Os Intelectuais E A Rede Mundial Do Saber
Artigos Científicos: Os Intelectuais E A Rede Mundial Do Saber. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: dedelagra • 2/4/2013 • 2.162 Palavras (9 Páginas) • 978 Visualizações
Artigo: “Os intelectuais e a rede mundial do saber”
por Pierre Lévy
Resumo
A partir da criação de um ciberespaço, surge o questionamento sobre qual seria a nova função dos intelectuais nesse “lugar”. Para Pierre Lévy, seu principal papel seria estudar os sistemas simbólicos com os quais as comunidades humanas vivem em simbiose e cuidar de sua articulação, seu bom funcionamento e seu aperfeiçoamento.
Resenha
No texto “Os intelectuais e a rede mundial do saber”, Pierre Lévy busca entender a nova função dos intelectuais na nossa sociedade a partir do momento em que surge o ciberespaço, uma nova rede universal de comunicação. O autor começa o texto definindo os intelectuais como aqueles pensadores que intervém ativamente nos assuntos públicos e expressam a crítica da sua sociedade. Partindo da constatação de que as comunidades humanas só podem viver juntas compartilhando sistemas simbólicos, Pierre Lévy diz que o papel principal dos intelectuais é estudar esses sistemas com os quais as comunidades humanas vivem em simbiose e cuidar de sua articulação, de seu bom funcionamento e de seu aperfeiçoamento. O papel dos intelectuais é encontrar um meio de eficácia para aprimorar as ferramentas de comunicação.
Pierre Lévy sugere o surgimento de uma rede universal de comunicação, o ciberespaço, como um espaço para integrar. No começo do século XX, os intelectuais se defrontaram com um problema de mutação cultural, onde a maior parte dos produtos simbólicos humanos passa a ser representado por documentos digitais. Esses documentos estão em conexão com o resto do mundo através do ciberespaço.
Segundo o autor, um dos problemas para os intelectuais do século XXI é saber explorar esse novo saber. As dificuldades da engenharia informática de levar em conta a significação dos documentos por meio de métodos gerais é um obstáculo que impede a inteligência humana de explorar essas novas potencialidades. Com relação a esse obstáculo, o autor cita o exemplo da ineficácia dos sites de busca quanto à tarefa a eles confiada. Ele lembra que sites como Google e Yahoo! só detém de 10 a 20% do conteúdo disponibilizado na internet, além de possuírem um sistema de busca em que a procura é feita através dos caracteres das palavras e não pelo seu contexto.
Para Pierre Lévy, os intelectuais devem continuar a construção inacabada da nova matriz cultural, e esse novo empreendimento intelectual poderia fornecer uma solução para o problema das ciências humanas, que não compartilham um universo cultural comum, e permitir às nossas sociedades em rede uma colaboração mais eficiente para o desenvolvimento humano.
Segundo o autor, o problema da internet é que existem diferenças culturais, lingüísticas e socias entre os povos do mundo, e essas diferenças não permitem a existência de uma linguagem universal. Esse aspecto condiz com o pensamento positivista que diz que o conflito atrapalha, é necessário buscar o comum. Pierre Lévy sugere a criação de uma linguagem comum para integrar as culturas pela rede.
Concluindo, Pierre Lévy, no texto “Os intelectuais e a rede mundial do saber”, pensa as redes de comunicação como um espaço virtual. Seu foco não é na internet em si, mas nos seus problemas. Pierre Lévy mostra que a rede ultrapassa os limites corporais, e isso pode ser provado se lembrarmos do jogo “Second Life”, onde os jogadores se transportam para um mundo virtual e vivem como se fosse o mundo real.
O autor fala da questão social e se prende no código lingüístico. Ele sugere um debate sobre temas atuais da nossa sociedade: a internet, seus problemas e contradições, sua relação com as culturas, a política e o desenvolvimento cada vez maior de suas ferramentas.
Paper
A rede do saber, seus problemas e contradições
Resumo: Com a velocidade com que as coisas evoluem no mundo, através principalmente das transformações da tecnologia, as relações interpessoais sofrem mudanças também. Além disso, os conceitos e os jeitos de estudar podem sofrer alterações e influenciar nos mundos acadêmico e científico. Por isso, os intelectuais precisam estar atentos ao que é permitido e devem saber utilizar os novos meios de comunicação para estabelecer contato e divulgar os novos estudos.
Palavras-chave: intelectuais; internet; ciberespaço; cibercultura; evolução tecnológica; ciências humanas; relações; estudos.
As constantes inovações e evoluções da tecnologia acendem sempre para a necessidade de se rever certos conceitos e entender as novas relações estabelecidas. Em um mundo globalizado como o que estamos vivendo atualmente, com a vida cada vez mais corrida e com a internet fazendo quase que parte integral do dia-a-dia, as ciências humanas podem perder espaço e os estudiosos devem se adequar a esse novo cenário.
Tais mudanças também implicaram no surgimento de um novo padrão comunicativo e de produção, ou uma nova cultura, com abrangência mundial: a cibercultura. A internet mudou também os modos produção e gestão política do conhecimento, descentralizando estes processos. Graças a ela já não dependemos apenas da boa vontade do mercado, da burocracia, dos grandes meios de comunicação de massa, da indústria editorial, do marketing, e dos grupos de poder intelectual para produzir e divulgar ideias. Esta mudança tem consequências não apenas nos modos como se realiza o trabalho intelectual, como também no lugar ocupado pelos intelectuais na sociedade.
Os intelectuais são aqueles pensadores que intervém ativamente nos assuntos públicos, expressam a crítica da sua sociedade e se dedicam à pesquisa nas áreas da humanidade. E é necessário entender as novas funções dessas pessoas na sociedade, pois se acredita que persiste ainda um imenso abismo entre estes e a cibercultura enquanto ambiente no qual as pessoas produzem, circulam, conversam e vivem. O abismo pode ser maior se pensarmos na distância entre os intelectuais e os setores que controlam a tecnologia
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