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Os Tuipikim

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Por:   •  24/3/2015  •  1.907 Palavras (8 Páginas)  •  139 Visualizações

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1- INTRODUÇÃO

O povo indígena Tupinikim foi um dos primeiros povos indígenas a ter contato com as caravelas portuguesas que chegaram ao território que hoje é conhecido como Brasil. No inicio da colonização eram de aproximadamente 55 mil indivíduos, atualmente, estão drasticamente reduzidos em cerca de dois mil.

Localizados no norte do Espírito Santo, especificamente no município de Aracruz, estão distribuídos em seis aldeias que são respectivamente: Caeiras Velha, Irajá, Comboios, Córrego do Ouro, Pau Brasil e Areal.

A aldeia Caeiras Velha é a mais populosa de todas. Próxima ao bairro Coqueiral (2 km), é cortada pela rodovia Rodovia Primo Bitti, possui uma área de capoeira, manguezal e mata atlântica. A aldeia Irajá, faz limite com a aldeia Caeiras Velha, e esta bem próxima à sede do município Aracruz. Areal é uma aldeia ressurgida, foi repovoada, pós-demarcação iniciada em 2005, faz limite com a sede do município Aracruz. Pau Brasil, localiza-se próxima a fábrica da empresa Fibria Celulose, outrora, era Aracruz Celulose. Estas quatro aldeias situam-se na Terra Indígena Tupiniquim de aproximadamente 14mil hectare.

Já a aldeia Córrego do Ouro e Comboios localizam-se na Terra Indígena Comboios. Assim como a aldeia Areal, Córrego do Ouro também é uma aldeia ressurgida que fica entre o bairro vila do Riacho e Barra do Riacho, por sua vez, Comboios tem uma geografia bastante atípica das outras, é uma península litorânea, que a leste limita-se com o Oceano atlântico, a oeste com o rio Comboios, a norte com o bairro de Regência (município de Linhares), e ao sul o encontro do rio com o mar.

Por muito tempo o povo tupinikim viveu um momento de anonimato, até que em meio a década de 70, do século passado, há um reconhecimento por parte dos órgãos governamentais competentes, o registro dos mesmos.

Com o sistema de aldeamento e uma colonização devastadora, os Tupinikim obrigatoriamente foram assimilando traços da cultura europeia.

“Com os aldeamentos, procurava-se destruir a antiga estrutura familiar dos indígenas e, consequentemente, vários traços da cultura. As famílias, antes numerosas e que viviam em uma única casa, passavam a serem nucleadas e a viver em pequenas casas”. Cota, (2004, pag.26).

Diante de uma história que não foi tão diferente dos demais indígenas da América, os tupinikim vivem pressionados pelos desafios atuais da globalização, das comunidades adjacentes, em se manterem como tal. A etnologia dos tupinikim é fundamental neste processo para demarcar o diferencial, em meio ao século XXI, ao capitalismo moderno, e a pressão em sua etnicidade.

Outro fator que objetiva este projeto é a importância deste para “orientar” os projetos na área da saúde indígena, educação indígena e gestão territorial.

De esta forma considerar-se a neste estudo, qual o marco fundamental dos tupinikim no século XXI, frente a outros indígenas e aos nãos indígenas.

2- PROBLEMATIZAÇÃO

Atualmente o povo Tupinikim do município de Aracruz vem passando um processo de discriminação da sociedade adjacente de forma que os mesmos vêm sofrendo uma descaracterização identitária, onde a população ao entorno busca um estereótipo de índios “genérico” do século XVI. Com isto há uma autoestima baixa identitária por parte de muitos tupinikim, especialmente a população mais jovem, onde muitos não têm propriedade em sua defesa e preferem silenciar-se. Desta forma surge uma problemática, “qual é a minha marca tupinikim, qual é o meu diferencial” em meio a tanta pressão dos efeitos da globalização sobre os mesmos.

3- JUSTIFICATIVAS

Embora existam alguns escritos sobre os tupinikim, muitos deles, remontam a apenas ao passado usando os o verbo viver no passado “os tupinikim viviam”, isto não é o suficiente para confrontar com os desafios atuais de uma cultura globalizada massificadora.

Quando observamos um artefato, uma dança uma língua indígena, logo identificamos como deste ou daquele povo, exemplo, uma marca dos guarani, em especial os que vivem no ES, é a sua religiosidade, a sua língua materna.

Destacar a sua marca, o seu diferencial, no século XXI é fundamental para os povos tradicionais, especialmente os indígenas, que vem sofrendo com os projetos políticos de governo avassaladores.

O povo tupinikim a todo instante confronta-se com a necessidade de identificar o seu diferencial, pois uma das principais manipuladoras da população massificada é mídia, que busca a todo custo descaracterizar os tupinikim em nome do agronegócio, do comércio e das indústrias.

A etnologia dos tupinikim é crucial especialmente aos jovens que são abocanhados pelas ciladas tecnológicas, Luciano (2006, p.39) afirma que as novas gerações de jovens carecem de uma identidade que os identifiquem, em um mundo cada vez mais global.

Outra razão em que este trabalho vem a calhar é na dificuldade que se encontra em construir o Projeto Politico Pedagógico das escolas indígenas Tupinikim, já que um de seus objetivos é a revitalização cultural e a revitalização cultural tupinikim é primordial, e isto é fundamenta-se quando Sampaio, ( 2006, apud GRUPIONE (org. 2006, p. 172) em seu livro formação de professores indígenas: repensando a trajetória, , afirma que os indígenas tornaram –se vitimas e cumplices e reféns de um sequestro simbólico e o preço a pagar é o resgate para a obtenção de reconhecimento á sua legitimidade.

Nesta perspectiva, a etnologia dos tupinikim contribuirá para uma autoestima identitária, especialmente da juventude, para os projetos sociais, econômicos, saúde e educacionais desenvolvidos nas aldeias e ainda desconstruir a imagem midiática dos tupinikim como povos descaracterizados como mostra um artigo do jornal A GAZETA, em 14/09/10, que diz: “Censo mostra índios cada vez mais distantes da sua cultura, (...) Aldeias sem ocas, mas com celular”.

4- OBJETIVOS

4.1- OBJETIVO GERAL

Identificar o que caracteriza um autêntico Tupinikim no século XXI em meio às pressões globalizadas e de um processo civilizatório avassalador de descaracterização, contribuindo para projetos sociais étnicos e identitários.

4.2- OBJETIVOS ESPECÍFICOS

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