes. Tudo poderia ser registrado numa ficha on-line de acompanhamento da vida escolar do aluno. Dessa forma, os professores encarariam os alunos além de números e se tornariam mais humanos. Em troca, ainda sairiam com um porcentual de aumento salarial pelas tutorias realizadas. Muitos países já trabalham com essa lógica de uma educação um a um.
A escola precisa se apropriar da cidade. Professores e alunos devem sair mais juntos das escolas. Todos vão gostar mais de sair. Ao invés de dar aula sobre peso na sala, a ideia seria que essa aula se desse numa padaria. O dono do estabelecimento que aderisse ao projeto receberia então as crianças com o respectivo professor para explica o assunto utilizando instrumentos reais, e sempre trabalhando com situações cotidianas. Assim, o aluno aprende mais rápido a matemática, por exemplo, e a cidade ficaria mais humanizada. Em troca, o comerciante ganharia redução de tributos junto à prefeitura.
O que tem que ser feito no país, agora, é valorizar as boas práticas. E essas boas práticas devem ser alastradas como se fossem vírus. Mas toda a mudança depende de vontade política e também de consciência de todos. A mudança não deve começar do zero nem deve ocorrer da noite para o dia. Deve ser uma mudança cotidiana. Assim, a cada dia um novo cenário vai desenhando um novo cotidiano.
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